Na FOLHA: Governo registra aumento na adesão à greve dos caminhoneiros

Publicado em 09/11/2015 18:04
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governo da presidente Dilma Rousseff registrou um aumento na adesão à greve dos caminhoneirosque atingiu pelo menos 14 Estados do país e, apesar de o número não ter sido considerado "preocupante", a ordem no Palácio do Planalto é "não menosprezar" a mobilização que teve início nesta segunda-feira (9).

Oficialmente, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social), integrantes do gabinete de crise montado pelo Planalto para acompanhar a greve, foram para o embate com os manifestantes.

Para eles, a paralisação tem "viés político" e "nenhuma reivindicação oficial", pois o movimento é liderado por entidades autônomas, sem vinculação a sindicatos do setor.

Segundo Cardozo, o governo vai determinar a aplicação de multa no valor de R$ 1.915 aos caminhoneiros que estão obstruindo as vias, medida que já está prevista em lei. "Autorizamos a aplicação de multa e determinamos que estradas que foram obstruídas sejam liberadas para que os caminhoneiros que quiserem seguir o seu caminho tenham segurança para fazer isso", disse o ministro.

"Não há uma pauta de reivindicações. Não temos uma possibilidade de negociar em cima de questões que não são apresentadas. É uma pauta política, alimentada por aqueles que querem fazer uma ação política, e lamentamos que seja assim", completou.

Segundo monitoramento da Polícia Rodoviária Federal, a paralisação começou com sete rodovias federais parcialmente interditadas e nenhum bloqueio total.

Boletim da Polícia Rodoviária Federal, com informações das 18h (de Brasília), informava a ocorrência manifestações em 11 Estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.

Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte também registraram protestos ao longo do dia. Em São Paulo, caminhoneiros protestaram na rodovia Raposo Tavares e na capital.

Locais bloqueados por caminhoneiros

No fim da tarde, havia 47 pontos de protesto, sendo quatro de interdição total, 22 com bloqueio parcial e 21 sem interdição (apenas aglomeração de caminhoneiros).

Diante dos números, a ordem no governo é continuar o monitoramento nas estradas pelas próximas horas e, caso cresça a adesão, avaliar se as lideranças serão chamadas para negociação com o governo federal.

Interlocutores da presidente Dilma Rousseff avaliam que, em relação à última greve do setor, em abril deste ano, o movimento desta segunda foi "bem abaixo do esperado", porém, "um pouco maior" do que aguardava o Planalto.

Ainda assim, os auxiliares da presidente afirmam que a greve é de movimentos "autônomos", ou seja, sem nenhuma ligação com sindicatos ou representantes oficiais da categoria.

Segundo o ministro Edinho Silva (Comunicação Social), a paralisação "tem único objetivo de desgastar o governo federal".

"No nosso entender, essa greve é pontual, que atinge algumas regiões do país e, infelizmente, é uma greve que tem se caracterizado com uma aspiração única de desgaste político do governo", afirmou o ministro após participar da reunião de coordenação política do governo.

"Nenhuma entidade representativa apresentou pauta de reivindicação ao governo. Você não pode apresentar uma pauta onde o centro seja o desgaste do governo [...] Esperamos que os envolvidos possam colocar acima de qualquer questão o interesse da sociedade", completou Edinho.

Desde o fim da semana passada, como mostrou a Folha, o Palácio do Planalto montou um gabinete de crise para acompanhar a greve marcada para esta segunda.

A paralisação é apoiada pelos principais grupos que pedem o impeachment de Dilma, como Revoltados Online, MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua, o que despertou a atenção dos ministros e da própria presidente.

Dilma estava preocupada com uma possível crise de abastecimento decorrente da paralisação mas foi alertada por auxiliares que a adesão deveria ser baixa, segundo monitoramento de redes sociais feito pelo Planalto e lideranças do setor que dizem ser "de grupos independentes" a iniciativa da greve.

Mesmo assim, a presidente destacou os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), além do secretário especial do Trabalho, José Lopez Feijóo, para conversar com representantes do setor. Cardozo, a quem é subordinada a Polícia Rodoviária Federal, também está cuidando do movimento nas estradas, enquanto Edinho acompanha a adesão à greve nas redes. 

ÀS 4 DA TARDE JÁ ERAM 48 BLOQUEIOS EM 11 ESTADOS

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou a ocorrência de 48 manifestações de caminhoneiros em rodovias federais de 11 estados, conforme levantamento divulgado às 16h. Cinco delas resultaram na interdição total da pista. Em 23 manifestações, a interdição foi parcial, e em 20 não houve interdição da rodovia.

Os bloqueios que resultaram na interdição total das vias foram registradas na Bahia (BR-407, Km 2); em Pernambuco (BR-407, Km 130), no Paraná (BR-153, Km111); Rio Grande do Norte (BR-304, Km 52); e Rio Grande do Sul (BR-293, Km 247). O estado com maior número de manifestações é o Rio Grande do Sul, com um total de 14 protestos e nenhum bloqueio. Em apenas uma, houve interdição total da rodovia. Nas demais, as manifestações foram feitas sem que a pista fosse interditada.

Às 15h, a PRF havia contabilizado 42 manifestações de caminhoneiros em 11 estados.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, os caminhoneiros bloquearam a BR 116, Rodovia Presidente Dutra, que corta a Baixada Fluminense e liga os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, na altura de Barra Mansa, sentido capital paulista, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio de Janeiro.

Os manifestantes alternam períodos de liberação das faixas para passagem de veículos. O número de caminhões parados está aumentando na Via Dutra, setor Barra Mansa.

A BR 116 tem trânsito congestionado no sentido Rio de Janeiro, na chegada à Avenida Brasil, devido ao excesso de veículos. No sentido São Paulo, o fluxo no início da rodovia, partindo do Rio de Janeiro, é normal, segundo o boletim da PRF.

Na BR 040 (Rodovia Rio-Petrópolis), sentido Rio de Janeiro, o trânsito está congestionado na chegada à Avenida Brasil, em razão do excesso de veículos. No sentido Juiz de Fora, o fluxo é normal. Na BR 493 (Magé-Manilha), o tráfego é intenso.

Na Ponte Rio-Niterói, sentido Niterói, o fluxo de veículos apresneta retenção desde a reta do cais até a praça do pedágio. No sentido Rio de Janeiro, o tráfego está lento, com retenção da praça de pedágio até a subida do vão central. Na BR 101 (Rodovia Niterói-Manilha), o trânsito é intenso no sentido Região dos Lagos, com congestionamento no entroncamento de Itaboraí.

Já nas rodovias federais que cruzam a região serrana fluminense, entre as quais a Rio-Teresópolis, o trânsito é livre nos dois sentidos.

Entorno do Distrito Federal

Pouco antes do meio-dia, um grupo de caminhoneiros interditou trecho BR-040 nos arredores de Valparaíso de Goiás, cidade localizada no Entorno do Distrito Federal. Os manifestantes queimaram pneus e bloquearam a passagem de outros caminhoneiros. Com a chegada dos bombeiros e da PRF, o incêndio foi apagado e a via, liberada.

São Paulo

Em São Paulo, os caminhoneiros ocupam, neste momento, três faixas da pista expressa da Marginal Tietê, no sentido Rodovia Ayrton Senna. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), por volta das 13h, o comboio estava na altura da Ponte Jânio Quadros, no bairro Vila Maria, zona leste paulistana. Iniciado por volta das 11h, o protesto provocou lentidão de 15 quilômetros (km) na Tietê, da Ponte dos Remédios ao Arco da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Um vídeo publicado na página do Facebook do Comando Nacional do Transporte, grupo que convocou os protestos, mostra uma fila de caminhões fazendo buzinaço. Nos para-brisas dos veículos, estão escritas mensagens que pedem a saída da presidenta Dilma Rousseff. “Seu governo não tem mais legitimidade. O seu partido provocou a destruição do Brasil”, diz a mensagem do comando na mesma rede social. Não foram identificadas nas postagens as reivindicações especificamente para a categoria.

Fonte: Agência Brasil/Folha de S. Paulo

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