Crise de bases amplas nos mercados emergentes é improvável, diz Moody's
A agência de classificação de risco Moody's vê como "improvável" uma crise de bases amplas nos mercados emergentes. Em relatório divulgado nesta quarta-feira (4), a agência apontou, no entanto, que se um choque desse tipo ocorrer, ele afetaria principalmente países com alta dívida externa, déficits elevados e pouco investimento estrangeiro direto.
De acordo com o relatório, os ratings soberanos (as notas dadas aos títulos de dívida dos países) "provavelmente continuarão amplamente estáveis", mas os riscos para o crescimento mundial e os fluxos de capitais poderiam influenciar negativamente a qualidade de crédito em 2016.
O diretor-geral de risco soberano global da entidade, Alastair Wilson, no entanto, avalia que "há mais espaço para surpresas negativas do que para positivas". Um gatilho para a desaceleraão mais acentuada seria um crescimento menor que o previsto na China.
Sem citar países nominalmente, a Moody's apontou que o fraco desempenho das metas de reforma dos governos pode tornar os emissores soberanos mais vulneráveis a choques econômicos e fiscais, bem como diminuir a confiança dos investidores.
"Apesar de alguns governos estarem fazendo progressos, outros têm sido relativamente lentos para desenvolver reformas econômicas e fiscais, ou as medidas não têm sido tão bem-sucedidas como o planejado. Em certos países, os governos têm relutado ou estão sem capacidade para implementar reformas", diz o texto.
“Nós acreditamos que os dois motores do crescimento global – os EUA e a China – continuarão a ter desempenho razoavelmente bom. No entanto, nós poderíamos ver um efeito negativo sobre os emissores soberanos ao redor do mundo se a desaceleração econômica global for mais acentuada que a esperada”, diz Wilson.
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