Dólar amplia queda e vai abaixo de R$ 3,80, com BC e expectativa de entradas
O dólar opera em queda ante o real nesta terça-feira (3), um dia após o feriado do Dia de Finados, que manteve os mercados locais fechados, e depois de o Banco Central anunciar leilão de venda de dólares com compromisso de recompra para esta sessão.
Às 13h39, a moeda norte-americana caía 2,10%, a R$ 3,7815 na venda, após terminar outubro com recuo de 2,59%, na primeira queda mensal desde o mês de junho.
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Dólar amplia queda e vai abaixo de R$ 3,80, com BC e expectativa de entradas
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar ampliou as perdas para cerca de 2 por cento e era negociado abaixo de 3,80 reais nesta terça-feira, reagindo à atuação do Banco Central no câmbio e a expectativas de ingresso de recursos no país, em um movimento acentuado pelo baixo volume de negócios que tem caracterizado o mercado nos últimos dias.
Às 14:25, o dólar recuava 2,10 por cento, a 3,7815 reais na venda, após atingir 3,7783 reais na mínima do dia.
"Há motivos para o dólar cair: o leilão do BC, a perspectiva de fluxo positivo e o fato de que comprar Brasil ficou barato", disse o operador da corretora de um banco nacional, sob condição de anonimato.
Ele não acredita, no entanto, que o dólar deve se sustentar em níveis tão baixos, uma vez que, no cenário local, as preocupações econômicas e políticas persistem. "Esse movimento de hoje está exagerado, porque o volume está muito baixo. Está preocupante. O telefone não toca na corretora", emendou.
Investidores têm evitado fazer grandes operações nas últimas semanas, com medo de serem pegos no contrapé em meio ao clima de intensas incertezas.
Nesse contexto, o BC anunciou na sexta-feira que ofertará nesta tarde até 500 milhões de dólares com compromisso de recompra em leilão de duas etapas. Entre 15h40 e 15h45, serão ofertados contratos com recompra em 2 de fevereiro de 2016 e, entre 15h55 e 16h, com recompra em 4 de abril de 2016. Segundo a assessoria de imprensa do BC, a operação não tem como fim rolar contratos já existentes.
"O leilão de linha tira um pouco da pressão sobre o mercado porque oferece proteção em um momento de bastante volatilidade", explicou o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Operadores afirmaram que o leilão também cumpre o objetivo de atender à demanda sazonal por dólares no fim de ano, sobretudo de exportadores.
Pela manhã, o BC fez ainda o primeiro leilão de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, para rolar os contratos que vencem em dezembro, vendendo a oferta total de até 12.120 contratos. Se mantiver esse ritmo e vender sempre a oferta total, como tem feito nos últimos meses, a autoridade monetária vai rolar integralmente o lote do mês que vem, equivalente a 10,905 bilhões de dólares.
A queda do dólar sobre o real nesta sessão refletia ainda expectativas de entradas de recursos no país, que ganhava ainda mais força devido à expectativa de que o projeto que regulariza bens não declarados de brasileiros no exterior seja votado na Câmara dos Deputados nesta semana.
Além disso, operadores citavam expectativas de fluxos de entrada ligadas a operações corporativas. Na véspera, a Hypermarcas anunciou a venda de seu negócio de fabricação e venda de cosméticos para a francesa Coty por 3,8 bilhões de reais.
(Por Bruno Federowski)