Ibope: Maioria rejeita influência de Lula sobre Dilma (53% a 33%)

Publicado em 01/11/2015 13:20

Brasileiro rejeita influência de Lula sobre Dilma

Pesquisa inédita realizada pelo Ibope Inteligência de 17 a 21 deste mês mede a opinião da população sobre a influência do ex-presidente Lula no governo Dilma Rousseff.

Para 62%, o antecessor influencia as decisões da presidente, contra apenas 28% que consideram que ele não tem essa ascendência.

No universo total de entrevistados, 53% consideram a influência de Lula negativa, contra apenas 33% que a consideram um fator positivo.

 

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A rejeição à influência de Lula aparece em todos os estratos da pesquisa, menos em dois: nos que declaram receber até um salário mínimo e nos entrevistados do Nordeste.

No grupo de mais baixa renda, 48% aprovam a ascendência de Lula sobre Dilma, contra apenas 39% que a condenam.

No Nordeste, 45% veem como positiva a força do ex no governo, e 41% a criticam.

A rejeição à mão do lulismo no governo aparece mesmo entre a população de escolaridade baixa, em regiões antes petistas, como o Norte do país, e é praticamente uniforme entre homens e mulheres e faixas etárias.

O Ibope fez 2002 entrevistas em 140 municípios de vários portes. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

 

Dois terços dos brasileiros querem saída de Dilma (por REINALDO AZEVEDO)

Opiniões desse ou daquele contra o impeachment não traduzem a vontade da “sociedade civil"

A Folha publica hoje a opinião de algumas personalidades sobre a crise. No jornal impresso, reproduz-se o pensamento de 12 pessoas. Na versão Online, de 28. Extraíram-se de lá duas conclusões cuja origem não entendi. A primeira consiste em chamar um grupo de 28 pessoas de “representantes da sociedade civil”, o que lhes confere uma amplitude que não têm. A segunda, em afirmar que a maioria é contra o ajuste da economia, mas também se opõe ao impeachment. Vamos lá.

Entre os 28 ouvidos, apenas 8 se disseram explicitamente contra o impeachment; quatro se mostraram favoráveis, e 16 não tocaram no assunto. Se contaram isso aos repórteres e se não sai publicado no jornal, a gente não tem como saber. Sim: entre os que não opinam, está, por exemplo, o senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado, mas também o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Se apenas 8 de 28 afirmam explicitamente que o impeachment não é a solução, não vejo como se chegar àquela conclusão.

A questão da “sociedade civil” é mais complexa. Esse é um conceito político, que designa, de maneira genérica, as vozes da sociedade que não estão, vamos dizer, disciplinadas pelo estado e pelas políticas oficiais — o que não quer dizer que sejam forças necessariamente de contestação, claro!

No grupo dos 28 ouvidos pela Folha, há quatro políticos eleitos da oposição, quatro da situação e até um ex-deputado petista do Paraná. Vênia máxima, não se encaixam no conceito elementar de “sociedade civil”. Os 28 já caíram para 19. No grupo que resta, nada menos de 10 são lideranças sindicais empresariais, boa parte oriunda da indústria, setor bastante dependente de decisões governamentais. Outros cinco são sindicalistas ou representantes de movimentos sociais, todos de esquerda. E há quatro advogados.

 

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Uma representação da sociedade civil, parece-me, tem de ser um pouco mais rigorosa: há apenas uma voz de São Paulo, uma do Rio e uma de Minas. Nada menos de sete são do Paraná, cinco de Pernambuco e cinco da Bahia. Esses três Estados concentram 17 pessoas da amostra. Somados, têm uma população inferior a 36 milhões, bem menor do que os mais de 44 milhões só de São Paulo, que, com Minas e Rio, formam mais de 81 milhões de pessoas.

Acho boa, sim, a ideia de ouvir lideranças sobre a política econômica, o impeachment etc. Se, no entanto, o que se quer é uma média da sociedade civil, como está lá, aí é preciso cuidar dos critérios. Ou estaríamos diante de uma situação um tanto inusitada, não é? Teríamos uma sociedade civil contra a esmagadora maioria da sociedade: segundo o Datafolha, dois terços dos brasileiros são favoráveis ao impeachment.

O establishment político contra a sociedade costuma até ser coisa corriqueira; a sociedade civil contra a sociedade seria uma ocorrência inédita e realmente preocupante.

 

Datafolha — Haddad bate o seu recorde negativo: 49% acham sua gestão ruim ou péssima, e apenas 15%, ótima ou boa

 

O Supercoxinha no tempo em que ser mamulengo de Lula parecia boa coisa (desenho do leitor Boopo)

Que divertido! A um ano de disputar a reeleição, o prefeito Fernando Haddad (PT), conselheiro de Lula, obtém a sua pior marca na opinião dos moradores de São Paulo, segundo informa pesquisa Datafolha realizada na semana passada. Para 49% dos ouvidos, sua gestão é ruim ou péssima; apenas 15% afirmam ser ela boa ou ótima, e 34% a consideram regular.

E olhem que ele tem tentado de tudo, não é?, para reverter a impopularidade — menos, obviamente, cumprir as promessas de campanha. Haddad é hoje o Jânio Quadros das esquerdas descoladas e dos ricos que se querem conscientes: fica lançando factoides da suposta “nova política” (ciclofaixa, Paulista fechada para carros, diminuição da velocidade…) para ganhar o apoio de colunistas que se querem antenados.

É uma pena para ele que não sejam estes a eleger o futuro prefeito. Há sempre a hora em que esquerdistas lamentam que tenha de ser o povo a tomar decisões. É por isso que, desde a origem, esses valentes propuseram substituir a massa pelo partido. O segundo define tudo em nome da primeira, que trabalha. Em caso de revolta, fogo! Vejam o quadro.

Nunca achei que esse sujeito pudesse fazer um bom trabalho em São Paulo porque tem uma concepção autoritária de poder e porque está muito longe das reais necessidades da população. Não! Haddad não é um “elitista”. A elite designa os melhores, inclusive os melhores do povo. Ele é arrogante e acredita que pode governar a cidade apenas com o concurso das supostas vanguardas que reconhece como legítimas. É só um esquerdista bobo e pretensioso. Querem ver?

Em abril de 2013, segundo o Datafolha, só 14% achavam seu governo ruim ou péssimo; para 42%, era regular, e 31% diziam ser ótimo ou bom. Ele concedeu, então, uma entrevista à jornalista Joyce Pascowitch, da revista “Poder”. E se travou o seguinte diálogo:
Joyce – Notório por suas críticas ao PT, o colunista da Veja Reinaldo Azevedo tem chamado você de Supercoxinha, como um sujeito bom moço que quer ser super-herói. Que acha disso?
Haddad – Ah, você não vai me perguntar dele, vai? [Irritado.] Não frequento o ambiente virtual dele. Ele é uma caricatura de jornalista, né? Mas acho que para a esquerda é funcional a existência dessa figura. Faz muito bem pro nosso projeto! As pessoas veem o quão patética é a alternativa nesse momento. É como o pastor Silas Malafaia. Os ataques dele à minha campanha foram tão ridículos que acabaram me ajudando.

Viram só? A avaliação de sua gestão não era um espetáculo, mas ele se encontrava numa situação ainda confortável. A exemplo dos tiranos de butique do PT, tratava os críticos aos pontapés. Segundo Haddad, “para a esquerda”, eu era “funcional”. Vale dizer: se os companheiros me tinham como crítico, sinal de que estavam no caminho certo. Cheguei à conclusão, então, de que minhas críticas à sua gestão o ajudavam. Como sou um homem bom, continuei a ajudar Haddad, entendem? Dois anos e meio depois, os 14% de ruim e péssimo se tornaram 49%; e os 31% de ótimo e bom, apenas 15%.

Prometo continuar ajudando o grande sábio.

Como você vê, Haddad, estou fazendo a minha parte. Você é que não faz a sua e não cumpre o que prometeu. Não entrega as creches. Não entrega os corredores de ônibus. Não entrega as casas. Não entrega as obras na periferia.

Mais ricos e mais pobres
Os números evidenciam quão patético é Haddad. A sua pior avaliação está entre os mais pobres. Só 12% entre os que ganham até dois salários mínimos consideram sua gestão ótima ou boa — abaixo da média, que é de 15%. Mas, entre os mais ricos, com renda acima de 10 mínimos, aí a aprovação é de 23%. É claro que não é grande coisa também, mas os dados desmoralizam o tal governo vocacionado para os mais carentes, que seria a marca do PT.

Em julho do ano passado, quando o seu índice de ruim/péssimo chegou a 47%, escrevi o seguinte a respeito deste senhor:
“É uma avaliação justa? Justíssima! Haddad não governa a cidade para o conjunto da população. Sua administração é um mero balcão de demandas de supostos “movimentos sociais” e de grupos organizados que gritam mais — inclusive aquela “subintelectuália” de esquerda que o leva a adotar medidas destrambelhadas, que prejudicam a vida também dos mais pobres. Desde quando, no entanto, esses esquerdistas de universidade & boteco sabem o que quer o povo? Como diria Monteiro Lobato, da pobreza, não conhecem nem o trinco da porta.”

E mantenho a minha avaliação. Nunca um prefeito governou uma cidade de tantos para tão poucos. Haddad encarna o pior espírito do esquerdismo: administra para minorias mobilizadas e para o aparato ideológico que busca legitimá-las como as donas da cidade – e isso inclui amplos setores da imprensa paulistana, que transformaram, por exemplo, bicicleta em categoria de pensamento. E a coisa vai longe. Para se ter uma ideia, o Shopping Paulista substituiu a Estrela de Belém da árvore de Natal por uma “bike”, que é como se deve chamar uma bicicleta em “descoladês”. Eis aí: o petista do marketing daquela empresa resolveu pôr Cristo para pedalar.

Queda no apoio
Em setembro do ano passado, o Datafolha registrou que 80% eram favoráveis às ciclofaixas, e apenas 14%, contra. Nunca acreditei nesses números. Explico. Não acho que o instituto mentia. É que certas teses recebem tal apoio dos meios de comunicação, da imprensa em particular, e de outros entes que formam opinião e gosto (vejam lá o caso da árvore de Natal…) que o entrevistado mente ao dar uma resposta. Não quer ir na contramão do que dizem ser bom e óbvio. Com o tempo, ao perceber que outros, a exemplo dele, também se opõem à tal medida, então cria coragem.

Hoje, o apoio à ciclofaixa despencou de 80% para 56%, e a rejeição explodiu: de 14% para 39%. E a lógica indica que os números ainda são falsos. Como eu sei? Em um ano, cresceu a extensão das pistas exclusivas para bicicletas. Se é mesmo uma coisa boa, então o apoio deveria ter aumentado — ou, vá lá, ao menos se mantido. Parte da repulsa à ciclofaixa ainda se esconde em razão da patrulha. Se você clicaraqui, demonstro, como base da matemática, que menos de 1% usam as ciclofaixas ao menos três vezes por semana, o que explica aqueles desertos vermelhos e degradados cortando a cidade. Ah, sim: a pesquisa aponta que diminuiu a frequência com que o paulistano usa as ditas-cujas.

Querem ver outra medida que ainda está com números superestimados? Afirmam ser favoráveis ao fechamento da Paulista a carros e ônibus aos domingos 47% dos entrevistados, contra 43% que se dizem favoráveis. Como a margem de erro da pesquisa é de 3 pontos para mais ou para menos, há empate técnico. A decisão recebe uma cobertura unanimemente simpática dos grandes veículos de comunicação. Os usuários de ônibus, os mais pobres, que se danem! Os mais endinheirados querem ocupar a Paulista e manter na periferia os que são da… periferia! Em nome da modernidade!

Será que esses números indicam que Haddad está liquidado na disputa eleitoral do ano que vem? Deveriam indicar, sim! Para o bem de São Paulo. Mas pode não ser verdade, o que seria uma catástrofe. (REINALDO AZEVEDO).

Fonte: Veja.com

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