Dólar se firma em queda abaixo de R$3,90, à espera de Fed

Publicado em 28/10/2015 12:16

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar se firmou em queda abaixo de 3,90 reais no fim da manhã desta quarta-feira, após oscilar entre leves altas e baixas no início da sessão, com investidores evitando fazer grandes transações em meio às incertezas políticas e econômicas no Brasil e antes da decisão do Federal Reserve, banco central norte-americano, nesta tarde.

Às 12:25, o dólar recuava 0,78 por cento, a 3,8665 reais na venda. Na mínima da sessão, a moeda norte-americana caiu a 3,8653 reais e, na máxima, foi a 3,9101 reais.

"Com o giro fraco de negócios, qualquer operação maior pode intensificar a volatilidade", escreveu em nota a clientes o operador da corretora Correparti Guilherme Esquelbek.

Investidores têm ficado às margens do mercado nos últimos dias, afetados pelo quadro local incerto. O baixo volume de negócios, por sua vez, deixa o mercado mais sensível a operações pontuais.

Na véspera, o governo previu que o setor público consolidado fechará o ano com déficit primário de cerca de 50 bilhões de reais, mas esse número pode piorar ainda mais se houver frustração de receitas e contabilizar o pagamento das chamadas "pedaladas fiscais".

A deterioração das contas públicas do país tem alimentado preocupações com a possível perda do selo de bom pagador do país com outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's.

Nesta sessão, a proximidade do anúncio da decisão do Fed, às 16h (horário de Brasília), também servia de argumento para prudência. A expectativa é de que o banco central norte-americano mantenha sua taxa de juros perto de zero, o que tende a favorecer mercados emergentes, mas dê uma sinalização mais contundente sobre quando pretende dar início ao primeiro ciclo de aperto monetário em cerca de uma década.

"A comunicação do Fed tem sido mais ou menos contraditória: alguns diretores dizem que os juros sobem até o fim do ano, outros dizem que em 2016. O Fed deve aproveitar a oportunidade para clarear um pouco a perspectiva", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Nesse contexto, o dólar tinha leve queda em relação às principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

No início da tarde, às 14h, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, falará à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal sobre o mercado de câmbio, o que também deve atrair a atenção dos investidores.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou 9,727 bilhões de dólares, ou cerca de 95 por cento do lote total, que corresponde a 10,278 bilhões de dólares.

Em dezembro, vence o equivalente a 4,832 bilhões de dólares em contratos de swap cambial.

(Por Bruno Federowski)

Fonte: Reuters

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