Bovespa acompanha Wall St e tem a 3ª queda seguida, com prudência antes de Fed
Por Priscila Jordão
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa teve a terceira queda seguida nesta terça-feira, acompanhando o recuo das principais bolsas no exterior, com investidores operando com prudência antes de eventos relevantes para os negócios nesta semana, como a decisão de política monetária do Federal Reserve na quarta-feira.
O Ibovespa caiu 0,35 por cento, a 47.042 pontos, com Petrobras, Vale e bancos entre as pressões mais representativas. O giro financeiro do pregão foi de 5,9 bilhões de reais.
A agenda da semana reserva, além da decisão do Fed, o Produto Interno Bruto preliminar dos Estados Unidos no terceiro trimestre e reunião do Partido Comunista da China com metas para os próximos anos, assim como, na pauta local, ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Investidores esperam amplamente que não haja elevação da taxa de juros dos EUA nesta reunião do Fed, mas uma postura mais branda da autoridade monetária, em meio a preocupações com a possibilidade de a fraqueza na economia mundial contaminar a recuperação norte-americana, pode reforçar apostas de que a alta dos juros demore mais que o esperado, impulsionando os mercados acionários.
No noticiário local, o relator do projeto de lei que altera a meta do superávit primário deste ano disse que o governo reconhecerá déficit de 51,8 bilhões de reais diante do cenário de recessão, sem considerar as chamadas "pedaladas fiscais". O valor foi confirmado pelo governo após o fechamento do mercado.
DESTAQUES
=EMBRAER subiu 4,78 por cento, e fechou no maior nível da história, a 27,85 reais, após ter chegado a perder 1,66 por cento mais cedo, com o mercado digerindo os números da empresa no terceiro trimestre. O BTG Pactual reiterou recomendação de compra das ações após o resultado, apontando que o Ebitda veio em linha com as projeções do mercado. Os analistas esperam que o quarto trimestre seja robusto para a companhia, uma vez que ela disse esperar que haja geração livre de caixa nos três últimos meses do ano, reiterando sua estimativa anual de fluxo de caixa livre maior que 100 milhões de dólares negativos.
=GOL teve variação positiva de 0,28 por cento, depois de divulgar dados operacionais no terceiro trimestre mostrando queda de 3 por cento do yield, indicador que mede preços de passagens. O vice-presidente financeiro da companhia, Edmar Lopes, afirmou em teleconferência que há movimento de recuperação no segundo semestre, mas tênue.
=TIM PARTICIPAÇÕES perdeu 8,52 por cento, devolvendo alta de quase 6 por cento da véspera em meio a expectativas de uma união com a OI, que caiu 8,49 por cento. A TIM negou na véspera que estivesse em negociação com a Oi ou a LetterOne, que propôs um aporte na Oi em caso de uma união. Nesta terça, o ministro das Comunicações, André Figueiredo, disse que o governo brasileiro compreende que a consolidação do setor de telecomunicações faz parte do mercado, mas que definirá mecanismos para evitar concentração. Já o presidente do Conselho da Telecom Italia, dona da TIM, disse que a atualização do marco regulatório das telecomunicações no Brasil vai ser determinante para a TIM considerar uma fusão.
=PETROBRAS viu seus papéis perderem mais de 3 por cento, em novo dia de baixa dos preços do petróleo, com o agravamento das preocupações sobre um excesso de oferta global.
=JBS subiu 2,77 por cento, entre as maiores altas, após comentários do presidente do Conselho de Administração da companhia, Joesley Batista, afirmando que a empresa começará 2016 com baixo endividamento e pronta para "muitas aquisições".