Mercado já estima 10% de chances de que Fed só suba juros em 2017

Publicado em 20/10/2015 06:31

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) vem mantendo taxas de juros zero há 81 meses, agora, período ainda mais longo do que o da era pós-Depressão e Segunda Guerra Mundial. Os investidores nos mercados de títulos estão apostando que esse histórico indesejável será prolongado por tempo significativo.

Uma série de indicadores econômicos não muito animadores ajudou a conter as expectativas quanto aos juros nos Estados Unidos, depois que o Fed decidiu que não agiria em setembro, o que justifica ao menos em parte a postura cautelosa da instituição.

A maioria dos economistas e das autoridades econômicas ainda prevê pelo menos uma elevação nos juros este ano, e quatro mais em 2016. Pelo final de 2017, a taxa de fundos federais do Fed deve estar em cerca de 2,5%, de acordo com projeções dos dirigentes do banco central norte­americano em setembro. Diversos deles, entre os quais a chairwoman Janet Yellen, recentemente reiteraram que o cenário primário envolve elevar juros este ano.

Mas o mercado de títulos respondeu com um "calma lá". Há muito existe um descompasso entre os contratos futuros de juros e as projeções do Fed, mas neste final de ano a divergência se alargou ainda mais, e na semana passada dois dirigentes do Fed expressaram reservas quanto a um aperto da política monetária neste ano, o que sugere que existem cisões no primeiro escalão. Um descompasso como esse trará ou embaraços para o banco central norteamericano ou um choque desagradável e potencialmente desestabilizador para os mercados.

Os contratos futuros da taxa de fundos federais incorporam aos seus preços chances de apenas um terço de que o banco central norte­americano aumente seus juros este ano, e probabilidade um pouco maior, de 50%, de que esperem até depois da reunião do comitê de open market em março de 2016 para fazê­ lo. Os mercados indicam, de fato, que há cerca de 10% de chance de que o Fed decida esperar até 2017.

Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.

Fonte: Folha de S.Paulo

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