PT (Lula) pede a saída de Levy, Dilma diz que ele fica. E como ficamos nós?

Publicado em 19/10/2015 07:54

A imagem da semana: Joaquim Levy no avião

Por Lauro Jardim, em O Globo

Logo após o seu encontro com Dilma Rousseff nesta sexta-feira (16), em que reclamou do fogo amigo petista-lulista contra o ajuste fiscal, Joaquim Levy pegou um voo de carreira para o Rio, onde passaria o fim de semana

Exausto, dormiu durante o voo inteiro.

Na Veja

Dilma contesta presidente do PT: 'O ministro Levy fica'

Em entrevista concedida na tarde deste domingo em Estocolmo, na Suécia, a presidente Dilma Rousseff reiterou a permanência de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, classificou os rumores sobre sua saída do governo de "especulação" e disse que a opinião do presidente do PT, Rui Falcão, não é a opinião do governo. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Falcão disse que Levy deve deixar o cargo se não mudar os rumos da política econômica.

"O presidente do PT pode ter a opinião que ele quiser. Mas não é a opinião do governo", contestou Dilma. "Se eu disse que não é a opinião do governo, o ministro Levy fica", declarou a presidente.

A garantia de que Levy permanece no comando do Ministério da Fazenda foi feita na primeira entrevista de Dilma após a reunião realizada em Brasília na sexta-feira, quando cresceram os rumores sobre a suposta saída do ministro. Irritada com as perguntas sobre o assunto, a petista quis colocar um ponto final nas questões sobre o tema. "Ele (Levy) não está saindo do governo. Ponto. Eu não trato mais desse assunto", afirmou. "Qualquer coisa além disso está ficando especulativo. Vocês não farão especulação a respeito do ministro da Fazenda comigo."

Leia a notícia na íntegra no site da Veja

Em jantar com Dilma, Lula diz que Levy tem 'prazo de validade'

Em jantar com a presidente Dilma Rousseff na noite desta quinta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu mudanças na política econômica para sair da crise, defendeu o afrouxamento do ajuste fiscal e voltou a dizer que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem "prazo de validade". Os rumores sobre a saída de Levy do governo voltaram a surgir nesta sexta, especialmente à tarde, e contribuíram para a alta de quase 2% do dólar.

Levy e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, são alvos constantes do ex-presidente. O Diretório Nacional do PT vai se reunir no próximo dia 29, em Brasília, e cobrará, mais uma vez, a substituição do ministro da Fazenda, além de um "novo eixo" para a política econômica, com crescimento e distribuição de renda.

Na avaliação de Lula, não adianta o PT brigar para derrubar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se o governo não arrumar sua base parlamentar de apoio no Congresso e promover mudanças na economia.

Leia a notícia na íntegra no site da Veja

No G1

Na Suécia, Dilma diz que Levy fica

Presidente encontra primeiro-ministro da Suécia e tem reunião empresarial

A presidente Dilma Rousseff se encontrou na manhã desta segunda-feira (19) com o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löven, como parte da agenda oficial que ela cumpre no país escandinavo desde o sábado. Depois da conversa com Löven, a presidente participou de uma reunião do conselho empresarial Brasil-Suécia.

Ao longo do dia, a presidente terá uma série de compromissos em Estocolmo, como uma reunião com a prefeita da cidade, e depois em Linköping, onde visitará a Saab, empresa fabricante de aeronaves. À noite, ela vai para Helsinque, capital da Finlândia.

Leia a notícia na íntegra no site do G1

Na Folha de S. Paulo, em 16 de outubro (sexta-feira)

Lula defende demissão de Levy e 'política de não agressão' a Cunha

Durante reunião com a bancada de deputados do PT nesta quinta (15), o ex­presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a troca do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e pediu aos parlamentares uma política de não agressão ao presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB­RJ).

Segundo a Folha apurou, Lula pediu que os deputados petistas adotem uma postura alinhada à do Palácio do Planalto e que não provoquem o peemedebista e parem de "fazer disputa política pelos jornais".

Em um acordo negociado desde a semana passada, Planalto e PT garantiriam que o processo de cassação do mandato de Cunha, protocolado no Conselho de Ética por dois partidos, com a assinatura de metade da bancada do PT, não prosperaria. Em troca, Cunha não daria o pontapé inicial para abrir um processo de impeachment.

Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo

 

Lula, o diversionista, por VALDO CRUZ (da FOLHA em Brasília)

BRASÍLIA - Lula, acuado, tenta de tudo para fugir de sua agenda negativa. Sentindo o cheiro da Lava Jato chegar perto dos seus –familiares e amigos–, o petista mira no que reúne e anima sua tropa. Bater no ministro Joaquim Levy.

O ex-presidente não se conforma com o estado de ruindade da economia brasileira. Acredita piamente que a vida do PT, da presidente e a sua, apesar de toda lambança do petrolão, não estaria neste miserê todo se o país estivesse crescendo.

Só que, a cada dia, tudo fica pior. Até otimistas de plantão já falam que o cenário econômico só melhora no final do ano que vem. Daí, por instinto de sobrevivência, Lula desce a lenha sem dó na política econômica de Levy e estimula sua turma a fazer o mesmo.

Difícil saber até onde faz isto como estratégia diversionista ou se deseja, de fato, que sua criatura adote uma linha populista de estímulo ao crédito quando todos estão endividados. Ou é desespero mesmo.

Afinal, Lula defende que Henrique Meirelles assuma a cadeira de Levy. Uma troca que não traria nenhuma guinada na política econômica. Pelo contrário, seria uma continuidade em doses mais salgadas.

Enfim, Lula tenta salvar o que pode de seu legado e, para tal, pressiona sem rodeios sua criatura a mudar o que considera equivocado.

Até pouco tempo, reclamava que ela não lhe dava ouvidos. Agora, com a crise em altíssima voltagem, sente que o clima mudou e ela passou a ceder a suas pressões.

Como na troca da Casa Civil. Depois de relutar, trocou Aloizio Mercadante por Jaques Wagner, o nome certo para o posto, mas que deveria ter chegado lá um pouco mais cedo.

A batalha agora parece ser na economia. Neste domingo, ela deu um chega para lá no lulista Rui Falcão, que pediu em público a cabeça de Levy. Foi além. Disse concordar com sua política econômica. Só que tudo pode não passar de puro diversionismo dilmista. A conferir. 

Fonte: Veja + G1 + Folha de S. Paulo

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