Levy não entrega carta e segue no cargo, mesmo insatisfeito
Terminou no final da tarde, depois de três horas, a reunião da Junta Orçamentária do governo no Palácio da Alvorada. Joaquim Levy (Fazenda) não entregou a Dilma Rousseff a carta de demissão que redigiu entre a noite de quinta e a manhã desta sexta-feira e discutiu com aliados.
Houve discussões sobre o Orçamento deste ano e o de 2016, segundo participantes do encontro. Os ministros debatem formas de adequar a necessidade de cumprir a meta fiscal e, ao mesmo tempo, não incorrer em irregularidades apontadas pelo TCU, como as pedaladas.
O titular da Fazenda e os demais ministros dividiram missões para a aprovação de medidas no Congresso.
Antes mesmo da reunião, aliados que acompanharam a disposição de Levy de sair por conta da artilharia política a que está submetido consideravam a possibilidade de ele não efetivar a saída.
Na discussão da Junta Orçamentária, os ministros discutiram formas de adequar as contas públicas às novas exigências do TCU. Marcaram novas reuniões para a semana que vem para discutir pagamentos ao BNDES e novas formas de se relacionar com os bancos públicos.
Um país parado
De um alto executivo do mercado financeiro: "A incerteza na política é a certeza na economia". A certeza de que o país continuará parado.
A propósito, a questão fiscal do Brasil entrou definitivamente em segundo plano nas prioridades do governo.
O país está perdendo um tempo precioso.
Na Reuters : Levy não comenta se escreveu carta de demissão à presidente Dilma Rousseff
BRASÍLIA (Reuters) - Ao ser questionado se escreveu uma carta de demissão à presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não fez nenhum comentário, permanecendo calado.
O ministro chegou há pouco na sede do Ministério de Fazenda após participar de reunião com a presidente Dilma e foi cercado por vários jornalistas, após a coluna Radar da revista Veja informar, em seu site, que o ministro teria preparado uma carta de demissão.
(Reportagem de Marcela Ayres; Texto de Patrícia Duarte)
Na Veja (16h57): Levy redigiu carta de demissão e se reunirá com Dilma
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, preparou uma carta de demissão e deve apresentar o pedido ainda nesta sexta-feira à presidente Dilma Rousseff.
Aliados de Levy e ministros de Dilma ainda contam, no entanto, com a possibilidade de que a presidente peça para ele permanecer no cargo e conduzir uma transição para um novo comandante da economia –uma vez que ela ainda não tem um nome definido para assumir o posto.
A gota d’água para a decisão do ministro, segundo quem acompanhou seu processo de decisão, foi a insistência do ex-presidente Lula em fritá-lo e a falta de empenho do governo em aprovar a CPMF, considerada vital para o ajuste das contas de 2016.
O tom da carta de Levy é neutro e cordial, e pessoas próximas não descartam a possibilidade de, após conversar com Dilma, o ministro permanecer no posto por mais algum tempo.