Mercado de trabalho nos EUA fortalece, mas dólar alto pesa, diz Livro Bege do Fed
WASHINGTON (Reuters) - Os mercados de trabalho dos Estados Unidos continuaram fortalecendo, mas com pouco impacto sobre o crescimento dos salários, enquanto a manufatura está sofrendo com a recente alta do dólar, informou nesta quarta-feira o Federal Reserve, banco central norte-americano.
De maneira geral, a atividade econômica dos EUA continuou expandindo modestamente entre meados de agosto e o início de outubro, segundo o Livro Bege do Fed, que compila informações sobre a atividade de negócios coletadas em todo o país.
O banco central norte-americano informou que as condições industriais estão "morosas, de maneira geral", com a desaceleração da China assumindo papel secundário em relação à alta do dólar como o obstáculo mais imediato.
"Alguns distritos citam o dólar forte como um fator que pressiona a atividade industrial, assim como os gastos com turismo", segundo o relatório. Particularmente, o setor siderúrgico permaneceu fraco, uma vez que a apreciação da moeda norte-americana aumentou a competição de importações, especialmente da China.
O Fed informou que os mercados de trabalho fortaleceu na maior parte dos distritos, com alguns relatos de falta de mão de obra, particularmente qualificada.
No entanto, em sinal preocupante no momento em que o banco central continua a avaliar um aumento de juros pela primeira vez em quase uma década, os relatos de ganhos salariais foram "em sua maioria contidos", com apenas "relatos dispersos" de pressões salariais. Estas se concentraram entre trabalhadores de alta capacitação, disse o Fed.
Um distrito, o Fed de Filadélfia, relatou crescimento relativamente maior em vagas de meio período e temporárias, em comparação com posições de período integral, e Dallas informou que as demissões no setor de energia continuam.
O relatório foi compilado pelo Fed de Nova York com informações coletadas até 5 de outubro de 2015.
(Reportagem de Lindsay Dunsmuir)