Dólar volta a subir após ir abaixo de R$3,80, com nervosismo sobre cena política

Publicado em 07/10/2015 15:52

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar anulou a queda e passou a subir ante o real nesta quarta-feira, com investidores voltando a comprar divisas após três dias de queda firme, nervosos com as perspectivas políticas após o Congresso encerrar a sessão em que votaria vetos presidenciais com impacto sobre as contas públicas.

Às 15:44, o dólar avançava 0,79 por cento, a 3,8734 reais na venda. Na mínima do dia, chegou a 3,7880 reais, menor patamar intradia desde 9 de setembro (3,7671 reais) e, na máxima, alcançou 3,8865 reais.

Nas três sessões anteriores, a moeda norte-americana havia acumulado queda de 3,99 por cento contra o real.

"Quem tinha vendido (dólares) nos últimos dias está comprando hoje. Ninguém quer pagar para ver se os problemas políticos vão se resolver", disse o operador de uma corretora nacional.

Pelo segundo dia seguido, não houve quórum de deputados e o Congresso Nacional adiou novamente sessão em que analisaria os vetos presidenciais. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), havia afirmado mais cedo que, caso a sessão conjunta entre senadores e deputados fosse novamente cancelada por falta de quórum, caberia ao Executivo articular melhor sua base.

O cenário político é ainda mais complicado pela análise das contas do governo de 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU), marcada para esta tarde e que recebeu sinal verde do Supremo Tribunal Federal. O julgamento pode abrir espaço para o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Com isso, o real se descolou de outros mercados emergentes, onde o dólar recuava. Nos últimos dias, uma rodada de indicadores econômicos fracos sobre os Estados Unidos alimentou as apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode esperar mais antes de dar início ao aperto monetário, o que aconteceria só em 2016.

A manutenção de juros perto de zero na maior economia do mundo pode sustentar a atratividade de investimentos em países como o Brasil, que pagam juros elevados.

"Investidores estão mostrando clara preferência por risco devido a expectativas de que o Fed não mude sua política monetária por enquanto", escreveram mais cedo analistas do Scotiabank em nota a clientes.

O Banco Central brasileiro deu continuidade nesta manhã à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou 2,558 bilhões de dólares, ou cerca de 25 por cento do lote total, que corresponde a 10,278 bilhões de dólares.

(Por Bruno Federowski)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Arthur Lira acena para avanço de projetos sobre “Reciprocidade Ambiental”
CMN amplia prazo para vencimento de crédito rural em cidades do RS atingidas por chuvas
Ibovespa fecha em alta à espera de pacote fiscal; Brava Energia dispara
Macron e Biden dizem que acordo de cessar-fogo no Líbano permitirá retorno da calma
Fed cita volatilidade e dúvidas sobre taxa neutra como motivos para ir devagar com cortes, diz ata
Gabinete de segurança de Israel aprova acordo de cessar-fogo com o Líbano
undefined