Poupança tem saída de R$ 5,29 bilhões em setembro, a maior perda da história

Publicado em 06/10/2015 22:08
Na VEJA.com:

O valor de saques da poupança superou o de depósitos em 5,29 bilhões de reais em setembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Banco Central (BC). No acumulado do ano até o mês passado, o total resgatado dessa aplicação foi de 53,79 bilhões de reais. Nos dois casos (para o mês de setembro e no acumulado do ano), são os maiores volumes de retiradas desde 1995, quando a instituição começou a compilar as informações disponíveis.

Até então, o pior setembro para a caderneta havia sido em 2000. Na ocasião, o resultado ficou negativo em 1,85 bilhão de reais. O resultado deste ano até agora também é significativo: pela primeira vez desde 2003 se vê um volume de resgates maior do que o de aplicações em todos os meses de um ano de janeiro a setembro.

Com o resultado de setembro, o saldo total da poupança ficou em 644,04 bilhões de reais, já incluindo os rendimentos do período, no valor de 4,22 bilhões de reais. Os depósitos na caderneta somaram 158,17 bilhões de reais no mês passado, enquanto as retiradas foram de 163,47 bilhões de reais.

A situação de setembro só não foi pior porque, no último dia do mês, a quantia de aplicações foi 4,16 bilhões de reais maior do que a das retiradas. Até o dia 29, o saldo da caderneta estava no vermelho em 9,45 bilhões de reais. É comum ocorrer um aumento dos depósitos no último dia de cada mês por conta de aplicações programadas já por investidores com seus próprios bancos.

Em janeiro passado, o resultado ficou negativo em 5,5 bilhões de reais e, em fevereiro, em 6,3 bilhões de reais. Em março, os resgates superaram os depósitos em 11,4 bilhões de reais e, em abril, em 5,8 bilhões de reais. Em maio, o saldo ficou no vermelho em 3,2 bilhões de reais e, em junho, em 6,3 bilhões de reais. Em julho, o volume de saques ficou 2,45 bilhões de reais maior do que as aplicações e, em agosto, em 7,50 bilhões de reais. O resultado negativo de março foi o pior para qualquer mês da série histórica do BC iniciada em 1995.

Novos investidores
Na quinta-feira passada, o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, disse haver evidências de que boa parte dos saques de poupança vistos desde o início do ano é de um grupo considerado como “novos investidores”, que tinham escolhido a caderneta no passado como uma forma de aplicação em um momento de maior rentabilidade da poupança.

“Os saques recentes da poupança não mudam sua perspectiva de que se trata de um funding bastante estável”, afirmou o diretor. “O depósito de poupança é estável tradicionalmente. Mesmo quando há migração, o depósito de poupança – mais a rentabilidade – tem estabilidade grande historicamente, mesmo em momentos de alta de juros. É muito estável”, reforçou.

Remuneração
Essa fuga da poupança tem ocorrido, entre outros motivos, porque, com a recessão econômica, sobram menos recursos dos trabalhadores para investimentos. Além disso, com um cenário de juros e dólar altos, outros investimentos tornam-se mais atrativos. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) – esse cálculo vale para quando a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano, está acima de 8,5% ao ano.

Por conta dessa sangria na poupança vista desde o início do ano, o setor imobiliário passou a reclamar de falta de recursos para financiamentos de casas e apartamentos. Para minimizar esse quadro, o BC decidiu, em maio, liberar os bancos para usar 22,5 bilhões de reais dos depósitos da poupança que são obrigados a manter na instituição para desembolsos nas operações de financiamento habitacional e rural.

 

Na América Latina, Brasil só não está pior do que a Venezuela: FMI dobra previsão de queda no PIB para 3%

Na VEJA.com:

O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou nesta terça-feira as perspectivas para o desempenho da economia brasileira tanto para este como para o próximo ano. Para 2015, a instituição dobrou a previsão de queda no Produto Interno Bruto (PIB), de 1,5% para 3%. Para 2016, a projeção foi reajustada de crescimento de 0,7% para recuo de 1%. As informações constam do relatório “Perspectiva Econômica Global” da instituição divulgado hoje.

“No Brasil, a confiança de empresários e consumidores continua retraindo em grande parte pela deterioração das condições políticas, o investimento está diminuindo rapidamente e a necessidade de aperto na política macroeconômica está colocando pressão negativa sobre a demanda doméstica”, diz o FMI.

Na América Latina, as previsões do Brasil só não são piores do que as da Venezuela, cujas estimativas para o PIB são de contração de 10% e 6%, em 2015 e 2016, respectivamente. Segundo as projeções, o país também deve apresentar um resultado pior do que o da América do Sul no período, que deve encolher 1,5% e 0,3%, no geral. Já a Argentina deve crescer 0,4% neste ano para depois encolher 0,7% em 2016.

As estimativas do fundo são iguais a da agência de classificação de risco Moody’s e maiores do que as feitas por agentes de mercado consultados pelo Banco Central. Segundo último boletim Focus, o PIB brasileiro deve encolher 2,85% neste ano e 1% no próximo.

Para os mercados emergentes e economias em desenvolvimento como um todo, a expectativa do FMI é de crescimento de 4% em 2015, acelerando o ritmo de expansão para 4,5% no ano que vem. Os números para as economias emergentes foram ajustados ligeiramente para baixo na comparação com as projeções feitas em julho, de expansão de 4,2% e 4,7%, respectivamente.

Segundo o FMI, o crescimento dos países emergentes em 2016 reflete principalmente a recessão menos profunda ou a normalização parcial das condições em países com a situação econômica precária, como Brasil, Rússia e alguns países da América Latina e do Oriente Médio. Além disso, efeitos da recuperação mais forte da atividade em economias desenvolvidas e o afrouxamento das sanções ao Irã também devem influenciar nesse processo.

Inflação – A instituição vê a inflação brasileira desacelerando em 2016, mas ainda longe do centro da meta, de 4,5% pelo

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A previsão é que os preços devem subir 8,9% em 2015 e 6,3% em 2016. Na tentativa de conter a alta nos preços, o Banco Central já elevou a taxa básica de juros (a Selic) a 14,25% e deve manté-la nessa patamar até a inflação começar a convergir para dentro da meta até o fim do próximo ano.

A projeção do FMI para a taxa de desemprego no Brasil é de 6,6% em 2015, subindo para 8,6% em 2016. O fundo estima ainda que o déficit em conta corrente do país ficará em 4% do PIB neste ano e em 3,8% em 2016.

 

Produção de veículos cai 42,1% em um ano, diz Anfavea

Na VEJA.com:

A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro caiu 19,5% em setembro na comparação com agosto e recuou 42,1% ante o mesmo mês do ano passado, divulgou nesta terça-feira a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No nono mês do ano, foram produzidos 174.240 veículos no país. Com o resultado, a produção acumula queda de 20,1% no ano, em relação ao mesmo período de 2014.

Considerando apenas automóveis e comerciais leves, a produção em setembro chegou a 166.694 unidades, baixa de 20,8% em relação a agosto e recuo de 41,8% ante setembro de 2014. No mês passado, foram produzidos 146.699 automóveis e 19.995 comerciais leves. Com isso, a produção de autos e leves acumula queda de 18,6% no período de janeiro a setembro deste ano contra igual intervalo do ano passado.

A produção de caminhões, por sua vez, avançou 14,5% em setembro na comparação com agosto e recuou 50,6% ante o mesmo mês do ano passado. Já no caso dos ônibus, foram produzidas 1.727 unidades em setembro, alta de 54,2% na comparação com agosto e recuo de 37,9% ante setembro do ano passado.

Vendas – As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caíram 3,5% em setembro na comparação com agosto e 32,5% ante o mesmo mês do ano passado, segundo a Anfavea. No nono mês de 2015, foram emplacadas 200.077 unidades em todo o país. Com o resultado, os licenciamentos acumulam queda de 22,7% no período de janeiro a setembro ante igual período de 2014.

Exportações – As exportações em valores de veículos e máquinas agrícolas somaram 834,042 milhões de dólares em setembro, alta de 0,7% na comparação com agosto, mas recuo de 9,7% ante o mesmo mês do ano passado. Com o resultado, as vendas externas em valores acumulam recuo de 10,8% em 2015 até setembro em relação a igual período do ano passado.

Previsão – A Anfavea também anunciou uma nova revisão para baixo de suas projeções para produção e vendas de veículos novos 2015 ante 2014. Foi a terceira revisão feita pela entidade somente este ano.

A associação espera agora que a venda total de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos totalize 2,540 milhões de unidades em 2015, volume 27,4% menor do que as 3,498 milhões vendidas em 2014. Até então, a entidade previa queda de 20,6% nos emplacamentos em 2015 ante 2014.

Com a retração prevista para os emplacamentos, a Anfavea passou a projetar que a produção total de veículos vai totalizar 2,418 milhões de unidades neste ano, o equivalente a tombo de 23,2% na comparação com as 3,146 milhões produzidas em 2014. Até então, a associação previa recuo de 17,8% na fabricação de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no período.

 

Moody’s: situação fiscal e Lava Jato pioram qualidade do crédito no Brasil

Na VEJA.com:

A deterioração do quadro fiscal, a instabilidade política e os desdobramentos da Operação Lava Jato vão continuar afetando negativamente a qualidade do crédito de emissores do setor público e privado do país ao longo de 2016, diz relatório da agência de classificação de risco Moody’s divulgado nesta terça-feira.

Esse conjunto de fatores deve agravar a perda nos níveis de emprego, massa salarial e consumo, o que motivou a Moody’s a projetar uma retração de 3% no Produto Interno de Bruto (PIB) deste ano, e de 1% em 2016. Segundo o último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a previsão do mercado é de queda de 2,85% em 2015 e de 1% no próximo ano.

“Não vemos como a posição fiscal do Brasil pode melhorar no curto prazo devido à falta de consenso político, que tem impedido a administração atual de gerar superávits primários suficientemente grandes para conter o avanço do nível de endividamento”, afirmou Mauro Leos, vice-presidente e analista sênior da Moody’s em evento, em São Paulo. “Não acreditamos que o Brasil possa alcançar crescimento real de 2% e superávits primários de pelo menos 2% do PIB até 2017-2018, o que é necessário para estabilizar a relação dívida/PIB.”

Como resultado, o perfil de crédito de emissores da maioria dos setores no Brasil será pressionado pela demanda mais fraca, aumento nos custos de empréstimos, elevação da inadimplência e investimentos menores, de acordo com o relatório.

Leos também afirmou que o país pode ser rebaixado pela agência se o governo não conseguir reequilibrar as suas contas ou se a instabilidade política piorar.

Petrobras - A Moody’s também prevê que os preços fracos do petróleo, metais e produtos agrícolas vão prejudicar o desempenho operacional da Petrobras, da Vale e de outros produtores de commodities. Além disso, a recessão brasileira e o baixo nível de confiança dos consumidores devem pressionar a demanda nos setores de telecomunicações, construção e de empresas aéreas, mas a fraqueza do real deverá beneficiar exportadores de proteína e de produtos florestais, segundo a agência.

“E mesmo companhias de infraestrutura não associadas à Petrobras enfrentarão custos mais elevados de financiamento, uma vez que a alta dos juros nos mercados global e doméstico, aliada à preocupação dos investidores com a posição fiscal do país, limita o acesso aos mercados internacionais”, diz a Moody’s.

A agência também avalia que os riscos também estão aumentando para os bancos brasileiros, diante da alta nas taxas de inadimplência e da rentabilidade pressionada, embora o setor bancário esteja adequadamente capitalizado e deva ser capaz de absorver eventuais perdas.

 

 

Levy machucado (coluna RADAR)

Levy apareceu machucado em reunião com senadores

Chamou a atenção dos senadores que se reuniram com o ministro Joaquim Levy (Fazenda) nesta terça-feira um machucado na boca que o titular da Fazenda tentava esconder.

Além de estar com os lábios cortados, o ministro exibia dois dentes escuros quando sorria. Quando os fotógrafos foram chamados para registrar a reunião, Levy fez questão de esconder a boca com a mão.

Constrangidos de perguntar para o auxiliar de Dilma Rousseff a razão do ferimento, senadores brincavam entre si que Levy teria sido “nocauteado” pelas críticas do PT à política econômica.

Fonte: veja.com

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