Parceria Transpacífico pode reduzir exportação do Brasil em até 2,7%
O acordo entre Estados Unidos e Japão e outros dez países pode encolher as exportações brasileiras em até 2,7%, segundo estudo dos pesquisadores Vera Thorstensen e Lucas Ferraz, da Escola de Economia da FGV.
O cenário considera a eliminação das taxas de importações e de pelo menos 50% das barreiras não tarifárias —padronizações de produto conflitantes, por exemplo.
As exportações brasileiras são afetadas, segundo o estudo, porque os produtos vendidos entre os países envolvidos no tratado ficarão comparativamente mais baratos.
Hoje as economias que formam o TTP recebem quase um quarto dos embarques brasileiros ao exterior. Nos manufaturados, o porcentual chega a 35%, por causa do mercado americano.
Analistas preveem que, com a entrada em vigor do TTP, os EUA devem concentrar seus esforços na negociação de outro megaacordo com a União Europeia, a Ttip (Parceria Transatlântica). "Se este fechar, asfixia o Brasil", diz José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.
Inclusão da China em acordo comercial do Pacífico aumentaria sua importância, diz premiê
Por Linda Sieg e Kaori Kaneko
TÓQUIO,. (Reuters) - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, comemorou o acordo entre países do Pacífico fechado nos Estados Unidos na segunda-feira, que vai liberalizar o comércio em 40 por cento da economia mundial e disse que incluir a China no futuro vai aumentar sua importância estratégia.
"A Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) estabelece um sistema econômico internacional livre, justo e aberto com países que compartilham dos valores básicos de liberdade, democracia, direitos humanos básicos e do Estado de direito", disse Abe em entrevista televisionada nacionalmente.
"Contribuiria muito para a segurança de nosso país e para a estabilidade regional da Ásia-Pacífico, e teria significado estratégia significativo, se a China se juntasse ao sistema no futuro."
Doze países da costa do Pacífico fecharam o mais ambicioso pacto comercial em uma geração, embora ele enfrente o ceticismo de parlamentares dos Estados Unidos, que podem votar contra o acordo.
Se aprovado, o TPP vai reduzir barreiras comerciais e determinar padrões comuns do Vietnã ao Canadá.
Acordo comercial histórico de países do Pacífico enfrenta ceticismo de parlamentares dos EUA
Por Krista Hughes e Kevin Krolicki
ATLANTA (Reuters) - Os Estados Unidos e outros 11 países da costa do Pacífico chegaram ao mais abrangente acordo comercial em uma geração, com o objetivo de liberalizar o comércio em 40 por cento da economia mundial, em um acordo que enfrenta ceticismo dos parlamentares dos Estados Unidos.
A Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) é o mais ambicioso pacto de comércio em uma geração e pode remodelar indústrias e influenciar o custo de produtos desde queijos a tratamentos contra o câncer, apresentando questões fundamentais para empresas farmacêuticas e montadoras.
Negociadores exaustos trabalharam sem parar no fim de semana para solucionar questões difíceis como direitos de monopólio para novas drogas biotecnológicas. Uma demanda da Nova Zelândia por maior acesso para suas exportações de laticínios só foi acordada às 6h00 (horário de Brasília) desta segunda-feira.
Se aprovado, o acordo vai levar ao corte de barreiras comerciais e determinação de padrões comuns para uma região que se estende do Vietnã ao Canadá. O pacto pode ainda ser uma vitória para o presidente Barack Obama, que vai promovê-lo na terça-feira, em apresentações a líderes empresariais em Washington.
Parlamentares nos EUA e em outros países da TPP precisam aprovar o acordo, que deve reduzir ou eliminar tarifas em quase 18 mil categorias de produtos.
A reação inicial dos parlamentares norte-americanos, incluindo democratas e republicanos, variou de cautelosa a cética.
O senador de Vermont Bernie Sanders, um pré-candidato Democrata à presidência, alertou que o acordo custaria empregos e prejudicaria consumidores. "No Senado, eu farei tudo que puder para combater o acordo TPP", escreveu no Twiter.
Muitos democratas e grupos trabalhistas temem que a TPP significará perdas de empregos na indústria e leis de proteção ambiental mais fracas.
O senador Orrin Hatch, um poderoso republicano que lidera o Comitê de Finanças do Senado, também estava cauteloso.
"Eu temo que este acordo parece fadado a não atingir seu objetivo", disse Hatch, que pediu ao governo Obama para manter a linha com as proteções à propriedade intelectual, incluindo medicamentos.
Os parlamentares dos EUA têm o poder de revisar o acordo e lançar uma votação "sim ou não", não mas não podem propor emendas.
(Reportagem adicional de Richard Cowan e Ana Isabel Martinez)