Economia global perde força com fraqueza das indústrias chinesa e europeia
Por Sumanta Dey e Ian Chua
BANGALORE/SYDNEY (Reuters) - A economia mundial perdeu ímpeto em setembro, com o vasto setor industrial da China encolhendo novamente e o crescimento da indústria na zona do euro enfraquecendo ligeiramente, ambas devido ao declínio na demanda global.
As mais recentes pesquisas na Ásia e Europa pintam um quadro obscuro e devem levar a mais pedidos aos bancos centrais de todo o mundo por mais afrouxamento das políticas monetárias.
"Os dados provavelmente ampliam o cenário para mais estímulos em certas partes do mundo, especialmente do banco central da China e do Banco Central Europeu (BCE)", disse o economista do Investec Philip Shaw.
"Aquelas economias que estão em trajetórias menos avançados do ciclo de recuperação --sendo o exemplo principal a zona do euro, onde vemos mais desinflação-- podem descobrir que mais estímulo é admissível."
As pesquisas Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) dos setores de serviços e indústria da China mostraram que a segunda maior economia do mundo pode estar desacelerando mais rapidamente do que anteriormente imaginado, com cortes mais profundos nos empregos.
Tomados juntos com a forte queda do mercado de ações de Xangai e com a desvalorização inesperada do iuan, os dados revelam a dificuldade para as autoridades tirarem a economia chinesa de sua maior desaceleração em décadas.
"Dois meses seguidos de contração do setor industrial com mercado acionário em queda sugerem que o crescimento da China no terceiro trimestre deve ter desacelerado para 6,4 por cento", disseram economistas da ANZ.
Na zona do euro, onde o banco central já realiza há seis meses compras de ativos de 1,1 trilhão de euros, os preços aos consumidores recuaram de novo em setembro, segundo preliminar divulgada na quarta-feira.
Combinado com o PMI que mostrou que o crescimento da indústria enfraqueceu ligeiramente no mês passado, com enfraquecimento das novas encomendas e da produção, pode levar o BCE a expandir seu programa de estímulo.
Autoridades do BCE, lideradas pelo presidente Mario Draghi, têm indicado que o esquema de compras de títulos de 60 bilhões de euros por mês pode ser elevado em tamanho ou prorrogado se a inflação não atingir a meta de quase 2 por cento mesmo em 2017.