Dívida pública sobe 3,16% em agosto, para R$ 2,68 trilhões
A dívida pública federal, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, cresceu 3,16% em agosto deste ano, para R$ 2,68 trilhões, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (28) pela Secretaria do Tesouro Nacional. Em julho, o endividamento público estava em R$ 2,6 trilhões.
Os números oficiais mostram que o aumento da dívida em agosto deste ano está relacionado à apropriação de juros (juros que não são pagos e passam a fazer parte da dívida) sobre o estoque do endividamento brasileiro; com a emissão líquida de títulos públicos (o governo pegou mais recursos emprestados do que pagou dívidas já feitas); e também com a alta do dólar, que contribuiu para o aumento da dívida externa – que é na moeda estrangeira e, portanto, fica maior quando a cotação da moeda sobe frente ao real.
No mês passado, foram emitidos R$ 66,11 bilhões em papéis da dívida federal (ou seja, o governo pegou emprestado), ao mesmo tempo em que foram resgatados (pagos) R$ 20,67 bilhões. Com isso, a chamada emissão líquida (acima dos vencimentos) somou R$ 45,44 bilhões. Ao mesmo tempo, as despesas com juros totalizaram R$ 36,89 bilhões.
Somente a dívida externa subiu R$ 5,5 bilhões no mês passado, principalmente por conta da alta do dólar – apesar do resgate de R$ 4,52 bilhões no mês passado. Parte deste resgate líquido do mês passado se deveu ao fato de o Tesouro ter exercido a opção de recompra de US$ 1,15 bilhão em global 2040 (títulos da dívida externa com vencimento em 2040).
Leia a notícia na íntegra no site do G1
Na Reuters: Dívida pública sobe em agosto por emissões líquidas de títulos e juros
BRASÍLIA (Reuters) - A dívida pública em títulos federais aumentou 3,16 por cento em agosto ante julho, influenciada por emissão líquida de papéis e incorporação de juros, informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira.
A parte da dívida formada por papéis da dívida interna avançou 3,10 por cento no mês passado em comparação ao mês imediatamente anterior, atingindo 2,552 trilhões de reais.
Já a dívida externa, subiu mais, 4,35 por cento, encerrando agosto com estoque de 134,32 bilhões de reais numa alta puxada pela valorização do dólar frente ao real no período.
Em agosto, o governo exerceu sua opção de compra do Global 40 em operação no montante de 1,156 bilhão de dólares em valor de face do papel.
Considerando o estoque total, a dívida registrou emissão líquida de títulos federais de 45,44 bilhões de reais e a incorporação de juros de 36,888 bilhões de reais, conforme dados do Tesouro.
VOLATILIDADE
O mês de setembro está sendo marcado pelo aumento da volatilidade nos mercados, devido a uma conjunção de fatores abrangendo a decisão da agência de classificação de risco Standard&Poor's de retirar o selo de bom pagador do Brasil por piora persistente das finanças públicas.
A tensão aumentou nos últimos dias por desconfianças de que a crise política é fator que dificulta o controle das contas públicas, com o dólar disparando, superando 4 reais, e levando o Banco Central e o Tesouro Nacional a adotarem atuação conjunta para tentar reequilibrar os mercados financeiros.
Em meio a esse cenário, o Tesouro anunciou um programa de leilões extraordinários de compra e de venda de Notas do Tesouro Nacional-Série F (NTN-F) até 2 de outubro.
Com o cenário mais difícil devido a complicações internas e risco de um segundo rebaixamento da nota de crédito soberano do país, a tendência é de encarecimento do financiamento da dívida e de aumento da dívida flutuante vinculada à taxa Selic.
(Por Luciana Otoni)