Dólar sobe e volta a R$ 4 por aversão a risco no exterior, mas atuação do BC limita o avanço
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia e voltava a 4 reais nesta segunda-feira, refletindo o ambiente de aversão a risco nos mercados externos, mas a forte presença do Banco Central no mercado, aliada à ação do Tesouro Nacional no mercado de títulos, limitava a alta.
Às 10:28, o dólar avançava 0,81 por cento, a 4,0080 reais na venda. A moeda norte-americana chegou a renovar durante a semana passada o recorde intradia, a quase 4,25 reais, mas anulou praticamente todo esse avanço nos dias seguintes, terminando a semana com alta de apenas 0,44 por cento e abaixo de 4 reais.
Na máxima desta sessão, o dólar chegou a 4,0150 reais, alta de cerca de 1 por cento.
Analistas do Scotiabank ressaltaram, em nota a clientes, que os mercados financeiros adotavam uma "mentalidade defensiva" nesta sessão, no início de uma semana marcada por declarações de uma série de autoridades do Federal Reserve, banco central norte-americano, bem como a divulgação dos dados de mercado de trabalho da maior economia do mundo na sexta-feira.
Pesavam ainda preocupações com o crescimento econômico mundial, especialmente em relação à China e economias emergentes, que vêm reduzindo o apetite por ativos de risco. Esse movimento, que ganhou combustível nesta sessão com o tombo das bolsas europeias, levava o dólar a fortalecer contra as principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
No cenário doméstico, operadores mantinham os olhos grudados na estratégia de atuação do BC e do Tesouro Nacional, que na semana passada interrompeu uma espiral negativa de pressão cambial. Só nas três últimas sessões, o BC atuou dez vezes --incluindo leilões de swaps para rolagem--, mas nunca no mercado à vista vendendo dólares das reservas internacionais.
No fim de semana, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o governo está "extremamente" preocupado com a alta do dólar por conta de empresas endividadas na moeda norte-americana, mas afirmou que as reservas internacionais do país impedem que haja uma "disruptura" por conta do câmbio.
Operadores não descartavam, no entanto, a possibilidade de novas ondas de volatilidade no câmbio.
"De um lado, há a leitura de que a fala de Dilma coloca em sintonia o Planalto com o BC e o Tesouro Nacional... De outro, o discurso da presidente poderá abrir a possibilidade de o mercado testar o BC, uma vez que os investidores especulariam qual o ponto em que a autoridade monetária iniciaria o uso das reservas", disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.
Até agora, o BC anunciou para esta sessão apenas o tradicional leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
(Por Bruno Federowski)
Dólar opera em alta após semana de recordes e volta a bater em R$ 4
O dólar opera em alta nesta segunda-feira (29), e volta a alcançar os R$ 4, depois de uma semana agitada em que a moeda bateu recordes seguidos e chegou a ser cotada a R$ 4,24.
Às 9h50, o dólar era vendido a R$ 3,9930, em alta de 0,44%. Mais cedo, chegou a ser vendida a R$ 4,0088.
Na sexta-feira, a moeda fechou em baixa, após sessão instável em que chegou a ser cotado abaixo de R$ 3,90. A divisa norte-americana caiu 0,39%, a R$ 3,9757. Na semana, o dólar subiu 0,44% - após passar dois dias acima de R$ 4. No mês e no ano, há alta acumulada de 9,61% e 49,54%, respectivamente.
Preocupação - No sábado (26), a presidente Dilma Rousseff comentou a disparada da cotação do dólar e disse que o governo está "extremamente preocupado" com o fato de haver empresas com dívidas na moeda americana. Ela enfatizou, no entanto, que o Brasil tem "reservas suficientes". Dilma conversou com jornalistas em Nova York, após participar de uma reunião com lideres da Índia, Alemanha e Japão.
"Estamos extremamente preocupados, porque tem empresas endividadas em dólar. Então o governo terá uma posição bem clara e firme como foi essa que o Banco Central fez ao longo do final da semana passada", afirmou a presidente.
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