Boletim Focus: Mercado estima mais inflação e queda maior do PIB em 2015 e 2016
As previsões para a inflação e para o nível de atividade da economia brasileira voltaram a piorar para 2015 e também para 2016, segundo o relatório de mercado, conhecido como focus, que é fruto de pesquisa do Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada. O documento foi divulgado nesta segunda-feira (28).
Para o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, os analistas passaram a estimar, na semana passada, uma retração de 2,80%. Foi a décima primeira queda seguida deste indicador. Até então, a expectativa do mercado era de um recuo de 2,70% para o PIB de 2015. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.
Para 2016, os economistas das instituições financeiras passaram a prever uma contração de 1% na economia do país – na oitava revisão para baixo seguida. Na semana anterior, os analistas haviam estimado uma retração de 0,80% para a economia no próximo ano. Para se ter uma ideia, no início de 2015, a previsão dos economistas era de uma expansão de 1,8% para a economia brasileira no ano que vem.
Se a previsão se concretizar, será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira registrou retração 1,9% no segundo trimestre de 2015, em relação aos três meses anteriores, e o país entrou na chamada "recessão técnica", que ocorre quando a economia registra dois trimestres seguidos de queda. De janeiro a março deste ano, o PIB teve baixa de 0,7% (dado revisado).
Inflação
A estimativa dos economistas dos bancos é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano de 2015 em 9,46% – na semana anterior, a taxa esperada era de 9,34%. Mesmo com a queda na previsão, se confirmada, representará o maior índice em 13 anos, ou seja, desde 2002 – quando somou 12,53%. O BC informou na semana passada que estima um IPCA de 9,5% para este ano.
Segundo economistas, a alta do dólar e, principalmente, dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
Para 2016, os economistas das instituições financeiras elevaram sua expectativa de inflação de 5,70% para 5,87% na última semana. Foi a oitava alta seguida do indicador – que continua se distanciando da meta central de 4,5% fixada para o ano que vem.
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