Dólar tem sessão volátil nesta sexta-feira, embalado por atuação do BC
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha mais um dia de nervosismo nesta sexta-feira e trocava de sinal com frequência, em uma queda de braço entre o Banco Central e o mercado embalada pelas preocupações com a economia e a política doméstica e pelas várias intervenções realizadas pela autoridade monetária nesta sessão.
Às 12:26, o dólar recuava 0,42 por cento, a 3,9747 reais na venda, após atingir 4,0088 reais na máxima do dia e 3,8841 reais na mínima.
Na véspera, o dólar havia caído 3,73 por cento, a maior queda diária desde o fim de 2008. O contrato de dólar para outubro, que havia ampliado ainda mais as perdas após o fechamento do mercado à vista, operava em alta nesta sessão.
"O mercado peita e o BC responde, e isso se repete. A volatilidade está muito alta, não dá trégua", disse o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato.
O BC realizou nesta sessão leilão de venda de até 1 bilhão de dólares e dois leilões de novos swaps cambiais, vendendo em cada um a oferta total de até 20 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
No leilão de linha, o diferencial ficou em 12,33 pontos. O BC passou a divulgar o resultado dessas operações dessa forma, em lugar de publicar a taxa de corte.
Dessas três intervenções, duas foram anunciadas após o fechamento dos negócios na sessão passada. Mas o BC também anunciou um dos leilões de swap nesta manhã, logo após o dólar atingir a máxima da sessão.
Questionado sobre a possibilidade de usar as reservas internacionais para intervir no câmbio, Tombini afirmou na véspera que "todos os instrumentos estão à disposição do BC". A declaração desencadeou forte ajuste na taxa de câmbio, corroborado perto do fim da sessão pelo anúncio de um programa de venda e compra de títulos públicos pelo Tesouro Nacional.
O operador avaliou que a estratégia do governo é deixar claro que "se o mercado quer comprar, ele está lá para vender" e corrigir desequilíbrios no mercado.
No fim da manhã, a autoridade monetária também deu continuidade à rolagem dos swaps que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 9,45 mil contratos. Com isso, já rolou ao todo o equivalente a 8,064 bilhões de dólares, ou cerca de 85 por cento do lote total, equivalente a 9,458 bilhões de dólares.
Logo após a abertura dos negócios, quando o dólar recuava quase 2 por cento, o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho já havia advertido sobre o risco de nova onda de pressão cambial, apesar da forte queda da sessão passada.
"Apesar do alívio da pressão pontual sobre os ativos domésticos, várias questões de cunho político e fiscal ainda encontram forte resistência em sua aprovação como a reforma ministerial, as apreciações de vetos presidenciais e a propostas que oneram os cofres públicos e a nova CPMF", escreveu ele em nota a clientes.
A atuação do BC se sobrepunha completamente ao cenário externo, onde a perspectiva de que os juros devem subir ainda neste ano nos Estados Unidos elevava o dólar em relação a uma cesta de divisas. Essa perspectiva foi reforçada nesta manhã por declarações da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, e pelos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre.
Dólar cai mais de 1% ante real, sob olhar atento do BC
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava mais de 1 por cento e chegou a cair abaixo de 3,90 reais nesta sexta-feira, reagindo à intensa ação do Banco Central, que aliviou boa parte da pressão sentida no mercado brasileiro de câmbio nas últimas sessões.
Às 10:15, o dólar recuava 1,21 por cento, a 3,9432 reais na venda, após marcar na véspera a maior queda desde o fim de 2008, de 3,73 por cento. Na mínima da sessão, a moeda norte-americana atingiu 3,8841 reais.
"(O presidente do BC, Alexandre Tombini, deu) a entender que o BC pode usar as reservas cambiais vendendo dólar no físico, a divisa iniciou um forte processo de queda", escreveu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho em nota a clientes.
Ele não descarta, porém que o dólar retome a trajetória de alta em breve. "Apesar do alívio da pressão pontual sobre os ativos domésticos, várias questões de cunho político e fiscal ainda encontram forte resistência em sua aprovação como a reforma ministerial, as apreciações de vetos presidenciais a propostas que oneram os cofres públicos e a nova CPMF".
Questionado sobre a possibilidade de usar as reservas internacionais para intervir no câmbio, Tombini afirmou na véspera que "todos os instrumentos estão à disposição do BC". A declaração desencadeou forte ajuste na taxa de câmbio, corroborado perto do fim da sessão pelo anúncio de um programa de venda e compra de títulos públicos pelo Tesouro Nacional.
Após o fechamento dos negócios, a autoridade monetária anunciou para esta sessão leilão de novos swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, no qual vendeu a oferta total de até 20 mil contratos; e leilão de venda de até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra.
Além disso, dará continuidade à rolagem dos swaps que vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos.
O olhar atento do BC ofuscava até mesmo a perspectiva de que os juros devem subir ainda neste ano nos Estados Unidos, reforçada por declarações da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, e pelos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre.
"O mercado estava disfuncional e percebeu isso ontem", disse o operador de uma corretora nacional.
(Por Bruno Federowski)
Dólar opera com expressiva queda nesta sexta-feira; PIB mais baixo dos EUA pressiona
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O dólar comercial operava em queda no início dos negócios desta sexta-feira (25), após cair 3,73% na véspera. Ontem, o Banco Central (BC) e o Tesouro anunciaram medidas para conter a escalada da moeda norte-americana. No exterior, investidores aguardavam a divulgação do PIB dos Estados Unidos. Por volta das 9h20, o dólar recuava 2,52%, a R$ 3,891 na venda. Durante o dia, o BC atuará três vezes no mercado, com um leilão de até 20 mil novos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares), um leilão de até US$ 1 bilhão com compromisso de recompra, e também dará continuidade à rolagem dos swaps que vencem em outubro. Deixe sua opinião (Com Reuters)
No G1: Dólar opera em queda, abaixo de R$ 3,90
O dólar opera em queda nesta sexta-feira (25), após passar a marca de R$ 4,24 e fechar em baixa na véspera, deixando o patamar de R$ 4 no qual permaneceu por dois dias. Foi a maior queda diária desde 2008.
Às 9h19, a moeda norte-americana caía 2,52%, a R$ 3,8907.
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