Bovespa fecha em alta de 0,18% seguindo melhora local; Petrobras volta a ser cotada a R$ 7
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou quase estável nesta quinta-feira, contagiado pela melhora generalizada dos ativos financeiros brasileiros, em meio a declarações do presidente do Banco Central e ações do Tesouro Nacional, após uma manhã de forte estresse, quando chegou a cair mais de 2,5 por cento.
A desaceleração das perdas em Wall Street também ajudou o pregão paulista a reduzir as perdas, assim como a alta dos preços do petróleo, que levou as ações da Petrobras a sustentar o índice de referência do mercado acionário brasileiro no campo positivo momentaneamente.
O Ibovespa caiu 0,11 por cento, a 45.291 pontos. Na mínima, caiu abaixo de 45 mil pontos. Na máxima, avançou 0,5 por cento. O giro financeiro totalizou 7,58 bilhões de reais.
No mercado de câmbio, o dólar caiu quase 4 por cento, e voltou a ser cotado abaixo de 4 reais, após encostar em 4,25 reais mais cedo, enquanto as taxas de alguns contratos de DI bateram limites de baixa após atingirem os limites de alta.
A manhã foi marcada por forte nervosismo no mercado financeiro brasileiro, em meio à crise de confiança entre investidores diante da ausência de sinais de abrandamento das incertezas políticas e econômicas que assolam o país.
No final da manhã, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que as taxas de juros nos mercados não servirão de "guia" para a condução da política monetária nos próximos meses e que o BC irá assegurar que o mercado de câmbio funcione de forma eficaz.
Também ajudou a amenizar as tensões, principalmente no mercado de DI, anúncio do Tesouro Nacional de programa de leilões diários de compra e venda de Notas do Tesouro Nacional-Série F (NTN-F).
No exterior, Wall Street encerrou o dia com o S&P 500 em queda de 0,34 por cento, após recuar mais de 1,5 por cento mais cedo, enquanto os preços do petróleo fecharam em alta após indefinição na primeira etapa da sessão.
DESTAQUES
=PETROBRAS fechou com alta de 2,05 cento nas ações preferenciais, após queda superior a 3 por cento pela manhã, conforme os preços do petróleo no exterior passaram a subir e o dólar reverteu a alta ante o real. No final do pregão, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) ainda anunciou que a estatal vai aumentar em 12 por cento o preço do gás LP, utilizado principalmente por consumidores industriais e comerciais, nas refinarias em todo o Brasil, a partir da 0h de sexta-feira.
=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO subiram 1,14 e 1,19 por cento, respectivamente, acompanhando a melhora do humor na bolsa paulista, após perdas fortes na abertura. As ações preferenciais do Bradesco chegaram a cair quase 5 por cento nos primeiros negócios, para o menor nível desde fevereiro de 2014.
=USIMINAS avançou 6,5 por cento, liderando as altas no setor siderúrgico e também do Ibovespa. O Instituto Nacional dos Distribuidores Aço (Inda) disse nesta quinta-feira que espera que as siderúrgicas no Brasil comuniquem aumentos de preços de 7 a 10 por cento a partir de 1º de outubro. A CSN, que fechou em alta de 3,19 por cento, afirmou na véspera que sua exposição a endividamento em dólar está totalmente protegida por caixa em moeda estrangeira, instrumentos derivativos e por contabilidade de hedge. GERDAU valorizou-se 3,39 por cento.
=ECORODOVIAS e CCR fecharam com ganho de 3,06 e 2,09 por cento, respectivamente, também entre as maiores altas do Ibovespa, acompanhando o forte alívio nas taxas futuras de juros.
=VALE terminou em queda de 1,07 por cento nas preferenciais de classe A e de 2,38 por cento nas ordinárias, conforme seguem negativas as perspectivas para o crescimento da China e, assim, para o minério de ferro.
=FIBRIA caiu 3,20 por cento e SUZANO PAPEL E CELULOSE perdeu 2,44 por cento, revertendo os ganhos da abertura à medida que o dólar passou a cair ante o real, apesar de dados considerados positivos para o mercado sobre estoques e embarques de celulose de fibra curta.