RS votam proposta de aumento do ICMS nesta terça
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul deve votar nesta terça-feira (21) o projeto do governo do Estado que aumenta as alíquotas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A sessão, marcada para iniciar às 14h, é aguardada com expectativ
A proposta integra o pacote de ajuste fiscal do governador José Ivo Sartori e é apresentado pelo Palácio Piratini como a principal saída para a crise financeira do estado. Nos últimos dois meses, o governo gaúcho atrasou o pagamento dos salários do funcionalismo público e a parcela da dívida com a União.
O projeto eleva de 17% para 18% a alíquota básica do ICMS, que é aplicada a todas as operações e prestações de serviços dentro do estado que não tenham alíquota específica. Já as alíquotas sobre os serviços de energia elétrica, álcool, gasolina e telefonia sobem de 25% para 30%.
Caso a proposta seja aprovada, o impacto será sentido no bolso do consumidor. Conforme simulação feita pelo professor de economia da PUCRS, Leandro Lemos, as contas de luz e de telefone devem ficar, cada uma, 7,14% mais caras. Ou seja, hoje quem gasta R$ 100, vai passar a pagar R$ 107,14. Já o aumento da gasolina pode chegar a 7,5%. O economista calcula que a inflação de preços no estado vai chegar a 9%.
Para que o projeto passe na Assembleia, o governo precisa obter a maioria simples entre os deputados presentes – são 55 no total. O aumento de impostos entraria em vigor a partir do ano que vem e, conforme os cálculos do Piratini, injetaria R$ 1,9 bilhão por ano nos cofres do Estado. O valor ainda é insuficiente para tapar o rombo nas finanças gaúchas: o déficit em 2015 é estimado em R$ 5,4 bilhões e para 2016, em R$ 6,2 bilhões.
Deputados divididos
Na terça-feira (21), o governo passou a tarde tentando convencer deputados da base aliada que ainda resistem em apoiar o aumento de impostos. A negociação passa em convencer os oito deputados do PDT, tido como fiel da balança na votação. Mas o partido exige que o aumento seja por tempo determinado, de dois, três ou até quatro anos. “Nós só admitimos votar a favor se o aumento for por prazo determinado”, afirmou o líder da bancada, deputado Eduardo Loureiro.
O PTB já definiu posição sobre a proposta: os cinco deputados do partido vão votar contra. “O PTB é não aumento de impostos”, afirmou o deputado Aloísio Classmann, líder da bancada. PT (11 deputados), PCdoB (2 deputados) e PSOL (um deputado) também já declararam que vão votar contra. Os três partidos fazem oposição ao governo Sartori.
O governo conta com os votos do PMBD (oito deputados), PSDB (quatro deputados) e PSB (três deputados), além de outros partidos menores. O PP, que também integra a base e tem sete deputados, está dividido. Por isso, dois secretários do partido vão reassumir seus mandatos na Assembleia para votarem a favor dos projetos: Ernani Polo (Agricultura) e Pedro Westphalen (Transportes).
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