Ações chinesas caem com dados levantando novos temores sobre a economia

Publicado em 14/09/2015 07:48

Por Samuel Shen e Pete Sweeney

XANGAI (Reuters) - As ações chinesas caíram nesta segunda-feira após dados sugerirem que o crescimento econômico do país está abaixo da meta de 2015 de cerca de 7 por cento, aumentando as preocupações com a saúde da economia.

O índice CSI300 das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen caiu 1,97 por cento, para 3.281 pontos, enquanto o índice de Xangai caiu 2,67 por cento, para 3.114 pontos.

As preocupações econômicas superaram o impacto dos planos anunciados no fim de semana para reformar o setor de empresas estatais e produzir resultados "decisivos" até 2020.

Ressaltando a fragilidade dos mercados financeiros chineses mesmo após um respiro na semana passada, operadores de câmbio suspeitam que o banco central interveio para impulsionar o iuan nos mercados domésticos, que oscilou na sequência de um relatório que mostrou que a saída líquida de capital no primeiro trimestre do ano foi maior do que 100 bilhões de dólares.

"A economia chinesa enfrenta uma pressão relativamente grande, então a confiança do investidor permanece fraca", disse Gu Yongtao, estrategista na Cinda Securities.

Os mercados acionários chineses estão em uma montanha-russa nos últimos meses, caindo quase 40 por cento desde junho e levando a esforços frenéticos das autoridades para restaurar a confiança. Ainda assim, no pico deste ano, ela estavam 150 por cento acima em comparação com as mínimas de 2014.

Uma desvalorização inesperada do iuan em agosto agitou ainda mais os mercados, reforçando as preocupações de que a economia estava mais fraca do que anteriormente imaginado e forçando a China a queimar suas reservas estrangeiras para manter o câmbio estável.

Um turbilhão de dados econômicos na última semana alimentaram essas preocupações e levaram o primeiro-ministro, Li Keqiang, a tentar tranquilizar os mercados de que a China está no caminho de cumprir suas principais metas de crescimento econômico. O governo disse que espera que o Produto Interno Bruto cresça cerca de 7 por cento neste ano.

Dados dos preços apontaram para uma crescente pressão deflacionária e uma produção industrial menor do que o esperado, além de números dos investimentos do fim de semana levantaram mais dúvidas.

Mercados asiáticos têm desempenho misto por China e expectativa com Fed

Por Lisa Twaronite e Hideyuki Sano

TÓQUIO (Reuters) - As bolsas asiáticas tiveram desempenho misto em uma sessão agitada nesta segunda-feira após os mercados chineses serem pressionados por dados econômicos fracos e em meio às expectativas sobre se o Federal Reserve, banco central norte-americano, vai elevar a taxa de juros pela primeira vez em quase uma década..

Às 8h00 (horário de Brasília), o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão subia 0,62 por cento, após passar a maior parte da sessão oscilando entre território positivo e negativo.

Mas as ações chinesas caíram após dados decepcionantes sobre a economia do país no domingo, com o índice CSI300 e o índice de Xangai com quedas de 1,97 por cento e 2,67 por cento respectivamente.

O crescimento dos investimentos da China e de sua produção industrial ficaram aquém das previsões em agosto, aumentando as chances de que o crescimento econômico do terceiro trimestre possa ficar abaixo dos 7 por cento pela primeira vez desde a crise global.

Antes da reunião de política monetária do Fed, na quarta e quinta-feiras, o banco central do Japão encerrará sua reunião de dois dias na terça-feira. As autoridades do banco devem manter a política, apesar da crescente evidência de que a inflação e crescimento do Japão permanecem estagnados.

. Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,63 por cento, a 17.965 pontos.

. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,27 por cento, a 21.561 pontos.

. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 2,67 por cento, a 3.114 pontos.

. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,97 por cento, a 3.281 pontos.

. Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,51 por cento, a 1.931 pontos.

. Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,02 por cento, a 8.307 pontos.

. Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,57 por cento, a 2.871 pontos.

. Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,50 por cento, a 5.096 pontos.

 

China vai tornar estatais mais fortes e reestruturar empresas "zumbi"

PEQUIM (Reuters) - A China vai trabalhar para reformar o setor público, tornando empresas estatais mais sujeitas a forças de mercado e reestruturando aquelas que tiverem baixa performance, enquanto permitirá o fechamento de algumas, afirmaram autoridades nesta segunda-feira.

Em um aguardado documento sobre a reforma publicado no domingo, o governo chinês afirmou que vai lançar um regime de "propriedade mista" para o setor estatal.

Zhang Xiwu, vice diretor do órgão de fiscalização de ativos estatais, afirmou a jornalistas que o governo vai trabalhar para reorganizar e fundir estatais para centralizar capital do Estado em setores importantes, e restringirá investimento estatal em indústrias que não estejam em linha com políticas nacionais.

"Vamos fazer mais esforços para reformar 'empresas zumbis', empresas que dão prejuízo há muito tempo e eliminar ativos de baixa eficiência e que não estão performando", disse Zhang.

Ele afirmou que o país vai usar bolsas de valores, de imóveis e outros mercados de capitais para vender os ativos com performance ruim a "preços justos".

O Ministério das Finanças da China e o órgão de fiscalização dos ativos estatais vão também introduzir esquemas-piloto em conglomerados estatais, que criarão investimento de capital estatal e companhias operacionais, para melhorar a competitividade destas empresas e criar uma "barreira" entre empresa e governo, disse Xu Hongcai, funcionário do ministério.

Crescimento econômico da China perde força em agosto

 

PEQUIM (Reuters) - O crescimento do investimento e da produção industrial da China ficou aquém do esperado em agosto, apontando para arrefecimento adicional na segunda maior economia do mundo, que provavelmente exigirá do governo implantação de mais medidas de estímulos.

Os dados vieram na esteira de fracas leituras de comércio e de inflação, aumentando as chances de o crescimento econômico no terceiro trimestre vir abaixo de 7 por cento pela primeira vez desde que a crise global.

"O ritmo de abrandamento do investimento em capital fixo é relativamente rápido, enquanto o setor fabril permanece lento", disse o economista sênior do Commerzbank AG, em Cingapura, Zhou Hao, acrescentando que espera que o crescimento deve mergulhar abaixo de 7 por cento no trimestre de julho a setembro.

Alguns economistas acreditam que o crescimento atual já é muito mais fraco do que os dados oficiais.

O crescimento do investimento em capital fixo da China, um dos motores fundamentais da economia, abrandou para 10,9 por cento nos primeiros oito meses de 2015, o ritmo mais fraco em quase 15 anos, informou neste domingo a Agência Nacional de Estatísticas.

Analistas consultados pela Reuters previam aumento de 11,1 por cento, em comparação com 11,2 por cento entre janeiro e julho.

A produção industrial também foi mais fraca do que o esperado, subindo 6,1 por cento em agosto sobre o ano anterior. Mercados esperavam aumento de 6,4 por cento, em comparação com 6 por cento em julho.

Os temores de desaceleração econômica global por conta do desempenho da China têm elevado os temores nos mercados globais nas últimas semanas, levando a especulações de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode adiar a elevação da taxa de juro.

Em agosto, as vendas no varejo da China cresceram 10,8 por cento sobre um ano antes, um pouco acima da expectativa de expansão de 10,5 por cento.

 

Fonte: Reuters

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