Planalto nega saída de Mercadante da Casa Civil
SÃO PAULO (Reuters) - O Palácio do Planalto negou "com veemência" nesta sexta-feira a informação, publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, de que a presidente Dilma Rousseff buscaria fora do PT um nome para substituir o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
Em nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República, o governo afirma que a reportagem "não condiz com a verdade" e que Mercadante "detém toda confiança" de Dilma e "mantém um trabalho fundamental" para a gestão do governo e na construção da estabilidade política.
Na reportagem, o jornal afirma que a substituição de Mercadante por um não petista teria o objetivo de provocar impacto político para tentar sair da crise que atinge o governo, em meio ao baixo crescimento econômico e deterioração fiscal. Mercadante, entretanto, não deixaria o governo, sendo realocado em outra pasta, de acordo com a Folha. [nL1N11H0BO]
Na nota divulgada nesta sexta, o governo nega as informações publicadas pelo jornal e elogia o titular da Casa Civil.
"A reportagem não condiz com a realidade e serve apenas para fomentar especulações desnecessárias. O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, detém toda confiança da presidenta Dilma Rousseff", afirma a nota.
"Diferente do que informa o texto, o ministro-chefe da Casa Civil mantém um trabalho fundamental para a gestão e tem colaborado na construção da estabilidade política, fator importante para a criação do ambiente necessário para a retomada do crescimento econômico, geração de empregos e distribuição de renda, objeto central do programa de reeleição da presidenta Dilma Rousseff."
Uma fonte que participa da articulação política do governo disse à Reuters que “não há sinais de desprestígio” de Mercadante dentro do Palácio do Planalto. Segundo avaliou a fonte, que falou sob a condição de anonimato, o desgaste do ministro-chefe da Casa Civil ocorre mais dentro do Congresso.
O governo Dilma tem enfrentado dificuldades políticas, especialmente na relação com o Congresso Nacional, em meio à necessidade de aprovar medidas de reequilíbrio das contas públicas.
Relatos de bastidores em Brasília dão conta de dificuldades na relação entre Mercadante e o vice-presidente Michel Temer, que recentemente deixou o dia a dia da articulação política do governo.
Além dos problemas com o fraco desempenho da economia e com as contas públicas --a Lei Orçamentária de 2016 enviada pelo governo ao Congresso prevê déficit primário de 30,5 bilhões de reais-- Dilma tem registrado baixas recordes na aprovação de seu governo, além da defesa por parte de parlamentares de oposição da abertura de um processo de impeachment contra seu governo.
(Por Eduardo Simões; Reportagem adicional de Leonardo Goy, em Brasília)