Risco de deflação na China cresce e deixa BCs estrangeiros em alerta
Por Charlotte Greenfield e Pete Sweeney
WELLINGTON/PEQUIM (Reuters) - O risco de a economia da China entrar em deflação está crescendo, segundo dados divulgados na noite de quarta-feira, no momento em que surgem sinais de que alguns bancos centrais estão cada vez mais preocupados com o impacto em suas economias da queda dos preços chineses e do iuan mais fraco.
"Temos visto autoridades dizerem basicamente que querem estabilizar o iuan, mas, se for para haver uma depreciação substancial do iuan, isso certamente vai exportar deflação pelo resto do mundo, então todos estão observando de perto a China", disse o presidente do banco central da Nova Zelândia, Graeme Wheeler.
A ameaça de deflação foi destacada por dados mostrando que as indústrias chinesas cortaram os preços no ritmo mais rápido em seis anos, com o Índice de Preços ao Produtor caindo 5,9 por cento em agosto ante o ano anterior, embora os preços ao consumidor estejam subindo por enquanto.
As declarações de Wheeler foram dadas apesar das tentativas de autoridades chinesas de garantir aos mercados globais que o iuan continuará estável e que o crescimento econômico da China, embora esteja desacelerando, ainda ficará em torno de 7 por cento este ano.
A queda nos preços ao produtor da China ainda não está afetando o Índice de Preços ao Consumidor, que registrou alta de 2 por cento em agosto ante o ano anterior, embora a Agência Nacional de Estatísticas tenha indicado que o avanço do mês passado deveu-se principalmente à alta dos preços de alimentos, não à melhora na atividade econômica.
"O risco para a China ainda é de deflação, não inflação, disse o economista-chefe para Ásia, excluindo Japão, da Daiwa, Kevin Lai.
Economia da China enfrenta pressão, mas não pouso forçado, diz premiê
DALIAN, China (Reuters) - A economia da China enfrenta desafios e pressão, mas não há risco de um pouco forçado, já que o governo é totalmente capaz de sustentar o crescimento, afirmou nesta quinta-feira o primeiro-ministro Li Keqiang.
Li disse ao Fórum Econômico Mundial em Dalian, no nordeste da China, que está confiante de que o governo vai alcançar suas principais metas econômicas este ano.
A China vai adotar medidas para expandir a demanda doméstica e irá implementar políticas para aumentar as importações.
Li também afirmou que a China nunca irá iniciar uma guerra cambial e que os países deveriam ampliar a cooperação econômica, já que a economia global continua lenta.
Segundo ele, os países não deveriam contar com "quantitative easing" para lidar com problemas econômicos globais.
(Reportagem de Gerry Shih)