Bolsas dos EUA fecham em alta acima de 2% com rali após recuperação de ações na China
NOVA YORK (Reuters) - Os três principais índices de ações de Wall Street fecharam a terça-feira em alta acima de 2 por cento, se recuperando após fortes perdas na semana passada e com o desempenho acionário na China melhorando o humor nos mercados de renda variável no mundo.
O indicador Dow Jones subiu 2,42 por cento, a 16.492 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 2,51 por cento, a 1.969 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq teve valorização de 2,73 por cento, a 4.811 pontos.
Os ganhos foram amplos e aconteceram após o fim de semana prolongado nos Estados Unidos, em razão de feriado na segunda-feira. Nove dos 10 índices setoriais principais do S&P tiveram ganho acima de 2 por cento.
A esperança de medidas adicionais de estímulo do governo chinês para a segunda maior economia do mundo aumentaram, após dados mostrarem nesta terça-feira que as importações caíram mais do que o esperado em agosto, no 10º mês consecutivo de baixa.
As ações na China avançaram com um rali no fim do pregão e ajudaram a motivar uma recuperação nas bolsas no mundo todo. No fim da segunda-feira, a China disse que removerá um imposto sobre dividendos para investidores que mantiverem as ações por mais de um ano, num esforço para estimular o investimento de longo prazo.
Economistas pioram estimativa de retração do PIB para o Brasil
SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras pioraram pela oitava semana seguida as perspectivas para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, levando junto a projeção para 2016, ao mesmo tempo em que passaram a ver o dólar mais alto.
A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta terça-feira mostrou que a projeção para a retração da economia em 2015 chegou agora a 2,44 por cento, contra queda de 2,26 por cento na semana anterior. Para 2016, a previsão de contração do PIB foi a 0,50 por cento, ante recuo de 0,40 por cento anteriormente.
A piora vem depois de dados confirmarem que a economia brasileira entrou em recessão técnica, com a queda de 1,9 por cento no segundo trimestre sobre os três meses anteriores. Na comparação anual, o PIB caiu 2,6 por cento.
A pesquisa Focus também apontou alta nas perspectivas para o dólar, agora projetado a 3,60 reais neste ano ante 3,50 reais e a 3,70 reais no final de 2016, ante 3,60 reais anteriormente.
Diante da deterioração da cena política e fiscal do Brasil, além de fatores externos, a moeda norte-americana já se valorizou 45 por cento este ano até a sessão de sexta-feira.
A sondagem mostrou um leve ajuste nas projeções para a inflação, mostrando que o IPCA agora deve fechar 2015 a 9,29 por cento, 0,01 ponto percentual a mais que na anterior, e 2016 a 5,58 por cento, 0,07 ponto percentual a mais do que na pesquisa divulgada na semana passada.
As expectativas para a taxa básica de juros Selic, por sua vez, não sofreram alterações, e o Focus continua apontando que a taxa ficará em 14,25 por cento no fim deste ano e a 12,00 por cento ao final de 2016.
Fitch diz que baixa performance do Brasil está se tornando estrutural
LONDRES (Reuters) - A agência de classificação de crédito Fitch afirmou nesta terça-feira que os ratings soberanos de México e Brasil vão divergir ainda mais e que focará na dinâmica da dívida e no crescimento quando avaliar o Brasil.
A Fitch classifica o Brasil com rating BBB, tendo alterado sua perspectiva para negativa em abril, enquanto o México é classificado como BBB+.
"A baixa performance do Brasil está se tornando estrutural", disse a diretora sênior de ratings soberanos da Fitch, Shelly Shetty, durante conferência em Londres.
"O foco de nossa atenção será sobre a dinâmica de crescimento e dívida... não há limiar mágico que estejamos olhando", disse ela, acrescentando que o Brasil era um país altamente endividado mesmo quando recebeu o grau de investimento.
Ela apontou como positivo o fato de a parcela da dívida em moeda estrangeira ser de menos de 10 por cento do total.
Na semana passada, após o governo enviar ao Congresso a proposta orçamentária para o ano que vem com déficit, a diretora disse que as mudanças feitas pelo governo no cenário fiscal colocam a tendência para a obtenção de superávits primários "muito abaixo" do cenário base usado pela agência em sua última revisão do rating do Brasil.
(Por Camila Moreira)