A "batalha" do Pixuleko: petistas prometem atacá-lo com zarabatanas e o prefeito de SP quer proibi-lo de desfilar
NA COLUNA PAINEL (da Folha de s. Paulo, nesta 4a.-feira):
Revanche A UJS (União da Juventude Socialista), grupo a que pertence a militante que "esfaqueou" o boneco inflável de Lula vestido de presidiário, planeja novo ataque.
Arma Integrantes do movimento passaram os últimos dias procurando zarabatanas para tentar atingi-lo de longe.
Zarabatana no Pixuleko? Alô, Cardozo! Deixe de ser seletivo e mande investigar o PC do B
Leio no “Painel” da Folha que a União da Juventude Socialista, do PCdoB, seita a que pertence a moça que deu uma facada no Pixuleko, pretende agora usar zarabatana para tentar acertar o boneco (por REINALDO AZEVEDO)
Bem, a Polícia Federal já pode ir ao encalço da turma, não? Os valentes estão anunciando que vão pôr em risco a vida de terceiros, num espaço público. José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, pediu que se investigue um rapaz que, recorrendo a uma metáfora, afirmou que vai arrancar a cabeça de Dilma. A menos que ele seja do Estado Islâmico, trata-se de uma figura de linguagem. De resto, o EI não cortaria a cabeça da companheira. Devem até vê-la como quase aliada. Afinal, em discurso na ONU, a gênia defendeu diálogo com os terroristas. Adiante.
Agora, Cardozo, não se trata de metáfora. A turma do PCdoB está dizendo que vai, sim, expor a coletividade ao risco. Pessoas podem ficar cegas ou morrer.
E, vamos ser claros, comunistas não são exatamente pessoas que prezam a vida alheia faz tempo! Comunista com medo de perder a boquinha, então, deve ser ainda mais perigoso! Estão apavorados com a possibilidade de que tenham de ganhar a vida trabalhando!
Por Reinaldo Azevedo
Vamos criar o “Pixulekomóvel”
Pelo visto (ver post anterior), será preciso criar o Pixulekomóvel, a exemplo do papamóvel, o carro blindado que protege o papa de atentados.
A esquerda começou tentando destruir o capitalismo e agora luta para destruir bonecos!
Depois dizem que a direita é que piorou… Pode até ser verdade. Mas ainda não briga com um inflável de plástico.
Por Reinaldo Azevedo
‘Autocrítica’ de Lula é militância armada de estilete e zarabatana (por Felipe Moura Brasil)
1) Lula pediu autocrítica do PT, como se fosse ombudsman do partido, não causa do seu naufrágio. Devia dar exemplo: Eu, pai do petrolão…
2) Cada pedido de Lula para o PT fazer o que ele não faz é um ato de campanha para 2018. Não deixaremos o Brahma se descolar do mal que causou.
3) Lula: “Na vida, quando a gente comete erro, a gente paga pelo erro.” Pague, Lula. Não deixe Dirceu pagar por você de novo.
4) Marketing de Lula, Dilma e PT é repetição de palavras genéricas de efeito, sem as ações específicas correspondentes: ‘humildade’, ‘reconhecer erros’, ‘autocrítica’. Só dizem.
6) Bicudo sobre Dilma: “O expediente conhecido por pedaladas seria mais do que suficiente para ensejar o impedimento da presidente da República. No entanto, a sucessão de escândalos e o comportamento por ela reiteradamente adotado revelam dolo, consubstanciado na adoção, no mínimo, da chamada cegueira deliberada.”
7) Bicudo sobre o Brahma: “Durante muitos anos, todos os brasileiros foram iludidos com o discurso de que Lula seria um verdadeiro promotor do Brasil, no exterior, um propagandista que estaria prospectando negócios para as empresas nacionais. No entanto, (…) o ex-presidente se transformou em verdadeiro operador da empreiteira [Odebrecht], intermediando seus negócios junto a órgãos públicos, em troca de pagamentos milionários por supostas palestras, dentre outras vantagens econômicas”.
8) Defesa de Marcelo Odebrecht, segundo a Folha, julga que ele fez contraponto à imagem de Dirceu, que apareceu “abatido” na CPI. Não é abatimento. É pose de vítima.
9) Ok. Dirceu pode estar abatido com o indiciamento de sua filha Camila, em nome de quem a empresa do delator Milton Pascowitch comprou um apartamento. Mas a cura é simples: delatar o chefe, em troca da liberdade da prole.
10) Militante que esfaqueou Lula Inflado é da UJS (União da Juventude Socialista), mesmo grupo de vândalos que depredou e pichou Editora Abril às vésperas das eleições de 2014.
11) Segundo a Folha, UJS planeja novo ataque e vem procurando zarabatanas para atingir Lula Inflado de longe. Bem que o presidente da CUT mandou a militância pegar em armas.
13) Tiro, porrada e bomba não reerguem nações, disse Renan Calheiros, citando a funkeira Valeska Popozuda, para defender a “Agenda Brasil”. Não se sabe se, em seu depoimento à PF no mesmo dia, Renan cantou o funk da Janete e da Valéria: “Ai, como eu tô bandida!”
14) “Nós não seremos sabotadores da nação e nem agentes de mais instabilidade”, acrescentou o presidente do Senado, como se, apoiando Dilma, agentes sabotadores já não fossem.
15) Advogados de Dilma (Janot? Adams? Cardozo? Renan?), revoltados com o novo pedido de investigação da gráfica fantasma VTPB, acusaram Gilmar Mendes daquilo que Janot fez em seu pedido de arquivamento do caso: “abusar” e “extrapolar” de suas competências. O PT abusa e extrapola no cinismo.
16) O ministro Luiz Edson Fachin, do STF, declarou-se impedido de julgar ações que visam a reparar as perdas com planos econômicos dos governos de José Sarney e Fernando Collor. Motivo: defendeu correntistas que tiveram perdas com esses planos. Luciana Lóssio, advogada da campanha de Dilma em 2010, deveria seguir o exemplo de Fachin no TSE.
17) Dilma pede a Eduardo Cunha ‘canal direto’ com presidente da Câmara; 66% dos brasileiros pedem a Cunha ‘canal direto’ para o impeachment.
18) Como diz Bicudo em seu pedido: “Somos negros e brancos, jovens e idosos, homens e mulheres de várias orientações sexuais, nordestinos e sulistas, somos brasileiros querendo resgatar a honra que ainda resta para este país. Os tiranos que dele se apoderaram construíram um discurso de cisão, objetivando nos enfraquecer, para se perpetuarem.”
Não se perpetuarão.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
Haddad, acreditem, quer proibir o Pixuleko em SP. Chegou a hora de criar o “Mixureko”, o inflável em homenagem ao prefeito!
De tão autoritária, a ideia chega a ser ridícula. De tão ridícula, chega a ser cômica. Mas bufões com vocação de tiranos na Prefeitura de São Paulo não são nenhuma novidade. Acreditem: a administração petista está mesmo levando a sério a possibilidade de proibir a exibição do Pixuleko com base na Lei Cidade Limpa. A que estágio essa gente não pode se degradar, não é mesmo? O boneco, claro, “pegou”. A cada vez que é exibido, ele liga a obra a seu autor.
Então vamos ver. Nas manifestações do Movimento Passe Livre, que fez campanha para Fernando Haddad, não custa lembrar, uma grande catraca sempre serviu de símbolo. Depois de os bandidos mascarados incendiarem ônibus, atacarem estações de metrô e depredarem bancos, a tal catraca era queimada. E nunca ocorreu aos petistas que pudesse haver ilegalidade naquilo tudo.
Mais do que isso: Gilberto Carvalho, então secretário-geral da Presidência, recebeu os burguesotes enfezados do Passe Livre no Palácio do Planalto. Em setores da imprensa, eram tratados como heróis. Quebrar pode. Incendiar pode. Depredar pode. Bater em policial pode. Provocar a desordem na cidade pode. Mas exibir um boneco? Ah, isso fere a Lei Cidade Limpa.
Fernando Haddad, definitivamente, é um político patético.
A íntegra da Lei Municipal 14.223, conhecida como “Cidade Limpa” está aqui. Tentem achar ali um só dispositivo que impeça a exibição do Pixuleko. De resto, alguém precisa avisar o senhor prefeito que existe uma hierarquia que coroa a Constituição como a Lei Magna do país. Se existe algum dispositivo na legislação municipal que viole o fundamento da liberdade de expressão, garantido pelo Artigo 5º da Carta, então está automaticamente sem efeito.
O petismo, de fato, é a subversão da lógica, da moral, da ética e da verdade. A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 2.016/15 (íntegra aqui), que pune organizações terroristas. As esquerdas dizem que o texto, se aprovado, servirá para perseguir militantes políticos. É mentira. E sabem por que é? Porque o Parágrafo 3º do Artigo 1º exclui do crime de terrorismo “a conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais ou sindicais movidos por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender ou buscar direitos, garantias e liberdades constitucionais”.
Entenderam? Se extremistas como MTST, MST, Passe Livre e outros grupelhos de extrema esquerda meterem fogo em ônibus ou impedirem a circulação de trens e metrô, mediante coação de qualquer natureza, isso não será enquadrado como ação terrorista.
Certo! Este é o país em que se pode pôr em risco a vida de milhares de pessoas, mas não se pode exibir um boneco criticando Lula.
Chegou a hora de fazer o “Mixureko”, um boneco em homenagem a Fernando Haddad.
PS: Cadê os cartunistas para protestar contra a censura? Eles estão se dando conta de que a perseguição a um boneco pode ser o início da perseguição às charges? Será que terei de desenhar? Não me obrigue a isso, Laerte!
(Por Reinaldo Azevedo, em veja.com)
VINICIUS TORRES FREIRE
O último baile do ajuste fiscal
Sociedade e poder público desconversam sobre o conflito grave e iminente que vem da crise fiscal
NÃO HÁ alternativa confortável para a solução do desastre das contas do governo. As opções indigestas, social e politicamente sombrias, são as seguintes.
Primeira, a sociedade vai entrar em conflito sério e feio sobre o uso e a origem dos dinheiros públicos. Isto é, uma disputa a respeito de quem paga a conta dos cortes de despesas ou dos aumentos de impostos. As reações ao corte de despesas sociais do primeiro pacote fiscal de Dilma 2 ou à volta da CPMF são os primeiros tiros desse conflito. Haverá mais.
Segunda, degradação crítica ou crônica da situação econômica. Isto é, no caso mais provável, aumento sem limite da dívida pública, com decorrentes aumentos de taxas de juros e desvalorizações da moeda, talvez súbitos, a depender da velocidade do endividamento e das condições da economia mundial. No caso mais primitivo, há mais inflação.
A conversa sobre redução do número de ministérios é uma desconversa ridícula, no que diz respeito ao que interessa, dinheiro grosso. A ideia de que é possível dar um jeito nas contas do governo com "cortes na máquina", contornando o conflito social sério e feio, é uma divagação fofa, para ser delicado. É possível chutar no escuro que o governo tem ineficiências. Mas é uma conversa mole dizer que no curto prazo assim se vai reduzir a despesa de modo relevante, menos ainda para dar conta da presente crise aguda.
Essa conversa mole deriva em parte da ideia de que o governo, assim como o inferno, são os outros. A conta da despesa pública é atribuída a um ente extraterreno, alienada, ao governo que consome os recursos "da sociedade". A "sociedade" também não existe, posta assim deste modo: é dividida e cada uma dessas divisões absorve os recursos recolhidos pelos impostos.
Para descer à terra, são bem conhecidos os fatores do aumento do gasto do governo federal nos anos de governo Dilma 1. Os maiores são os seguintes.
Primeiro, subsídios. O governo subsidiou as empresas, por meio de empréstimos baratos, tomando empréstimos caros no mercado (fazendo mais dívida pública). O programa Minha Casa, Minha Vida levou um tanto importante de subsídio. A "desoneração da folha", outro naco pesado –o governo reduziu as contribuições que as empresas devem ao INSS, à Previdência (como não tinha dinheiro, na prática comprou empregos a preço alto fazendo mais dívida pública). Além do mais, dados o erro desastroso na política de energia e a seca, subsidiou as contas de luz.
Segundo, gastos da Previdência, aposentadorias, pensões, auxílio-doença etc. Tais gastos crescem "sozinhos", de modo vegetativo, dadas as normas legais, várias delas questionáveis. Com aumentos reais excessivos de salário mínimo, a conta ficou ainda mais salgada.
Terceiro, gastos com saúde e educação aumentaram além do previsto mesmo pela lei.
Quarto, gastos sociais como benefícios que não são pagos pelo INSS (tais como seguro-desemprego ou Bolsa Família).
Em relação ao tamanho da economia, do PIB, o gasto com pessoal caiu (sic), embora isso não queira dizer que tal despesa esteja em nível adequado. O investimento ("em obras") ficou na mesma.
Aumentam-se impostos, com os efeitos decorrentes, ou disputa-se a escassez, ponto. A alternativa é mais crise econômica.
ALEXANDRE SCHWARTSMAN
A Guido o que é de Guido
Os sinos da recessão tocam pela insustentável Nova Matriz Econômica, que vigorou de 2011 a 2014
A queda do PIB revelada pelo IBGE colocou o país numa situação desconfortável: apenas a Ucrânia, imersa numa guerra civil, e a Rússia, sob sanções precisamente por se envolver no conflito ucraniano, apresentaram desempenho pior que o nosso.
Se já era difícil atribuir ao resto do mundo a fraqueza da economia local, esse dado deveria ser mais do que eloquente para sepultar tal ideia. Obviamente isso não ocorrerá, pois a capacidade de certos analistas de se aferrar a conceitos mais do que desmentidos pelos fatos se aproxima do infinito.
O resultado reforça que o Brasil está em recessão. Não porque o PIB caiu por dois trimestres seguidos, mas com base no trabalho desenvolvido pelo Comitê de Datação dos Ciclos Econômicos, que, aplicando metodologia similar à utilizada em outros países, concluiu que a recessão se estende desde o segundo trimestre de 2014.
Diga-se também que o investimento no Brasil caiu por nada menos do que oito trimestres consecutivos, fenômeno que não apenas aprofunda a queda da atividade mas sugere também que a capacidade de crescimento à frente será negativamente afetada.
Esses fatos, porém, trazem um novo problema. Muito embora seja lugar-comum atribuir a queda da atividade econômica à austeridade fiscal e monetária, tanto a recessão como a queda persistente do investimento precedem, em muito, a mudança de política. Falta, portanto, identificar as causas iniciais desses processos.
Como temos explorado há tempos neste espaço, o arranjo de política econômica que vigorou de 2011 a 2014, a Nova Matriz Macroeconômica (NMM), era insustentável.
A inflação vinha desde o primeiro trimestre de 2012 em trajetória de aceleração, apesar de controles de preços, cortes pontuais de impostos e tentativas de segurar o valor do dólar no mercado de câmbio.
Em particular, a prática de represamento dos preços administrados, especialmente combustíveis e energia, teve repercussões negativas em várias dimensões, desde o atiçamento das expectativas inflacionárias (pois se antecipava, acertadamente, que seria necessária uma inflação corretiva) até a desarticulação dos setores energético e sucroalcooleiro, passando pela emasculação da capacidade de investimento da Petrobras.
As contas públicas mostravam deterioração constante, mal disfarçada pelas "pedaladas" das mais diversas variedades. Consequentemente, a dívida do governo passou a crescer de forma acelerada, revertendo anos de trabalho paciente de melhora nessa frente.
As contas externas, por fim, apresentavam deficit crescentes, também sinalizando que em algum momento medidas deveriam ser tomadas para corrigir o desequilíbrio.
Em suma, era óbvio que, cedo ou tarde, ou a NMM seria (como foi) abandonada ou rumaríamos para uma crise aguda.
Não deveria ser surpreendente sob tais circunstâncias, portanto, que tanto o investimento quanto o produto caíssem mesmo antes da mudança de política, que, a propósito, só se manifestou no lado monetário; do lado fiscal o desempenho consegue ser ainda pior do que o observado no ano passado. E ganha um doce quem identificar austeridade no Orçamento de 2016...
Os sinos da recessão tocam, portanto, pela NMM, também responsável pelos obstáculos à adoção de políticas anticíclicas, tópico a ser explorado na próxima coluna.
BERNARDO MELLO FRANCO
O príncipe e os súditos
BRASÍLIA - Herdeiro da maior empreiteira do país, o executivo Marcelo Odebrecht é conhecido pelo apelido de príncipe. Nesta terça, ele deixou a prisão para ser cortejado por um diligente grupo de súditos: os deputados da CPI da Petrobras.
O depoimento se transformou em uma ação entre amigos. Os inquisidores pareciam concorrer para ver quem elogiava mais o empresário, que responde a ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
"Senhor Marcelo, é a primeira vez que tenho a oportunidade de estar pessoalmente no mesmo ambiente que o senhor", desmanchou-se Altineu Côrtes (PR-RJ). Depois, ele disse conhecer empregados da Odebrecht que sentem "profundo orgulho" do patrão. Só faltou pedir autógrafo.
Valmir Prascidelli (PT-SP) formulou uma pergunta curiosa ao investigado. "O sr. acha adequada e correta a sua prisão, considerando que sempre se colocou à disposição da Justiça?" Odebrecht retribuiu, sensibilizado: "Agradeço muito as perguntas que o sr. está fazendo, porque elas seriam as minhas respostas".
Delegado Waldir (PSDB-GO), que na véspera chamara José Dirceu de "ladrão", parecia outra pessoa. "Parabéns, eu também me orgulho muito do meu pai", disse, quando o empreiteiro citou o patriarca Emilio.
Outro tucano, Bruno Covas (PSDB-SP), se mostrou compreensivo quando o réu se recusou a responder perguntas: "Não precisa pedir desculpas, até porque é um direito seu".
É elogiável que os deputados façam perguntas em tom educado. Mas o excesso de mesuras ficou constrangedor até para os padrões da CPI, que tem se empenhado em proteger réus e perseguir delatores da Lava Jato.
No fim, Carlos Andrade (PHS-RR) quis saber se o executivo continua a defender o financiamento privado de campanhas. Em 2014, o grupo Odebrecht doou R$ 918 mil a deputados da CPI. "Sou a favor, sempre fui", respondeu o príncipe encarcerado. Os súditos pareceram respirar aliviados.
Líder do governo: ‘A coisa está pegando o ritmo’, por Josias de Souza (UOL)
Alguém deveria dar um conselho ao líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). Algo assim: “Caro líder, traga sempre suas opiniões na coleira.”
Nesta segunda, após reunião em que Dilma pediu o apoio dos aliados para o orçamento de 2016, deficitário em R$ 30,5 bilhões, Guimarães sapecou:
“Eu não estou vendo grandes dificuldades na discussão e aprovação deste orçamento. Ele é real, é transparente, ele não está maquiado, ele reflete a realidade do Brasil.”
Real e transparente: ainda não tinham sido inventados nomes mais bonitos para falência e desfaçatez.
Guimarães confia piamente nas previsões anotadas pelo governo na peça deficitária:
“No próximo ano, a inflação vai cair para 5,4%. Isso é um sinal da recuperação da economia brasileira. A coisa está pegando o ritmo. Nós temos que botar o pé no acelerador.”
De duas, uma: ou Guimarães ouviu as explicações de Dilma e tirou suas próprias confusões ou a presidente da República se guia pela máxima segundo a qual um governo que está dando com os burros n’água deve se apoiar nos burros mais secos.
(Josias de Souza)