Em cenário de incerteza e alta do juro, governo diz que dívida será mais alta

Publicado em 24/08/2015 11:15

O cenário de incertezas na economia internacional, e também no cenário doméstico, assim como o alto retorno pago pelo governo brasileiros nos títulos públicos - os juros reais brasileiros são os mais elevados do mundo - levou ao aumento da demanda por papéis da dívida pública, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional.

Com isso, a instituição resolveu mudar os parâmetros contidos no Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado no início de 2015. No início deste ano, o governo estimava que a dívida pública terminaria este ano abaixo de R$ 2,6 trilhões - patamar registrado já no mês de julho. Nesta segunda-feira (24), informou que o teto para a dívida no fim deste ano subiu para R$ 2,8 trilhões.

"A demanda [por títulos públicos] está maior do que o esperado e o Tesouro resolveu suprir essa demanda", informou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, José Franco. "Não é uma sinalização ruim. A demanda por títulos públicos tem sido acima do esperado. O Tesouro é tomador de preços. Os juros estão altos, mas uma parcela da dívida esta precificada", acrescentou ele.

Leia a notícia na íntegra no site G1.

Dívida pública sobe 0,78% em julho, para R$ 2,6 trilhões

A dívida pública federal, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, registrou aumento de 0,78% em julho deste ano, para R$ 2,6 trilhões, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (24) pela Secretaria do Tesouro Nacional. Em junho, o endividamento público estava em R$ 2,58 trilhões.

No mês passado, foram emitidos R$ 51,24 bilhões em papéis da dívida federal, ao mesmo tempo em que foram resgatados (pagos) R$ 71,06 bilhões. Com isso, o resgate líquido somou R$ 19,82 bilhões. Ao mesmo tempo, as despesas com juros totalizaram R$ 40 bilhões.

Ou seja, os números oficiais mostram que o aumento da dívida em julho deste ano está relacionado à apropriação de juros sobre o estoque do endividamento brasileiro – uma vez que os resgates de papéis superaram as emissões, resultando em vencimento líquido de títulos.

Programação para 2015
De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, a dívida pública pode chegar ao patamar máximo de R$ 2,6 trilhões no fim deste ano – R$ 305 bilhões a mais em relação ao fechamento de 2014.

O Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública, feito pelo Tesouro Nacional, também estabelece um piso de R$ 2,45 trilhões para o débito público no fim deste ano, o que representaria uma alta de R$ 155 bilhões em comparação com dezembro do ano passado.

Em 2015, os vencimentos de títulos públicos previstos somam R$ 571 bilhões, ao mesmo tempo em que os encargos da dívida pública totalizam R$ 63 bilhões. O governo prevê, entretanto, o uso de R$ 147,1 bilhões em recursos orçamentários para pagar os vencimentos neste ano.

Perfil da dívida
Os números do governo federal, calculados após a contabilização dos contratos de "swap cambial", mostram que o estoque de títulos prefixados (papéis que têm a correção determinada no momento do leilão) somou R$ 1,06 trilhão em julho, ou 42,93% do total, contra R$ 1,08 trilhão, ou 44% do total, em junho.

Os títulos atrelados aos juros básicos da economia (os pós-fixados), por sua vez, tiveram sua participação reduzida em julho. No fim do mês passado, estes títulos públicos representavam 6,8% do estoque total da dívida interna, ou R$ 168 bilhões, contra 7,46% do total (R$ 183 bilhões) em junho.

Leia a notícia na íntegra no site G1.

Fonte: G1

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