Brasil perde quase 158 mil vagas formais, pior desempenho em 23 anos para julho

Publicado em 21/08/2015 16:13

(Por Luciana Otoni)

BRASÍLIA (Reuters) - Diante do mau desempenho da economia, o Brasil fechou 157.905 vagas formais de trabalho no mês passado, pior resultado para julho da série histórica iniciada em 1992, resultado muito aquém do esperado e vindo sobretudo do setor industrial e de serviços.

No acumulado do ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira, foram perdidos 494.386 empregos com carteira assinada no país, no dado com ajustes, revertendo quase 75 por cento das vagas abertas em igual período de 2014.

O resultado de julho foi pior que as expectativas de economistas ouvidos pela Reuters, cuja mediana apontava para o fechamento de 112 mil empregos no período. Em junho, haviam sido fechados 111.199 postos com carteira assinada, sem ajustes.

A elevada demissão líquida em julho foi provocada por grandes dispensas de trabalhadores na indústria da transformação (-64.312), serviços (-58.010), comércio (-34.545) e construção civil (-21.996). Apenas a agricultura registrou contratação líquida, de 24.465 trabalhadores, por motivos sazonais, segundo o ministério.

O acumulado do ano até julho, ainda segundo a pasta, foi a primeira vez da série histórica desse período (iniciada em 2002) que houve mais rescisões que admissões no mercado de trabalho formal.

Nos sete primeiros meses do ano, a indústria fechou 226.986 vagas, com ajustes; a construção civil eliminou 154.897 postos; o comércio dispensou 214.145 trabalhadores; enquanto o setor de serviços demitiu 11.648 pessoas. A agricultura abriu 110.037 vagas no período em termos líquidos e o setor público, 12.741 empregos.

O mercado de trabalho vem sofrendo com a atual conjuntura de economia em contração, inflação e juros elevados e instabilidade política, que tem abalado a confiança dos agentes econômicos.

Também no mês passado, a taxa de desemprego no Brasil saltou para 7,5 por cento em julho, maior nível em mais de 5 anos, em consequência do aumento de quase 10 por cento da população desocupada, informou na véspera o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O cenário econômico ruim deverá continuar. Na pesquisa Focus do Banco Central, economistas de instituições financeiras estimaram retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,01 por cento este ano, e alta do IPCA de 9,32 por cento.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Brasil e EUA farão anúncio sobre aproximação em transformação ecológica, diz Haddad
S&P e Nasdaq fecham nos menores níveis em várias semanas pressionados por Tesla e Alphabet
Dólar fecha no 2º maior valor do ano em mais um dia de pressão para emergentes
Ibovespa tem queda discreta com petroleiras atenuando pressão de Wall St
Taxas de juros futuros voltam a subir com alta do dólar e dos rendimentos dos Treasuries
Receita do setor de mineração do Brasil cresce 8% no 1º semestre