China permite que iuan se desvalorize mais e alimenta temores de guerra cambial

Publicado em 12/08/2015 07:22

XANGAI (Reuters) - O iuan chinês atingiu a mínima em quatro anos nesta quarta-feira, recuando pelo segundo dia consecutivo, após autoridades desvalorizarem-no em uma manobra que alimentou temores de uma guerra cambial mundial e acusações de que Pequim está auxiliando injustamente seus exportadores, que vêm enfrentando dificuldades.

O iuan à vista na China caiu para 6,45 por dólar, nível mais fraco desde agosto de 2011, depois de o banco central fixar o ponto médio diário que coloca como referência a 6,3306, ainda mais fraco do que a desvalorização de terça-feira.

A moeda tinha desempenho pior nos mercados externos, tocando 6,59.

O BC, que havia descrito a desvalorização como uma medida não recorrente com fim de tornar o iuan mais reativo às forças do mercado, buscou assegurar aos mercados financeiros nesta quarta-feira que não está embarcando em uma depreciação constante.

"Avaliando a situação econômica doméstica e internacional, atualmente não há base para uma tendência de depreciação sustentada do iuan", informou o Banco do Povo da China.

Operadores de câmbio disseram mais tarde que bancos estatais estavam vendendo dólares em nome do banco central para manter o iuan em torno de 6,43.

"Aparentemente, o banco central não quer que o iuan fuja do controle", disse um operador em um banco europeu em Xangai.

Um operador em outro banco europeu disse que a desvalorização inesperada provocou "algum pânico" nos mercados.

"Embora o banco central tenha dado explicações novamente hoje, destacando que o iuan não vai mostrar depreciação sustentada, o mercado está muito nervoso", disse.

Analistas do BMI reduziram suas projeções para a moeda no fim do ano a 6,83, queda de 10 por cento em relação aos níveis pré-desvalorização.

O iuan perdeu 3,5 por cento na China nos dois últimos dias e cerca de 4,8 por cento nos mercados globais.

Produção industrial da China em julho sobe 6,0% na base anual, muito abaixo da previsão

PEQUIM (Reuters) - A produção industrial da China cresceu 6,0 por cento em julho em comparação a um ano antes, ficando abaixo das estimativas do mercado e reforçando expectativas de que a economia precisa de novos estímulos para evitar uma desaceleração mais profunda.

Analistas consultados pela Reuters haviam estimado uma alta de 6,6 por cento, recuando ante leitura de 6,8 por cento em junho.

O investimento em capital fixo, um motor crucial da segunda maior economia do mundo, avançou 11,2 por cento nos primeiros sete meses ante igual período do ano passado, também abaixo das expectativas, informou a Agência Nacional de Estatísticas chinesa nesta quarta-feira.

Economistas esperavam expansão de 11,5 por cento, uma alta ante a leitura de junho.

As vendas no varejo subiram 10,5 por cento por cento em julho ante o mesmo mês do ano passado, ligeiramente abaixo da projeção de crescimento de 10,6 por cento, que teria ficado igual à leitura em junho.

Os números fracos de crescimento vieram após dados de comércio e inflação decepcionantes no começo deste mês, que mostraram fraqueza persistente na segunda maior economia do mundo.

(Por Kevin Yao e Winni Zhou)

Fonte: Reuters

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