Moody's rebaixa rating do Brasil a "Baa3" e muda perspectiva para "estável"

Publicado em 11/08/2015 17:21

SÃO PAULO (Reuters) - A agência de classificação de risco Moody's rebaixou nesta terça-feira o rating soberano do Brasil de "Baa2" para "Baa3", a última nota dentro da faixa considerada como grau de investimento, e alterou a perspectiva da nota de "negativa" para "estável".

A Moody's citou, entre os motivos para o rebaixamento, a fraqueza da economia, a tendência de aumento de gastos públicos e os reflexos da operação Lava Jato afetando a confiança de investidores no Brasil.

"O desempenho econômico mais fraco do que o esperado, a tendência ascendente das despesas do governo e a falta de consenso político sobre as reformas fiscais impedirão as autoridades de atingirem superávits primários elevados o suficiente para conter e reverter a tendência de aumento da dívida este ano e no próximo, e desafiar a sua capacidade de fazê-lo depois", escreveu a Moody's em nota.

A equipe econômica, liderada pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) vinha tentando evitar um rebaixamento do crédito com uma série de cortes de gastos para conter o déficit fiscal, que saltou durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.

O governo reduziu a meta de economia para pagamento de juros da dívida deste ano a equivalente a 0,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), contra 1,1 por cento do PIB previsto até então. Também anunciou corte adicional de gastos de 8,6 bilhões de reais.

Contudo, o governo deixou em aberto a possibilidade de fechar o ano com déficit primário de mais de 17 bilhões de reais caso não consiga obter algumas receitas com as quais conta e que basicamente dependem da aprovação do Congresso Nacional, em meio a uma intensa batalha política entre o Executivo e o Legislativo.

Segundo a Moody's, o Brasil pode melhorar sua classificação ou ter sua perspectiva melhorada caso a agência perceba que as perspectivas econômicas do país se estabilizem ou melhorem "mais rápido ou com mais segurança do que o atualmente esperado".

"Tal resultado provavelmente seria associado a reformas fiscais que reduzam a rigidez orçamentária estrutural derivada de vinculações de receitas e crescimento obrigatório em várias categorias de despesa", acrescentou a agência.

Uma fonte do governo disse que o rebaixamento do rating era esperado e salientou o fato de a perspectiva não ter ficado negativa. "Um rebaixamento é sempre negativo mas, por outro lado, a perspectiva negativa não se concretizou, o que reflete que o esforço do governo está tendo efeito", afirmou a fonte.

De modo geral, a perspectiva estável sinaliza que a classificação não deve mudar nos próximos 12 a 18 meses.

A Moody's foi a segunda entre as três principais agências de classificação a rebaixar o rating do Brasil para mais perto do território especulativo, após decisão similar da Standard & Poor's, que tem uma perspectiva negativa para o Brasil. A Fitch Ratings ainda classifica o Brasil dois degraus acima do nível especulativo, com perspectiva negativa.

(Por Patrícia Duarte; Reportagem adicional de Alonso Soto, em Brasília)

 

Moody's rebaixa nota do Brasil e muda perspectiva para estável

 
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou nesta terça-feira (11) a nota de crédito do Brasil de "Baa2" para "Baa3", e mudou a perspectiva do rating do país de negativa para estável.

Apesar do rebaixamento, o Brasil permanece dentro do chamado grau de investimento, mas no último degrau dentro da classificação que garante ao país o selo de bom pagador da sua dívida.

No mercado financeiro, a nota de um país funciona como um "certificado de segurança" que as agências de classificação dão a países que elas consideram com baixo risco de calotes a investidores financeiros internacionais.

Leia a notícia na íntegra no site do G1 - Economia

 

Moody’s rebaixa nota do Brasil e coloca país a um passo de perder o grau de investimento

Na VEJA.com. 


A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou, nesta terça-feira, a nota de crédito do Brasil de Baa2 para Baa3. Trata-se da última nota dentro da faixa considerada como grau de investimento, que é uma espécie de selo de bom pagador. A agência também alterou a perspectiva da nota de “negativa” para “estável”. A Moody’s citou, entre os motivos para o rebaixamento, a fraqueza da economia, a crise política e a tendência de aumento de gastos públicos.

Segundo a agência, a falta de consenso político sobre a política fiscal deve impedir que o governo consiga cumprir a meta de superávit. Em julho, o ministro da Fazenda Joaquim Levy anunciou a redução da meta de 1,1% para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB).

A Moody’s considera, ainda, que com a dificuldade de cumprimento da meta, a curva de endividamento do país deve se deteriorar em 2015 e 2016, alcançando a estabilidade apenas em 2018. Com isso, diz a Moody’s, os indicadores do país deverão cair para níveis substancialmente piores que nações emergentes consideradas “pares do Brasil”, com classificação Baa.

A Moody’s reiterou que um dos pontos fortes da economia brasileira é o montante que o país dispõe em reservas internacionais (mais de 350 bilhões de dólares), o que faz com que os choques externos tenham menos impacto sobre o mercado doméstico. Outro fator positivo, diz a agência, é a exposição limitada do país à dívida em moeda estrangeira, além de dispor de uma economia grande e diversificada. A Standard & Poor’s e a Fitch já haviam rebaixado a nota brasileira para o último degrau antes da perda do grau de investimento.

O rebaixamento pela Moody’s aconteceu um mês após a visita dos técnicos da agência a Brasília, para reuniões com membros da equipe econômica. À época, o rebaixamento já era dado como certo.

 

Moody's ainda mantém o grau de investimento do Brasil. / EFE

 

EL PAÍS: Moody's rebaixa nota do Brasil e cita economia fraca e crise política

Três semanas após a nota de crédito do Brasil ter sido revisada pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, agora foi a vez da Moody’s também alterar a perspectiva do país. A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota de crédito do Brasil deBaa2 para Baa3, o que mantém o Brasil ainda no grau de investimento —dentro da lista dos países bons pagadores— , mas o deixa apenas uma nota acima do nível especulativo.

A decisão do rebaixamento já era esperada por analistas, mas é mais um fator de turbulência nos mercados já afetados pela desvalorização da moeda chinesa e pela crise política. A perspectiva da Moody's para as próximas revisões, no entanto, passou para estável. Antes, ela estava negativa e a expectativa é que a perspectiva fosse mantida, já que cresce o rumor que a perda do grau de investimento do Brasil seria inevitável a curto prazo.

Em nota, a Moody's afirmou que a performance da economia brasileira aquém da esperada e a falta de um consenso político são algumas das razões para o rebaixamento. “Um desempenho econômico mais fraco que o esperado, uma tendência de crescimento de gastos públicos e uma falta de consenso político sobre as reformas fiscais impedirá que as autoridades alcancem um superávit primário alto o suficiente para segurar e reverter a tendência de alta da dívida este e no próximo ano”, justificou.

A mudança da nota fornece, desde a perspectiva de mercado, mais um ingrediente para a discussão sobre a probabilidade da saída da presidenta Dilma Rousseff do Governo. Nas últimas semanas,algumas empresas de análise aumentaram o risco da presidenta não conseguir terminar o mandato. 

A Moody's afirmou que a performance da economia brasileira aquém da esperada e falta de um consenso político são algumas das razões para o rebaixamento. “Um desempenho econômico mais fraco que o esperado, uma tendência de crescimento de gastos públicos e uma falta de consenso político sobre as reformas fiscais impedirá que as autoridades alcancem um superávit primário alto o suficiente para segurar e reverter a tendência de alta da dívida este e no próximo ano”, justificou.

Para a agência, o aperto do ajuste fiscal e a política monetária vão fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB) caia neste ano e só  consiga se recuperar em 2017, com uma taxa anual de crescimento de 2% em 2017 e 2018. As investigações da Operação Lava Jatotambém foram citadas pela Moody’s como um fator negativo para a retomada da economia brasileira. “A baixa capacidade de utilização, a fraca confiança dos empresários e os desdobramentos relacionados à Petrobras afetarão negativamente as perspectivas de investimentos neste ano e no próximo”, afirmou em nota.

A Moody's estima que o país precisa crescer pelo menos 2% e cumprir superavits primários de pelo menos 2% do PIB para estabilizar a dívida. A agência ressaltou que a carga da dívida do Governo e a capacidade de pagamento continuarão a “deteriorar materialmente em 2015 e em 2016”. “A Moody's tem a expectativa de que a carga de dívida crescente se estabilize somente perto do fim do governo atual”, afirmou.

Por outro lado, a agência de risco elogiou a habilidade do país suportar choques financeiros externo. "O Brasil retém vários pontos positivos em termos de crédito que se refletem no rating Baa3: sua capacidade para resistir a choques financeiros externos, tendo em vista as amplas reservas internacionais; um balanço do governo com exposição relativamente limitada a dívidas em moeda estrangeira e a dívidas de não-residentes e uma economia grande e diversificada".

Standard & Poor's

No fim de julho,  a agência de classificação de risco Standard & Poor's alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para negativa, embora também tenha mantido o grau de investimento do país. De acordo com a agência, o número de investigações de corrupção entre políticos e empresas tem um peso cada vez maior nas perspectivas fiscais e econômicas do Brasil, colocando em risco a implementação do ajuste, particularmente, no Congresso.

Fonte: G1 - Economia + Reuters

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