TIM vai cortar mais de R$1 bi em custos em 3 anos em plano de eficiência

Publicado em 05/08/2015 16:02

Por Luciana Bruno

SÃO PAULO (Reuters) - A operadora TIM Participações anunciou nesta quarta-feira um plano de redução de custos de mais de 1 bilhão de reais nos próximos três anos, cujos impactos já começarão a ser sentidos este ano e que tem entre suas prioridades a diminuição de gastos com marketing e fornecedores.

"Gostaria de anunciar que estamos conduzindo um plano de eficiência com o qual esperamos alcançar uma redução de mais de 1 bilhão de reais em Opex (despesas operacionais) durante os próximos três anos", disse o diretor financeiro da operadora

Guglielmo Noya, em teleconferência com analistas e jornalistas.

De acordo com o executivo, o plano de redução de custos envolve maior controle de gastos como viagens, comissões, patrocínios e "otimização" das despesas com publicidade.

Outra frente de atuação será a renegociação de contratos com fornecedores e análise de serviços prestados internamente e externamente.

"Na empresa ainda existem muitas atividades manuais, acreditamos que a automação de processos seja um 'driver' importante de eficiência", declarou Noya. Haverá ainda a revisão de processos administrativos e de logística.

De acordo com o diretor financeiro, as mudanças já terão "impactos importantes" este ano.

Questionado sobre cortes de pessoal, o presidente da TIM, Rodrigo Abreu, disse que a companhia por questões estratégicas evita fazer anúncios de reestruturações.

"Óbvio que existe tensão em relação ao custo de pessoal", disse Abreu. "Estruturalmente no Brasil é sempre um tópico que precisa de eficiência uma vez que a inflação impacta os custos de pessoal", disse. "Mas não anunciamos nenhum plano de reestruturação. Estamos fazendo processo de 'right sizing', liberar atenção para projetos mais prioritários e evitar crescimento de quadros", completou.

As ações da TIM exibiam alta de mais de 2 por cento às 11h54, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 1 por cento.

RENTABILIDADE

A valorização das ações da TIM ocorria apesar da empresa ter divulgado na noite de terça-feira queda de 20,5 por cento no lucro líquido do segundo trimestre sobre um ano antes e recuo de 4,4 por cento no lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

De acordo com Abreu, a baixa se deu diante do cenário econômico mais difícil, o que faz com que a TIM amplie seu foco em ganho de margem e eficiência, com redução de custos e aumento da margem Ebitda.

"Reconhecemos o impacto, seja na receita líquida, seja no Ebitda. Mas indicadores de longo prazo, como receita de dados e negócios gerados, apontam para possibilidade de recuperação", declarou Abreu.

Segundo o executivo, o aumento da receita de dados móveis compensará o declínio das receitas de voz no médio prazo. "Ainda há potencial de uso de dados pela grande massa da população", disse Abreu. Na TIM, a penetração de smartphones subiu de 39 por cento da base de usuários no ano passado para 59 por cento este ano.

Outra estratégia está sendo focar em planos pós-pagos, mais rentáveis, mas continuar "protegendo" a base pré-paga com a intensificação de promoções segmentadas, disse Abreu.

No segundo trimestre, a base de clientes pré-pagos da TIM caiu 1,5 por cento, para 61,1 milhões de usuários. A empresa manteve, contudo, a liderança nesse segmento, com 29 por cento de participação de mercado.

Funcionários de fornecedora da Vivo em São Paulo entram em greve

SÃO PAULO (Reuters) - Cerca de 2 mil funcionários de uma prestadora de serviços da operadora Vivo entraram em greve por tempo indeterminado no Estado de São Paulo devido a atraso nos salários e não pagamento de benefícios, informou nesta quarta-feira o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações (Sintetel-SP).

Os funcionários da prestadora de serviços Líder Telecom realizaram nesta quarta-feira uma carreata com destino à sede da Vivo na capital paulista, segundo a entidade. Eles exigem que a operadora se responsabilize pela falta de pagamentos de sua contratada, que não estaria pagando horas extras e convênio médico dos funcionários.

De acordo com o sindicato, a Líder Telecom é uma das fornecedoras da Vivo, que também contrata outras companhias para prestação de serviços operacionais de telecomunicações.

Procurada, a Telefônica Brasil, que detém a marca Vivo no país, informou em nota que está discutindo o contrato que mantém com a Líder e que "cumpre rigorosamente os contratos firmados com seus fornecedores".

Representantes da Líder Telecom não foram imediatamente encontrados para comentar o assunto.

(Por Luciana Bruno)

 

Fonte: Reuters

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