Crescimento do emprego privado nos EUA desacelera e déficit comercial aumenta

Publicado em 05/08/2015 11:45

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - O aumento dos postos de trabalho privados nos Estados Unidos teve forte desaceleração em julho, indicando uma perda de ímpeto na economia entrando no terceiro trimestre que pode mexer com as expectativas da elevação da taxa de juros em setembro.

Outro dado econômico divulgado nesta quarta-feira mostrou um aumento do déficit comercial em junho, conforme a demanda doméstica sólida no segundo trimestre e o dólar valorizado atraíram importações de alimentos e automóveis.

Além disso, números mostraram expansão no setor de serviços.

O ritmo de crescimento atingiu em julho seu maior nível em uma década, segundo o índice de serviços do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), liderado por fortes aumentos na atividade empresarial, de emprego e de novos pedidos.

O índice subiu para 60,3, leitura mais alta desde agosto de 2005, um sinal de que a confiança no setor não manufatureiro, que responde por mais de dois terços da atividade econômica norte-americana, está crescendo rapidamente. As expectativas eram de leitura de 56,2, de acordo com pesquisa da Reuters.

Já o Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês mostrou crescimento modesto do setor de serviço dos EUA em julho. A leitura do índice avançou a 55,7, ante 55,2 na leitura preliminar e 54,8 em junho.

"O crescimento do emprego é forte, mas tem abrandado desde o começo do ano. Apesar disso, mesmo com esse ritmo mais lento de crescimento, o mercado de trabalho está rapidamente se aproximando do pleno emprego", disse o economista-chefe da Moody's Analytics, Mark Zandi.

Os empregadores privados contrataram 185 mil funcionários no mês passado, segundo o Relatório Nacional de Emprego da ADP, muito abaixo das expectativas de economistas de uma expansão de 215 mil.

O dado de julho do setor privado foi revisado para baixo, a 229 mil novos postos, ante 237 mil originalmente relatado.

O relatório veio antes do relatório de emprego mais abrangente que será divulgado pelo governo dos Estados Unidos na sexta-feira. Segundo pesquisa da Reuters com economistas, a expectativa é de que tenham sido criados 223 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, igualando os ganhos de empregos em junho.

Sinais de moderação na contratação e uma certa estagnação no crescimento dos salários pode jogar dúvidas sobre as expectativas de que o Fed elevará a taxa de juros em setembro. O banco central norte-americano vem mantendo o juro perto de zero desde dezembro de 2008.

Em relatório separado, o Departamento do Comércio informou que o déficit comercial aumentou 7,1 por cento para 43,8 bilhões de dólares, também refletindo a segunda queda mensal seguida nas exportações. O déficit comercial de maio foi revisado para 40,9 bilhões ante 41,9 bilhões informados anteriormente.

Economistas tinham projetado que o déficit avançaria para 42,8 bilhões de dólares.

Fonte: Reuters

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