Boletim Focus: Recuo do PIB passa a 1,7% e inflação sobe para 9,15% para 2015

Publicado em 20/07/2015 08:43

As estimativas dos economistas das instituições financeiras sofreram uma nova piora, segundo pesquisa do Banco Central. A estimativa para a inflação teve a 14ª semana seguida de alta: passou de 9,12% para 9,15%. Já a previsão para o PIB, depois de uma semana de "trégua", voltou a recuar. Os analistas agora estimam que a economia sofra uma contração de 1,7% este ano, ante 1,5% na semana anterior.

Inflação
Para o final de 2016, a pesquisa apontou ligeiro ajuste para baixo na alta do IPCA, a 5,4%, contra 5,44% antes.

Se confirmada a estimativa para o IPCA, a inflação de 2015 atingirá o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%. A expectativa oficial do governo para a inflação deste ano, divulgada no decreto de programação financeira em maio, está em 8,26%.

Segundo economistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.

Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. Com isso, a inflação deverá superar o teto do sistema de metas em 2015, algo que não acontece desde 2003.

PIB
Se confirmado o resultado de queda de 1,7% no PIB, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Leia a notícia na íntegra no site G1.

 

Wall Street fecha perto da estabilidade com pressão de commodities

Por Chuck Mikolajczak

(Reuters) - As bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam perto da estabilidade nesta segunda-feira, influenciadas por uma temporada de resultados melhores que o esperado, mas pressionadas pela queda dos preços de commodities.

O índice Dow Jones encerrou em alta de 0,08 por cento, a 18.100 pontos. O S&P 500 também teve oscilação positiva de 0,08 por cento, a 2.128 pontos, e o Nasdaq encerrou com ganho de 0,17 por cento, a 5.218 pontos. O S&P 500 está a menos de 3 pontos do recorde de fechamento de 2.130 pontos registrado em 21 de maio.

Ações de empresas de tecnologia se destacaram na ponta positiva, ajudando o índice de tecnologia Nasdaq a fechar pela terceira sessão seguida em recorde de alta, com os investidores focando na temporada de resultados e deixando para trás Grécia e China. Os cinco principais impulsos para o S&P 500 vieram do setor de tecnologia.

O preço do ouro recuou para o patamar mais baixo em mais de cinco anos, enquanto o preço do cobre atingiu seu nível mais baixo em quase duas semanas. Os preços do petróleo caíram com sinais de excesso de produtos refinados, levando o índice de energia do S&P a recuar 1,3 por cento.

"Temos uma dinâmica interessante no S&P 500, então colocamos a Grécia no retrovisor e ficamos com uma primeira semana de resultados melhores que o esperado", disse Art Hogan, estrategista-chefe de mercado da Wunderlich Securities, em Nova York.

"Mas quando tem pressão de commodities, e o setor de energia recuou um ponto percentual hoje, é difícil superar o obstáculo", acrescentou.

A IBM recuou 3,6 por cento no período estendido de negociações, após divulgar resultado trimestral que mostrou nova queda de receita. Os balanços da Apple, Yahoo e Microsoft deve ser divulgados nesta semana.

Até agora, 70 por cento das companhias norte-americana divulgaram resultados acima das expectativas de analistas, acima da média de 63 por cento desde 1994.

 

 

Para driblar crise, brasileiros viram 'reis da barganha'

 

 

Limar produtos da lista de compras e aproveitar promoções para estocar comida em casa são algumas das estratégias adotadas para esticar o salário

 

 

 

 

Quatro a cada cinco pedem descontos na hora de pagar, aponta estudo da consultoria Data Popular(Ricardo Matsukawa/VEJA)

Para enfrentar a queda na renda e a maior inflação em 12 anos, consumidores brasileiros têm adotado diversas estratégias para esticar o salário. Entre elas estão limar produtos da lista de compras, aproveitar promoções para estocar comida em casa e ir com menos frequência ao supermercado. Além disso, quatro a cada cinco pedem descontos na hora de pagar, o que deixou os brasileiros na condição de "reis da barganha" na comparação com outros quatro países da América Latina.

Segundo levantamento do DataPopular, consultoria especializada nas classes C, D e E, 78% dos brasileiros declaram pechinchar mais atualmente, um avanço significativo em relação a anos anteriores e um resultado entre 19 e 35 pontos superior ao de outros países investigados (México, Chile, Argentina e Uruguai).

"Dentro de cada família brasileira há um Joaquim Levy de saias, que são as donas de casa", afirma Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular. Enquanto o titular do Ministério da Fazenda tenta implementar o ajuste fiscal nas contas públicas, as donas de casa trabalham duro para fazer render o salário e evitar dar um passo atrás na escada de consumo, escalada por milhões na última década.

Ainda assim, perdas são inevitáveis. A classe C, maior beneficiada do recente ciclo de crescimento e que hoje representa quase metade da população, é a que mais tem se obrigado a abdicar de produtos. Um levantamento da consultoria Nielsen mostra que a desaceleração é tão intensa que o gasto dessas famílias perdeu peso no consumo nacional, de 48% em 2014 para 46% em 2015. "Os consumidores da classe C são os mais endividados. Então, quando se trata de apertar o bolso, eles fazem isso com mais força", explica Paula Valadão, executiva-sênior da Nielsen.

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O corte de categorias consideradas supérfluas é a principal medida tomada pelas famílias. Cremes para pele, iogurtes, sucos, energéticos e alguns produtos de limpeza como amaciante começam a ser deixados de lado no supermercado, de acordo com a consultoria. Na classe C, quase dois terços das categorias de produtos considerados não essenciais estão menos presentes nos lares.

Autodeclarado um "otimista na capacidade do brasileiro de se virar", Meirelles acredita que o esforço é positivo e que a mudança veio para ficar. "O brasileiro está saindo da fase de ficar chorando e reclamando e está correndo atrás do prejuízo, de um lado economizando e de outro tentando arranjar uma renda extra", diz.

(Com Estadão Conteúdo)

Fonte: G1 + Reuters

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