Na Veja: Agora é guerra, Eduardo Cunha vai romper com Dilma após ser acusado de receber R$ 5 mi

Publicado em 17/07/2015 07:07

A guerra declarada nesta quinta-feira pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao Palácio do Planalto consumou-se a jato. Pela primeira vez na história recente do país, o Palácio do Planalto pode ter pela frente um adversário real no comando de uma das Casas mais importantes da República. Cunha avisou seus aliados na madrugada que vai formalizar o rompimento com o Executivo na manhã desta sexta-feira. Se confirmada, a atitude pode acarretar consequências graves ao governo da presidente Dilma Rousseff e, politicamente, indicará um afastamento inédito e sintomático do PMDB dos cabides do poder no momento em que a crise política beira a temperatura máxima.

Eduardo Cunha teve uma quinta-feira difícil. Começou o dia atirando contra o governo e o Partido dos Trabalhadores porque sabia do pior: o lobista Julio Camargo, da Toyo Setal, iria contar à Justiça que o peemedebista pediu 5 milhões de dólares do propinoduto da Petrobras para agilizar contratos na estatal. Dito e feito. Mas Cunha não engoliu. Reagiu negando as denúncias, mas horas antes já havia colocado em curso um plano de afastamento do governo que, em tempos de crise econômica e agenda pública à deriva, o fortalece ainda que jogado no lamaçal do petrolão.

Ao seu lado, Eduardo Cunha tem o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), tão líder dentro do PMDB como ele, mas não tão influente na capilaridade do Legislativo. Renan aprovou a ideia. É hora de emparedar o Executivo sobre os rumos da Operação Lava Jato.

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Cunha pediu propina em contrato da Petrobras, diz delator

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), começou o dia atirando contra o governo federal e o Partido dos Trabalhadores. Disse que previa um segundo semestre ainda mais duro para a presidente Dilma Rousseff na relação com o Congresso Nacional. Cunha é um dos líderes no Legislativo mais irritados com o avanço da Operação Lava Jato da Polícia Federal e culpa o Palácio do Planalto por isso. No final da tarde, Cunha acabou alvejado: em depoimento à Justiça, Julio Camargo, que atuou como consultor da empresa Toyo Setal, afirmou que o deputado pediu 5 milhões de dólares do propinoduto da Petrobras.

Segundo o delator, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como o operador do PMDB no escândalo do petrolão, foi o primeiro a repassar, em nome de Cunha, a reclamação de um "débito" de 5 milhões de dólares. A dívida total de propina no contrato de navios-sonda era de 8 milhões de dólares a 10 milhões de dólares - Cunha ficaria com 5 milhões de dólares no rateio.

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Youssef diz que é intimidado por aliado de Cunha

O doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato, disse nesta quinta-feira que tem sido ameaçado por um deputado a mando do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Youssef prestou depoimento ao juiz Sergio Moro e não citou o nome do parlamentar que o teria ameaçado, mas o site de VEJA apurou que se trata de Celso Pansera (PMDB-RJ), aliado de Cunha na CPI da Petrobras.

Pansera é autor de requerimentos na comissão de inquérito para quebrar sigilos telefônicos, bancários, fiscais e telemáticos das duas filhas de Youssef e da ex-mulher dele. Nenhuma das três, no entanto, é investigada no escândalo do petrolão e, por isso, o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) já anulou a revogação do sigilo de dados delas. Ainda assim, Pansera voltou a apresentar pedido de acesso às informações confidenciais das familiares do doleiro em uma atitude, segundo a defesa do doleiro, para "mandar um recado" e inibir as revelações feitas pelo réu confesso.

"Nunca na minha vida eu utilizei da minha esposa, hoje ex-esposa, ou das minhas filhas para que fizessem alguma operação ilícita. Pelo contrário. Mas venho sofrendo intimidação perante as minhas filhas, perante a minha ex-esposa por uma CPI coordenada por alguns políticos. Inclusive o nome de um dele foi mencionado aqui por mim [em referência a Eduardo Cunha]. Acho isso absurdo. Estou sendo intimidado pela CPI da Petrobras por um deputado pau mandado do Eduardo Cunha", disse Youssef ao juiz Sergio Moro.

Leia a notícia na íntegra no site da Veja.

Cunha era 'sócio oculto' de operador do PMDB, diz delator

O delator do petrolão Julio Camargo, consultor da empreiteira Toyo Setal, chamou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de "sócio-oculto" de Fernando Soares, o Baiano - acusado de ser o operador do PMDB no esquema de desvio de recursos da Petrobras e pagamento de propina a políticos e diretores da estatal. Nesta quinta-feira, Camargo detalhou pela primeira vez em depoimento à Justiça Federal como Cunha cobrou o pagamento de 5 milhões de dólares de propina em um contrato de navios-sonda da Mitsui e Samsung para exploração do pré-sal.

Segundo Camargo, além de Cunha, os beneficiários finais do dinheiro foram ele mesmo e Fernando Baiano, suspeito de intermediar propinas para políticos do PMDB no esquema. O delator afirmou que manteve uma relação contratual com Baiano. "O Fernando [Baiano] foi um beneficiário, como meu parceiro, da mesma maneira como eu ganhei ele ganhou também. Eu não sabia que ele tinha um sócio oculto, que era o deputado Eduardo Cunha, e que também ganhou", disse Camargo.

Leia a notícia na íntegra no site da Veja.

Na Folha: Após ser acusado de receber R$ 5 mi, Cunha promete romper com governo

Atribuindo ao Palácio do Planalto uma articulação para envolvê­lo na Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB­RJ), disse que anunciará nesta sexta (17) o seu rompimento com o governo. A decisão ocorre após ele ser acusado pelo lobista Julio Camargo de receber US$ 5 milhões de propina.

"É tudo vingança do governo. Parece que o Executivo quer jogar a sua crise no Congresso", disse Cunha à Folha.

Após a divulgação da notícia, ele conversou com o vice­presidente e articulador político do governo, Michel Temer (PMDB­SP), e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB­AL). Renan disse que o país vive uma crise institucional. Cunha comunicou que iria defender o rompimento com o governo.

Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo.

Fonte: Veja.com + Folha de S. Paulo

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