Na Veja: Durante a madrugada Bolsas da China seguiam em queda
As bolsas da China e da Ásia permanecem em baixa nesta quinta-feira. O movimento de queda recente nas ações chinesas elevou o temor sobre as dificuldades econômicas do país. Por volta das 23 horas (horário de Brasília), o índice Xangai Composto caía 3,7%, enquanto o Shenzhen Composto recuava 0,9%. Os dois índices já perderam mais de um terço de seu valor no último mês. O índice ChiNext, de ações de menor capitalização, caía 1% hoje, recuando mais de 40% desde suas máximas de junho.
Mais de cem companhias suspenderam suas ações no início das negociações desta quinta-feira. Com isso, o total de empresas nessa condição subiu para 1.467, ou 51,1% de todas as ações dos mercados de Xangai e Shenzhen. Em Hong Kong, porém, o mercado operou em queda no início do pregão, mas reagiu e subia 2,7%. "Nada do que eles fizeram até agora funcionou. Neste momento, nós pensamos que uma bazuca é necessária", afirmaram analistas do ING em nota, comentando as mais recentes medidas de Pequim para tentar impulsionar uma reação nas ações chinesas. Na avaliação dos analistas do ING, seria necessário um pacote de 4 trilhões de yuans (644,3 bilhões de dólares).
Na quarta-feira, o governo chinês anunciou medidas para encorajar empréstimos para a compra de ações e para impedir parte das vendas entre as maiores detentoras de papéis. Ainda assim, as vendas continuaram. Os mercados globais começam a responder à queda das ações na China, já diante das incertezas com a crise da dívida da Grécia. Em Tóquio, o índice Nikkei recuava 2,1%, enquanto na Austrália o S&P/ASX 200 caía 1,3%.
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“Boom” chinês, e das commodities, virou cocô no Brasil. E agora?
As dificuldades que o Brasil atravessa não têm nada a ver com a crise mundial, que não existe mais, todo mundo está cansado de saber. Mas é fato que já não se conta mais com uma facilidade que colaborava com as irresponsabilidades do lulo-petismo: a China não cresce mais a 10,4% ao ano, como em 2010.
Neste 2015, a previsão otimista é 7,1%; no ano que vem, 6,3%. Não é segredo para ninguém que não há mais a farra chinesa, que coincidiu com e colaborou para o boom no preço das commodities brasileiras — e de outras economias da América Latina. Alguns países souberam aproveitar e fizeram reformas. Outros resolveram transformar o bom momento em consumo e cocô. Foi o caso do lulo-petismo.
A festa acabou. Os preços das commodities despencaram, e não sobem tão cedo. E a China passou a crescer a níveis, vamos dizer, menos selvagens. O que já não andava bem por aqui piorou bastante. É por isso que o Brasil tem, sim, de se arrepiar quando há um sacolejo na economia chinesa, como o havido nesta quarta.
O mercado acionário daquele país despencou 30% na comparação com junho, que foi o pico. Analistas especulam sobre a possibilidade do estouro de uma bolha, de consequências imprevisíveis para a economia mundial, mas, ora vejam, especialmente negativas para o Brasil. O dólar disparou por aqui e chegou a R$ 3,23.
Este texto começou falando sobre preço de commodities. Pois é… O preço do minério de ferro despencou 11% na Bolsa, informa a Folha, para a cotação mais baixa desde 2009. Entre janeiro e junho, a receita decorrente das exportações do minério para a China caiu nada menos de 49%.
Se a China que crescia a 10% foi fundamental para alimentar a farra petista e, crescendo 7%, está tendo um peso importante para demonstrar como estavam errados os fundamentos da nossa economia, um sério abalo pode ser devastador para o Brasil.
A depender do caso, a China pode ser mais perigosa para Dilma do que o TCU…
Por Reinaldo Azevedo