No auge da crise, Dilma diz em entrevista à Folha que não vai cair e desafia seus adversários
No auge da pior crise de seus quatro anos e meio de governo, a presidente Dilma Rousseff desafiou os que defendem sua saída
prematura do Palácio do Planalto a tentar tirála da cadeira e a provar que ela algum dia "pegou um tostão" de dinheiro sujo.
"Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso aí é moleza, é luta política", disse a presidente nesta segundafeira (6), durante
entrevista exclusiva à Folha, a primeira desde que adversários voltaram a defender abertamente seu afastamento do cargo.
Apesar do cerco político que parece se fechar a cada dia, Dilma chamou os opositores para a briga. "Não tem base para eu cair, e
venha tentar. Se tem uma coisa que não tenho medo é disso", afirmou a presidente, acusando setores da oposição de serem "um tanto
golpistas".
Com dedo indicador direito erguido, foi mais enfática: "Não me atemorizam". A presidente tirou o PMDB da lista de forças políticas que
tentam derrubála. "O PMDB é ótimo", disse Dilma, esquivandose de responder sobre o flerte de figuras do partido com a tese do
impeachment.
Dilma descartou a hipótese de renúncia e comentou o boato disseminado na internet, e prontamente desmentido por ela, de que havia
tentado se matar. "Eu não quis me suicidar na hora que eles estavam querendo me matar lá [na cadeia, durante a ditadura militar], a
troco de que eu quero me suicidar agora?".
Leia a íntegra da entrevista no site da Folha de S. Paulo
Situação de Dilma não está boa nem no TCU, nem no TSE, diz ex-ministro
Ex- ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e ex-presidente do TSE (TribunalSuperior Eleitoral), Carlos Ayres Britto disse no programa "Roda Viva" desta segunda (6) que a situação da presidente Dilma Rousseff "não está boa" em nenhuma das instâncias em que ela é investigada.
Para o TCU (Tribunal de Contas da União), a petista cometeu irregularidades na prestação de contas do governo em 2014. No próximo dia 21, ela deverá justificar as manobras à corte.
Em outra frente, o TSE apura, a partir de ação proposta pelo PSDB, se houve crime na campanha que reelegeu Dilma. Dois delatores da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o dono da UTC, Ricardo Pessoa, falaram em irregularidades naarrecadação feita pelo PT.
Youssef já depôs ao TSE e Ricardo Pessoa deve fazêlo neste mês. Ayres Britto foi questionado se, caso fosse advogado da presidente, qual dos dois casos o preocuparia mais. "Pelo andar da carruagem, a situação não está boa em nenhuma das duas instâncias", respondeu, evitando avançar nas considerações.
Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo.