Financeiro: Bovespa cai nesta 6ª com dados econômicos e dólar sobe

Publicado em 19/06/2015 12:11
Informações de 12h (horário de Brasília) da InfoMoney, Investing

IBOVESPA - o índice opera em baixa nesta sexta-feira (19), sentido inverso do movimento das bolsas mundiais que apresentam um dia de alívio, depois de repetidas quedas por causa dos temores de um default da Grécia e com especulação de que mesmo com crise de liquidez o país não causará contágio.

Na segunda feira os ministros de finanças da zona do euro vão realizar outra reunião sobre a Grécia.

Na Alemanha a Destatis, agência de estatísticas do país, publicou hoje o índice de preços ao produtor (PPI, sigla em inglês) em maio ficou estável em relação a abril, o resultado ficou abaixo do esperado por analistas, que previam alta de 0,2%. Na comparação anual o PPI recuou 1,3% em maio, queda superior a 1,1% que era esperada.

Na China as ações do índice Xangai recuaram mais de 6%, acumulando queda de 9% na semana e de 10% em relação a máxima atingida do começo de junho. A correção foi causada por novas medidas de regulação para apertar o financiamento de margens, importante fator motivador do rali do mercado, e ainda foi piorada por uma grande oferta inicial de ações (IPO, sigla em inglês), que elevou a oferta de ações.

No Japão a avaliação positiva sobre a economia e a convicção de que a inflação irá atingir a meta de 2% fez com que o banco central mantivesse a política monetária. O banco ainda informou que vai reduzir o número de reuniões de política monetária para oito a cada ano, contra as atuais 14. E o Bank of Japan (BoJ) confirmou a promessa de elevar a base monetária, ou dinheiro e depósitos no banco central, através de compras de títulos do governo e ativos de risco.

No Brasil, pela segunda vez seguida, a Câmara dos Deputados adiou a votação do Projeto de Lei das desonerações. Os agentes também estão atentos a uma nova fase da operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras, envolvendo as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, incluindo a prisão dos presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) que busca ser uma espécie de "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), veio abaixo do esperado pela mediana dos economistas registrando uma contração de 0,84% em abril, a variação, após ajuste sazonal, aconteceu sobre o mês de março, primeiro mês do segundo trimestre. O resultado veio bem pior do que o estimado por especialistas consultados pela Reuters, de recuo de 0,40% segundo a mediana de 24 projeções que variaram de queda de 0,10% a 1,00%.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) mostrou avanço da inflação de 0,99% no período apurado entre metade de maio e metade de junho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa para meses de junho desde 1996, quando ficou em 1,11%. As expectativas para o IPCA estavam em 0,85% de alta, com as projeções da Bloomberg entre 0,48% e 0,90%. Em 12 meses, a inflação já bate 8,8% contra projeções de 8,64%.

A notícia de que o governo já se prepara para reduzir a meta de superávit primário deste ano devido à dificuldade de manter as receitas do governo, agora se junta a piora da economia.


O dólar sobe em relação ao real hoje, após números piores que o esperado do IPCA-15 e do IBC-Br. Em relação às principais moedas mundiais a moeda norte-americana tem valorização, diante de persistentes preocupações com a crise envolvendo a dívida da Grécia.
IBOVESPA 53.718 pts (-0,96%)
DÓLAR R$ 3,0835 (+0,81%)

PETROBRAS - As ações da estatal registram queda. No noticiário desinvestimentos e reajuste de combustíveis. Quanto ao reajuste a notícia negativa de que estaria mais difícil agora. A empresa voltou a sofrer com a defasagem dos preços da gasolina em relação ao mercado externo, ao mesmo tempo em que o momento de crise econômica no país, que colabora para a redução no consumo do combustível, dificulta um eventual reajuste no preço do produto, afirmou uma fonte da petroleira à Reuters. A estatal estaria ainda acelerando o programa de desinvestimentos de blocos de exploração offshore e pretende completar o primeiro lote de venda nos próximos meses, disseram três fontes com conhecimento dos planos à Bloomberg. Ainda sobre a estatal, o Tribunal de Contas da União (TCU) investiga prejuízos em obras e compras de ativos da Petrobras que podem alcançar R$ 39 bilhões. O valor é a soma das perdas apuradas por conta de sobre preço e má gestão de projetos em quatro dos principais empreendimentos da estatal, em muitos casos fatiados pelo clube de empreiteiras que são alvos da Operação Lava Jato.

PETROBRAS PREFERENCIAL R$ 13,31 (-0,97%)
PETROBRAS ORDINÁRIA R$ 14,72 (-0,54%)
PETRÓLEO WTI (NY) US$ 59,70 (-1,84%)
PETRÓLEO BRENT (LONDRES) US$ 62,83 (-2,23%)

BRASKEM - as ações da petroquímica registram forte queda no pregão. A companhia tem 38,32% de participação da Odebrecht e em meio à Operação Lava Jato seus papéis sofrem.

BRASKEM PREFERENCIAL R$ 13,26 (-4,19%)

BANCOS - Com a deterioração da economia e a Operação Lava Jato, as ações dos bancos também caem, já que as instituições financeiras são credoras de diversas companhias ligadas.

BANCO DO BRASIL ORDINÁRIA R$ 23,04 (-1,03%)
SANTANDER R$ 16,42 (-0,18%)
BRADESCO ORDINÁRIA R$ 27,28 (-1,80%)
BRADESCO PREFERENCIAL R$ 28,23 (-1,84%)
ITAÚ UNIBANCO R$ 34,10 (-1,96%)

VALE - as ações recuam após as fortes altas de ontem. O minério de ferro no porto de Qingdao registrou queda de 0,66%, a US$ 61,36. 

VALE PREFERENCIAL R$ 17,14 (-1,44%)
VALE ORDINÁRIA R$ 20,12 (-1,37%)

PREÇOS DE SOJA E MILHO NOS PORTOS

SOJA PARANAGUÁ R$ 68,50 (julho/15)

SOJA PARANAGUÁ R$ 71,00 (março/16) 
MILHO PARANAGUÁ R$ 27,50 (outubro/15)

SOJA PORTO RIO GRANDE R$ 69,30 (disponível)

SOJA PORTO RIO GRANDE R$ 73,40 (maio/16)
Fonte: Notícias Agrícolas

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