Ibovespa segue bolsas mundiais e "respira" com alívio nas tensões gregas; dólar recua

Publicado em 16/06/2015 15:25

SÃO PAULO - O Ibovespa opera em alta nesta terça-feira (16) seguindo o movimento das bolsas mundiais, que têm leve alta com um pouco de alívio nas tensões gregas. O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras disse que o país está na reta final de negociação com os seus credores internacionais para um acordo sobre o seu programa de resgate. Por aqui, a expectativa é pela sanção ou veto da presidente Dilma Rousseff (PT) à emenda que flexibiliza o fator previdenciário e faz parte da Medida Provisória 664. Dilma tem até amanhã para decidir a questão. Os investidores ainda repercutem os dados de moradia nos Estados Unidos neste que também é o primeiro dia de reunião do Fomc (Federal Open Market Comittee).
 
Às 14h23 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 1,21%, a 53.782 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial recua 0,66%, a R$ 3,1052 na compra e a R$ 3,1065 na venda. No mercado de juros futuros o DI para janeiro de 2017 cai 12 pontos-base, a 13,95%, ao passo que o DI para janeiro de 2020 recua 6 p.b., a 12,94%.
 
Para Elad Revi, analista da Spinelli, a alta de hoje é mais um respiro do mercado do que uma alta guiada por drivers mais fortes. Segundo ele, mesmo havendo a percepção de que quanto mais se arrasta pior fica a situação da Grécia, enquanto não houver certeza de um default ou de um acordo, haverá oscilação e as bolsas mundiais tendem a fazer um movimento de "escada", realizando ajustes dentro de uma tendência de baixa.
 
As bolsas mundiais viraram para alta depois de cair forte em dois pregões por conta do desenrolar das negociações da Grécia com os seus credores internacionais. Depois do fracasso das conversas no fim de semana, Michael Fuchs, vice-chairman do partido União Democrata-Cristã (UDC) da chanceler alemã, Angela Merkel, disse que os gregos têm que decidir se vão continuar ou sair da zona do euro. Por outro lado, o líder do partido de centro da Grécia, To Potami, pediu nesta terça-feira que o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, feche um acordo com os credores do país e afirmou que seu partido está pronto para apoiar no Parlamento qualquer decisão que mantenha a Grécia na zona do euro. Stavros Theodorakis afirmou que Tsipras disse a ele que Atenas pode quebrar um impasse nas negociações com seus credores, desde que os credores também recuem.
 
Os mercados acionários mundiais têm sentido o impacto do colapso das conversas entre Atenas e seus credores no final de semana, com a Grécia tendo apenas duas semanas antes que tenha de pagar 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A confiança piorou ainda mais na segunda-feira uma vez que ambos os lados endureceram suas posturas.
 
Além da questão da Grécia, os investidores ainda esperam pela decisão do Fomc (Federal Open MarketComittee), que deve trazer definições mais claras acerca de uma elevação dos juros nos Estados Unidos este ano. "A dupla Fomc e a Grécia continuam a criar nervosismo. Será um tema diário pelo próximo mês; no caso do Fed, pelos próximos três a quatro meses", escreveu o estrategista de mercado da IG Evan Lucas. Com a reunião dos ministros das Finanças da zona do euro sobre a questão grega não acontecendo até quinta - feira, a atenção passou à política monetária dos EUA.


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