"Tragédia grega" afunda o Ibovespa em dia de pessimismo global; dólar recua a R$ 3,10

Publicado em 15/06/2015 13:20
SÃO PAULO - O Ibovespa opera em queda nesta segunda-feira (15) repercutindo novamente o cenário para a Grécia após mais uma decepção nas negociações do país com os seus credores internacionais. No domingo bastaram 45 minutos para que as conversas com os gregos fossem dadas como fracassadas. Por aqui ficam no radar as discussões sobre o ajuste fiscal depois de mais um episódio de tensão no relacionamento do governo com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
 
Às 11h54 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira caía 0,97%, a 52.831 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial recuava 0,52%, a R$ 3,0990 na compra e a R$ 3,1020 na venda. Vale lembrar que hoje é dia de vencimento de opções sobre ações.
 
Para Angelo Larozi, analista da Walpires Corretora, o cenário está bastante conturbado para o mercado brasileiro. Ele explica que a Grécia e a reunião do Fomc (Federal Open Market Comittee) vão ficar no centro das atenções dos investidores esta semana, que esperam por definições mais claras nestes fronts para poder tomar posições. Ele não vê o mercado ficando mais otimista no curto prazo com todas as preocupações no exterior se somando ao cenário interno que não vai bem com economia fraca e inflação acelerando.

"Estamos em um cenário muito perigoso que acaba prejudicando a performance das ações", avalia.


 
Para ele, o Ibovespa corre o risco neste momento de romper a parte de baixo da zona de congestão em que tem operado entre 54.313 pontos e 52.650 pontos. "Se ele perder este suporte a gente pode ter novas sessões de baixa e realizações", explica. O objetivo de uma eventual queda se confirmada a perda do suporte ficaria nos 51.985 ponto
 
Grécia gera preocupação
 
 As possibilidades de a Grécia entrar em default pela falta de acordo com seus credores mexem com o humor do mercado nesta segunda. Autoridades da União Europeia culparam Atenas pelo colapso da última rodada de conversas sobre a dívida da Grécia, que segundo as autoridades não ofereceu quaisquer novas concessões para assegurar os recursos de que precisa para pagar 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) até o fim deste mês.
 
"Dado que a Alemanha não vai aprovar nada parecido com alívio de dívida a este ponto, provavelmente vamos ver uma continuação deste jogo político de 'gato e rato' durante a reunião de ministros das Finanças do Eurogrupo na quinta-feira, e para, além disso, até o fim do mês", disse o analista-chefe de mercados da CMC Markets UK, Michael Hewson, em nota para clientes.
 
"Isso nos leva a perguntar o porquê de não podermos pôr um fim nesta charada que sugere que um acordo é possível, e acelerar o tempo até o momento no final do mês quando o default acontece e podemos passar para a próxima etapa do processo", disse Hewson.
 

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