Na FOLHA: No congresso do PT, Dilma defende ajuste fiscal e pede apoio
Na FOLHA: A petistas, Dilma defende ajuste fiscal e pede apoio
Presidente falou na abertura do 5º Congresso da sigla, nesta quinta, em Salvador
Diante de dirigentes petistas insatisfeitos com a condução de sua política econômica, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta (11) que o PT deve "fazer a leitura correta da conjuntura" e pediu que a militância saia em defesa de seu governo.
Em discurso na abertura do 5º Congresso Nacional da sigla, em Salvador, a presidente justificou o ajuste fiscal e disse que essas são medidas necessárias para fazer o Brasil voltar a crescer.
"O PT é um partido preparado para entender que, muitas vezes, as circunstâncias impõem movimentos táticos para alcançar o objetivo mais estratégico, a transformação do Brasil em uma nação desenvolvida e mais justa."
No momento em que PT e Dilma parecem cada vez mais distantes, a presidente pediu que ambos caminhem unidos e que militantes "não se submetam aos que torcem pelo fracasso do governo e do partido". Segundo ela, os petistas precisam se "municiar de informações e argumentos que desmintam a informação de que o país está paralisado."
Em resposta aos grupos que afirmam que sua política é contraditória com seu programa de governo, ela disse que as medidas tomadas foram "fortes" e "conscientes" para que o governo "preserve os direitos dos mais pobres e daqueles que mais precisam do apoio do Estado."
Na lateral do auditório, um grupo de militantes estendeu uma faixa onde se lia "abaixo o plano Levy", em referência ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
DISPERSÃO
Dilma começou seu discurso perto das 23h, com o auditório cheio dos cerca de 520 delegados que compareceram à abertura do evento. A partir da metade de sua fala, de quase 50 minutos, a plateia ficou dispersa. Muitos começaram a ir embora.
No discurso do presidente do PT, Rui Falcão, na abertura, quase não se ouvia a fala do dirigente. Petistas formavam rodas de conversas paralelas, tiravam selfies, conversavam alto, em um clima de dispersão raro em reuniões da sigla.
O único discurso ouvido com mais atenção foi o do ex-presidente Lula, que disse que "há dez anos tentam matar o PT, mas o PT está vivo". Ele afirmou que o partido não pode decepcionar seus eleitores.
Mais uma vez Lula acusou a imprensa de atacar o partido. Ele listou demissões em empresas de comunicação e afirmou que esse é o setor que mais demite no Brasil.
"Só este ano tiveram 50 demissões de jornalistas na Folha de S. Paulo, 120 demissões no 'Globo' [trecho inaudível]. A revista mais sórdida deste país teve que entregar metade de seu prédio e fechar 20 títulos de suas revistas", afirmou ele, referindo-se à "Veja" e à Editora Abril.
"Esses veículos falam tanto do nosso governo, não são capazes de administrar a própria crise sem jogar o peso nas costas dos trabalhadores. E acham que podem ensinar como se governa um país com mais de 200 milhões de habitantes", completou Lula.
Em sua fala, anterior à de Lula e à de Dilma, Rui Falcão havia expressado insatisfação com a política econômica do governo petista, mas evitou fazer críticas diretas ao ajuste fiscal.
Ele disse que uma política econômica "firme com os fracos" e "frouxa com os fortes" seria inaceitável para a sigla
Apesar de insistir que o PT está "sob forte ataque" e que o partido está sendo "criminalizado", Falcão faz uma autocrítica ao dizer que o PT precisa "assumir responsabilidades e corrigir rumos".
Até sábado (13), 800 delegados petistas discutirão os novos rumos do partido durante o congresso.
Joia da Coroa (coluna Painel)
A cúpula do PT e ministros do partido determinaram que deputados e senadores reforcem a atuação no Congresso para evitar novos movimentos que atinjam especialmente Lula. Dirigentes da legenda temem uma articulação, com apoio de parlamentares do PMDB, para fragilizar o ex-presidente e desarticular o PT diante das dificuldades da gestão Dilma Rousseff. A aprovação da convocação para a CPI da Petrobras do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, fez disparar o alerta.
Poupança Caciques petistas querem blindar a CPI do BNDES, que foi instalada no Senado, e evitar que a oposição explore a relação de Lula com empresas que obtiveram empréstimos do banco.
Nevrálgico Membros da cúpula da CPI da Petrobras relataram a outros integrantes que receberam pressão do governo para frear a votação dos requerimentos que atinjam Okamotto e José Dirceu, além de algumas acareações.
Sincronia Enquanto o PT aplaudia de pé o nome de João Vaccari nesta quinta-feira em Salvador, o ex-tesoureiro do partido prestava mais um depoimento na sede da Polícia Federal em Curitiba por seu envolvimento na Operação Lava Jato.
Lula saiu do sério (por Lauro Jardim, de veja.com)
Lula saiu do sério ontem com Luiz Sergio, o petista que é o relator da CPI da Petrobras, logo após saber que o seu fiel escudeiro, Paulo Okamoto, fora convocado a depor na comissão. Numa palavra, foi um esporro federal.
Por Lauro Jardim
ANALISEDE DE BERNARDO MELLO FRANCO
Lula e as empreiteiras
BRASÍLIA - Um mês depois de deixar o governo, Lula embarcou em um avião da Gol para Brasília. Apertou-se na poltrona, posou para fotos com passageiros e disse que os políticos deveriam "ir para a rua".
Era só truque de marketing, porque o ex-presidente não foi mais visto em voos comerciais. Passou a se deslocar em jatos fretados por empresas que o contratam. A lista inclui ao menos três empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.
Papéis apreendidos pela Polícia Federal revelaram que a Camargo Corrêa deu R$ 4,5 milhões ao Instituto Lula e à empresa de "palestras, eventos e publicações" do petista. Em abril, o Ministério Público já havia aberto procedimento sobre as suas viagens a serviço da Odebrecht. Segundo a Procuradoria, o instituto pediu mais prazo para se explicar.
Quando as duas notícias vieram à tona, a assessoria de Lula reagiu com irritação. Há um mês, criticou a revista "Época" e afirmou que ele "faz palestras e não lobby ou consultoria". Nesta quarta, acusou a imprensa em geral de semear "factóides, má-fé e preconceito" para atingi-lo.
Em vez de atacar jornalistas, Lula deveria divulgar com transparência o que fez, para onde viajou e quanto recebeu das empresas citadas no petrolão. Ele está sem mandato, mas continua na vida pública. Comanda o PT, reúne-se regularmente com a presidente Dilma e já começou a campanha para voltar em 2018.
A CPI da Petrobras acaba de convocar o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, para prestar depoimento. Seria interessante que seu chefe também aceitasse falar abertamente sobre a Lava Jato. Foi no governo dele que a maior estatal brasileira registrou a maior parte das perdas de R$ 6,2 bilhões com corrupção.
Em 2009, Lula reclamou da publicação de suspeitas contra José Sarney e disse que o aliado não deveria ser tratado "como se fosse uma pessoa comum". Agora que também é ex-presidente, parece estender a opinião a si próprio. Está errado.
Em VEJA: A “marolinha” virou onda… e atingiu basicamente só o Brasil! (por Rodrigo Constantino):
˜Os que crêem que a culpa de nossos males está em nossas estrelas e não em nós mesmos ficam perdidos quando as nuvens encobrem o céu.˜ (Roberto Campos)
A presidente Dilma voltou a colocar a culpa da crise brasileira em ventos externos, dizendo que a “marolinha” virou uma onda: “A economia internacional, que estava em crise desde 2008, até hoje não se recuperou. Ela está andando de lado. Veja que, com 7% de crescimento da China, o menor em 25 anos, o crescimento do mundo ainda é 2,8%”. Pois é: mas 2,8% não é nada mal quando comparado a uma queda de 2% que o Brasil deverá sofrer esse ano, não é mesmo?
Perguntada se a crise não era apenas uma “marolinha” para o Brasil, como havia dito o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2008, ela afirmou que era, mas que virou uma “onda”. “Naquele momento, foi sim, senhor. Mas depois a marola se acumula e vira uma onda”, justificou, mencionando ainda a crise do banco Lehman Brothers, em 2008, nos Estados Unidos, e a crise das dívidas na Europa, iniciada em 2010. “Sabe por que ela vira onda? Porque o mar não serenou”, considerou.
O leitor do blog está cansado de saber que isso é balela. A crise é totalmente “made in Brazil”, como já demonstrei aqui em diversas ocasiões. Esse discurso de Dilma, muito usado na campanha (estelionato) eleitoral, pode enganar um ou outro incauto, mas qualquer pessoa minimamente atenta às notícias globais saberá que nosso país se descolou do resto do mundo, incluindo países emergentes, por problemas específicos produzidos por nosso governo.
Essa tal “onda”, portanto, é resultado de um mar revolto muito irritado com o Brasil. Deve ser mania de perseguição, só pode. Senão, vejamos: por que os demais países emergentes crescem tão mais que o Brasil? Por que a “onda” atrapalhou de maneira tão desproporcional a nossa economia? Será que a “onda” é antipetista, “neoliberal”? Será que os tucanos controlam o mar, tal como Poseidon? Tenho dificuldade de enxergar José Serra como Netuno…
Respondo a Dilma com uma só imagem, pois ela pode valer mais do que mil palavras:
Ou seja, o Brasil é o patinho feio, que perde de goleada dos demais países. Mesmo incluindo os Estados Unidos, epicentro da crise de 2008, e um país bem mais rico e desenvolvido, com uma economia muito maior, mas que mesmo assim cresce bem mais do que a nossa. Se compararmos com os asiáticos, então, é covardia!
E olha que estamos vendo apenas crescimento. Se levarmos em conta inflação também, sai de baixo! O Brasil, com sua inflação recentemente divulgada de 8,47% nos últimos 12 meses, é um dos países com a maior taxa do mundo, bem à frente dos outros emergentes.
Talvez o problema de Dilma seja olhar apenas para seus camaradas do Mercosul, achar que o mundo se resume ao entorno bolivariano que o PT tanto admira. Aí sim: se a base de comparação é a Venezuela e a Argentina, até que o Brasil não vai tão mal assim. É preciso ter paciência, que se depender de Dilma ainda chegaremos lá!
Em suma, uma presidente que é incapaz de reconhecer seus equívocos e ainda prefere apontar para os astros em busca de culpados pela crise que produziu, é uma “líder” que não pode gozar de credibilidade alguma. Só muda de verdade quem efetivamente sabe que errou. Quem lamenta a “fortuna” apenas, nunca terá “virtú”.
Rodrigo Constantino
O oceano dos embusteiros não tem fim: a afilhada enxerga uma onda no maremoto que o padrinho Lula rebaixou a marolinha
Em 22 de outubro de 2009, no meio da conversa com o jornalista Kennedy Alencar, o então presidente Lula voltou a desdenhar do tsunami econômico de dimensões planetárias que, no ano anterior, havia rebaixado a marolinha. “Quando dizíamos que o Brasil seria o último a entrar na crise e o primeiro a sair, nós estávamos convencidos do potencial do Brasil e do mercado interno”, gabou-se o recordista olímpico de bravata e bazófia.
“Hoje é um fato consagrado no mundo inteiro: o Brasil é o país mais bem preparado e o que melhor enfrentou a crise”, cumprimentou-se o roteirista da mais longeva farsa encenada nestes tristes, trêfegos trópicos. Em 2 de setembro de 2011, durante uma discurseira na Expointer, a sucessora Dilma Rousseff avalizou sem ressalvas a invencionice cafajeste do padrinho: “Nós fomos o primeiro a sair da crise e o último a entrar nela”.
Já não era pouca coisa. Mas não era tudo, informou a continuação do palavrório: “A diferença do Brasil está no fato de que nós não temos as mesmas consequências que os países desenvolvidos tiveram”, orgulhou-se a mãe do dilmês. Que Angela Merkel, que nada. Estadista é a chefe de governo do País do Carnaval: quem mais poderia dar conselhos à colega alemã com a desenvoltura de passista da Sapucaí?
A Quarta-Feira de Cinzas já chegara, mas a farra se estendeu até o fim de 2014, quando se esgotou o estoque de truques dos mágicos de picadeiro. No quinto mês de 2015, todos os países sérios já deixaram a UTI onde um Brasil perigosamente anêmico continua em busca da perdida. A presidente perdeu o rumo faz tempo. Mas não perdeu a pose, atestaram nesta quinta-feira as declarações da governante que convalesce em Bruxelas de vaias e panelaços.
Um jornalista quis saber se Lula errou ao enxergar uma marolinha onde todos viam um maremoto. “Naquele momento, foi sim marolinha, senhor, mas depois a marola se acumula e vira uma onda”, começou a nadar em círculos o neurônio solitário. “Sabe por que ela vira onda? Porque o mar não serenou”, afundou de vez. O que fazer para acalmar as águas agitadas pela inépcia, pela idiotia e pela safadeza do lulopetismo? Isso só Deus e Lula sabem.
Embora brasileiro, Ele parece querer distância dos compatriotas irrecuperáveis. Mas ele, o chefe supremo, esse não vai negar fogo. Deve estar guardando a resposta para o congresso do PT, ou para a próxima “palestra” encomendada por empreiteiras que patrocinam o besteirol mais caro do mundo. Se reincidir na alquimia, o chefão descobrirá que suas receitas malandras já não valem manchete.
Ou irão para o lixo ou ajudarão a engrossar o colosso de provas, evidências e pistas acumuladas pela Operação Lava-Jato.
(por Augusto Nunes)
Congresso do PT exalta criminosos de ontem e hoje, com o discurso contraditório de sempre
“Nós não podemos permitir que se criminalize um companheiro do PT: João Vaccari”.
É a velha tática, usada desde o mensalão, de vitimizar os petistas presos pelos crimes que eles próprios cometeram.
A plateia de militantes então gritou em coro:
“Vaccari! Guerreiro! Do povo brasileiro!”
Sim: o povo do PT exalta um criminoso em nosso nome.
Curioso é que Rui Falcão também disse:
“Nunca antes na história do Brasil a corrupção foi tão investigada quanto no nosso governo.”
É a tática, usada desde a campanha de 2014, de se vangloriar de investigações alheias que prenderam os próprios petistas, apesar das tentativas sucessivas do PT de melá-las.
Agora repare:
Falcão se vangloria das investigações que ele próprio condena por criminalizarem um companheiro.
Ele faz isso com a maior naturalidade porque o discurso do PT é pura propaganda de apelo emocional, então não importa que se afirme uma coisa e em seguida o seu contrário.
O sentido não é importante, importante é defender o projeto de poder petista.
Falcão ainda encerrou a farsa citando Che Guevara: “Lutem e sereis livres na vida”.
Em sua luta para ser livre na vida, Che converteu em campo de extermínio a fortaleza La Cabaña, para onde eram levados presos políticos em Cuba. Nos seis meses sob seu comando, duas centenas de desafetos foram fuzilados, a maioria composta apenas de gente incômoda.
Ele próprio admitiu na ONU: “Fuzilamentos, sim. Fuzilamos e continuaremos fuzilando enquanto for necessário.”
É até engraçado que o PT seja contra a redução da maioridade penal e exalte ao mesmo tempo um porco assassino de adolescentes.
Certa vez, Che foi procurado por uma mãe desesperada, que implorou pela soltura do filho, um menino de 15 anos preso por pichar muros com inscrições contra o ditador Fidel Castro. Um soldado informou a Che que o jovem seria fuzilado dali a alguns dias. O comandante, então, ordenou que fosse executado imediatamente, “para que a senhora não passasse pela angústia de uma espera mais longa”.
Sim: o PT exalta criminosos de ontem e de hoje.
Pelas vias legais, o Brasil tem de bani-lo imediatamente para não passar pela angústia de uma espera mais longa.
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(por Felipe Moura Brasil)