Boletim Focus: Mercado eleva previsão de inflação, baixa de PIB e vê nova alta dos juros

Publicado em 01/06/2015 08:54
Reuters + Veja.com

SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras elevaram pela segunda semana seguida a perspectiva para a Selic ao fim deste ano, mantendo a expectativa de que a taxa básica de juros será elevada em 0,5 ponto percentual nesta semana.

De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, os especialistas consultados mantiveram a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai elevar a taxa básica de juros nesta semana a 13,75 por cento.

Eles também passaram a ver que a Selic encerrará 2015 a 14,0 por cento, ante 13,75 por cento na pesquisa anterior.

Em relação à atividade, eles pioraram também pela segunda semana seguida o cenário, projetando agora recuo do Produto Interno Brito (PIB) em 2015 de 1,27 por cento, contra queda de 1,24 por cento estimada anteriormente.

O IBGE informou na sexta-feira que a economia brasileira encolheu 0,2 por cento de janeiro a março ante os últimos três meses do ano passado, com os investimentos caindo novamente e registrando a maior sequência negativa da série histórica.

 

Barbosa diz que esforço fiscal durará pelo menos 2 anos

Na VEJA.com:


O esforço fiscal perseguido pelo Brasil vai durar pelo menos dois anos, afirmou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, nesta segunda-feira. Durante seminário de política fiscal na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EESP), Barbosa procurou argumentar que o ajuste é gradual, tanto que a meta de superávit primário para este ano foi reduzida para 1,2% (que depois virou 1,1% com a revisão no PIB promovida pelo IBGE), ante o inicialmente previsto pelo governo ano passado.

“Estamos em um momento em que medidas adicionais de estímulo não teriam efeito expansionista. Precisamos restabelecer o equilíbrio fiscal e combater a inflação para recuperar o crescimento econômico, por mais paradoxal que pareça”, afirmou. Mesmo assim, o ministro deixou claro que a estratégia do governo não se restringe a isso. “É uma condição essencial, mas não suficiente” para o crescimento, explicou, citando ações para estimular investimentos e ganhos de produtividade.

Ele também contextualizou o esforço de consolidação fiscal no Brasil em relação a outros países. O ministro lembrou que o mundo inteiro vem promovendo um esforço de ajuste fiscal passada a crise financeira internacional de 2008, mas em diferentes velocidades. “O Brasil está elevando gradualmente seu resultado primário para garantir estabilidade macroeconomia e viabilizar a recuperação do crescimento de modo sustentável.”

Sobre o contingenciamento promovido pelo governo no Orçamento deste ano, de 69,9 bilhões de reais, Barbosa o classificou como não linear. “Procurou-se fazer um esforço fiscal em que todos contribuem, mas não da mesma forma, não é linear. Procuramos preservar investimentos e gastos prioritários”, argumentou.

PIB
Mesmo após a queda de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), no 1º trimestre deste ano, Barbosa voltou a afirmar que o governo espera uma retomada do crescimento a partir do fim deste ano. O ministro também comentou que a inflação ficará um pouco mais alta em 2015, mas cairá no ano que vem.

Barbosa lembrou que é possível atuar sobre a produtividade tanto pelo âmbito da oferta como pela ótica da demanda. “Se você aumenta investimento, isso também eleva a demanda”. Ele afirmou que a taxa de investimento deve cair abaixo de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, mas voltará a superar essa marca em 2017 e possivelmente até antes. “Com o plano de concessões a recuperação do investimento pode ser um pouco mais rápida”.

Bolsa Família - O ministro admitiu que pode estar ocorrendo atraso no repasse de recursos da União para Estados e municípios para o pagamento do Bolsa Família. O assunto foi tema de reportagem da Folha de S. Paulo nesta segunda-feira. Segundo ele, estão previstos repasses não só para pagamentos dos benefícios, mas também para o sistema de monitoramento dos demais programas sociais.

“Isso foi levantado hoje numa reportagem e o Ministério de Desenvolvimento Social já falou sobre isso. Então é mais uma questão de tempo de liberação dos recursos. Talvez, as liberações para alguns recursos podem estar mais atrasados, mas os recursos estão previstos no Orçamento deste ano”, disse.

(VEJA.COM)

 

Fonte: Reuters + VEJA

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