Ibovespa tem queda diante de insatisfação de Levy com ajuste; dólar e DI sobem

Publicado em 25/05/2015 12:19
SÃO PAULO - O Ibovespa opera em queda e o dólar e DI sobem nesta segunda-feira (25) com investidores preocupados com a insatisfação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, depois do corte no Orçamento menor do que o esperado. Lá fora, os mercados dos Estados Unidos, da Alemanha e do Reino Unido estão fechados por conta do feriado, mas as bolsas que estão abertas caem depois da vitória dos partidos de oposição à austeridade nas eleições.

Às 11h10 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira caía 0,40%, a 54.161 pontos. Temerosos com a repercussão dos acontecimentos de sexta-feira, os investidores compram dólar nesta segunda, fazendo com que a divisa norte-americana suba 1,02%, a R$ 3,1250 na compra e a R$ 3,1267 na venda. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2016 caía 0,02 ponto percentual, a 13,74% ao ano, ao mesmo tempo em que o DI para janeiro de 2020 subia 0,17 ponto percentual, a 12,56% a.a..

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse na manhã desta segunda-feira (25), a repórteres em Brasília, que se reunirá Dilma Rousseff após especulações sobre suas insatisfações com o governo depois de um anúncio no corte do Orçamento abaixo do que ele previa. A ausência do ministro no anúncio do corte, na última sexta-feira, gerou preocupações sobre uma possível saída após cinco meses que ele tomou o comando do ministério. Pela manhã, ele disse que o corte de gastos era importante e foi executado de maneira cuidadosa.


 
Segundo fonte ouvida pela Bloomberg, Levy não teria gostado da decisão do contingenciamento ter ficado abaixo do piso sugerido por ele. O ministro estaria preocupado que suas medidas estejam saindo do Congresso desfiguradas e reclamaria da falta de apoio do PT. De acordo com a Folha de S. Paulo, o vice-presidente da República, Michel Temer, pede empenho do Planalto para angariar o apoio do partido.
 
Ações em destaque 
 
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 13,87, -1,63%; PETR4, R$ 12,92, -1,22%) caíam com notícias de que a petroleira vai realizar assembleia com acionistas às 15h para deliberar sobre a aprovação do balanço do ano de 2014. Os fundos de investimento, Ibiúna e HBK, pediram à CVM o adiamento ou a interrupção da AGE na semana passada, questionando a decisão da companhia de não pagar dividendos referentes a 2014. A autarquia negou, de acordo com informação do Broadcast, o serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

A companhia ainda apresentou nova defesa em ação coletiva movida nos Estados Unidos por investidores estrangeiros com uma estratégia que pode reduzir significativamente o número de acionistas representados pelo processo e a indenização que pode vir a desembolsar, informou o Valor. A estatal quer excluir da ação coletiva todas os investidores que compraram ADRs (American Depositary Receipts) e também ações negociadas na BM&FBovespa no período determinado pela ação, de janeiro de 2010 até março deste ano.

Além disso, um ano e dois meses depois de deflagrada a Operação Lava Jato, a força-tarefa responsável pela investigação da corrupção na Petrobras acredita já ter reunido indícios para tentar comprovar que o esquema de desvios nos contratos de construção de refinarias da estatal foi também reproduzido no mercado do pré-sal. São obras de plataformas, construção e locação de navios e sondas de perfuração para exploração de petróleo - a maior parte deles vigente - que envolvem volume de investimentos público e privado superior aos projetos até agora sob escopo da operação.

 

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