FMI: Brasil deve ter em 2015 a pior desaceleração em mais de duas décadas

Publicado em 29/04/2015 18:26
A previsão dos economistas do Fundo é de que o PIB do Brasil vai encolher 1% em 2015, um dos piores desempenhos entre as principais economias mundiais

O Brasil pode ter em 2015 a pior desaceleração da economia em mais de duas décadas, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI), que volta a recomendar que, mesmo com a atividade enfraquecida, a presidente Dilma Rousseff siga em frente com o ajuste fiscal e monetário, de acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira, chamado Perspectiva Econômica Regional: Hemisfério Ocidental.

A previsão dos economistas do FMI é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vai encolher 1% em 2015, um dos piores desempenhos entre as principais economias mundiais. Para 2016, a expectativa é de uma recuperação moderada, com o PIB crescendo 1%. "O Brasil está passando por sua desaceleração mais grave em mais de duas décadas, mas terá de perseverar com os recentes esforços para conter o aumento da dívida pública e repor a confiança no quadro da política macroeconômica", afirma o FMI no documento. Na reunião de primavera do Fundo, que terminou no último dia 19 em Washington, a diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde, elogiou o ajuste na economia e ainda recomendou reformas estruturais no Brasil.

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E o FMI é até generoso com o Brasil. Ou: Na era PT, país só se ajoelha diante das agências de classificação de risco. Isso é que é altivez, companheiro!

O FMI prevê que o Brasil terá a maior desaceleração da economia em mais de duas décadas. Nisso, está certo. Mas, muito provavelmente, erra no número. O Fundo fala em encolhimento de 1% da economia. Previsões realistas apontam que pode chegar a quase 2%. O Boletim Focus de segunda passada já falava em contração de 1,1%. Assim, os companheiros não precisam mais reclamar do Fundo, não é mesmo? O organismo está sendo generoso com o Brasil. Aliás, nesta quarta, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o Brasil precisa, sim, fazer o ajuste fiscal ou corre o risco de ser rebaixado pelas agências de classificação de risco ao chamado grau especulativo…

Pois é… O PT se orgulha, de forma meio bisonha — porque se trata de história contada de forma torta —, de ter livrado o país do jugo do Fundo… É? Antes, tratava-se, segundo a esquerdopatia, de ter de se ajoelhar diante das determinações desse organismo multilateral — nunca foi assim, mas vá lá… Agora, quem dá as cartas sobre o que fazer e o que não fazer são as agências de classificação de risco, que são entes privados. Não que eu esteja reclamando, né? Melhor uma Fitch, uma Moody’s e uma Standard & Poor’s definindo alguns rumos da política econômica do que um Mantega ou uma Dilma… Segue texto da VEJA.com.
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O Brasil pode ter em 2015 a pior desaceleração da economia em mais de duas décadas, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI), que volta a recomendar que, mesmo com a atividade enfraquecida, a presidente Dilma Rousseff siga em frente com o ajuste fiscal e monetário, de acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira, chamado Perspectiva Econômica Regional: Hemisfério Ocidental.

A previsão dos economistas do FMI é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vai encolher 1% em 2015, um dos piores desempenhos entre as principais economias mundiais. Para 2016, a expectativa é de uma recuperação moderada, com o PIB crescendo 1%. “O Brasil está passando por sua desaceleração mais grave em mais de duas décadas, mas terá de perseverar com os recentes esforços para conter o aumento da dívida pública e repor a confiança no quadro da política macroeconômica”, afirma o FMI no documento. Na reunião de primavera do Fundo, que terminou no último dia 19 em Washington, a diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde, elogiou o ajuste na economia e ainda recomendou reformas estruturais no Brasil.

O aperto na política fiscal que vem sendo conduzido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ajuda a enfraquecer a atividade no curto prazo, mas é “criticamente necessário” para conter a piora da dívida pública e restaurar a confiança dos agentes. “As autoridades agora têm pouca escolha a não ser apertar a política fiscal em meio a uma recessão”, afirma o documento. “O ajuste em curso no Brasil é fundamental para evitar a piora da dívida e restaurar a confiança na economia brasileira”, disse nesta quarta-feira, 29, o diretor do departamento para o Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, ao comentar o relatório.

A mesma análise vale para a alta de juros que vem sendo promovida pelo Banco Central para conter a inflação. O aperto na política monetária desde 2014 é adequado, afirma o documento do FMI. Mesmo com a elevação das taxas, o BC continua enfrentando a tarefa de reforçar a credibilidade do arcabouço de política monetária, já que a inflação persiste em patamar alto, ressalta o texto. A previsão do FMI é que o IPCA suba 8% este ano, acima dos 7,8% em um relatório divulgado pelo FMI durante a reunião de primavera. Para 2016, a previsão é de alta de 5,4%, abaixo dos 5,9% do documento anterior.

O FMI volta a afirmar que vários fatores estão contribuindo para o fraco desempenho da economia brasileira. Entre eles, a baixa confiança dos empresários, que por isso não investem. Além disso, o escândalo de corrupção na Petrobras é outro fator, que levou a petroleira e empresas do setor a cortarem investimentos e ainda contribui para aumentar a incerteza na economia. Pelo lado dos consumidores, o estudo do FMI ressalta que os brasileiros têm segurado os gastos, em meio à inflação alta, expectativa de piora do mercado de trabalho e com os bancos segurando o crédito. Pelo lado externo, o FMI ressalta que o fim do boom das commodities no mercado internacional, com a desaceleração da economia da China, também contribui para esfriar a atividade no Brasil e em outros países da América Latina.

O FMI avalia que a desaceleração do Brasil e em outros países da América Latina, como o Chile, tem sido pior que o antecipado. As projeções de expansão do PIB brasileiro vêm sendo rebaixadas a cada novo documento divulgado pela instituição desde 2012.

Por Reinaldo Azevedo

 

Pindaíba maior que a prevista, por VINICIUS TORRES FREIRE, na FOLHA

  • A arrumação das contas públicas está ainda para começar, voltou praticamente à estaca zero. A queda da arrecadação de impostos frustra as metas de redução de deficit; quase um terço do pacote de arrocho enviado ao Congresso ora está indo para o vinagre.

Em uma conta rabiscada em guardanapo, o governo deveria poupar o equivalente a uns R$ 4,6 bilhões por mês (a simples média do superavit primário dividido por 12 meses). Não é, claro, assim que funcionam as coisas, mas o número pode servir ao propósito didático de mostrar o tamanho do problema.

Nos primeiros três meses do ano, o governo federal poupou RS 4,7 bilhões. Em tese, um terço das necessidades de economia para o ano inteiro, portanto.

O dinheiro que deixou de entrar no caixa do governo no primeiro trimestre bastaria para fechar a conta da poupança prometida para este início de 2015. A arrecadação federal caiu R$ 14,8 bilhões, comparado o primeiro trimestre deste ano com o primeiro de 2014. Esse dinheiro cobriria o superavit "médio" dos primeiros três meses do ano.

Uns 30% do valor do pacote de aumento de impostos e corte de gastos que o governo enviou para aprovação do Congresso pode ir para o vinagre. Essa conta é precária, claro. As estimativas do governo para os efeitos do pacote já eram um tanto vagas, os resultados reais são sempre meio imprevisíveis e, enfim, a gente tem remota ideia do que vai espirrar do Congresso depois de "n" emendas. Entendidos no assunto e contas de guardanapo indicam por ora uma perda de uns R$ 7 bilhões ou R$ 8 bilhões.

O grosso do corte de despesas do trimestre veio da redução do "gastos em obras", em investimentos, um talho de 31%, redução de R$ 7 bilhões. Parte grande desse esforço foi desfeita pela alta de despesas da Previdência e de benefícios sociais para pessoas idosas ou muito doentes (Loas), que cresceram R$ 5,7 bilhões.

Outro ganho importante do governo deveu-se à poupança de R$ 1,7 bilhão do dinheiro que era destinado a subsidiar as contas de energia elétrica, muito mais caras agora graças ao fim desse subsídio, corte, no entanto, necessário (grande parte dessa conta deveu-se às lambanças de Dilma 1 na administração do setor elétrico).

A arrecadação do governo afunda porque a economia encolhe, claro, e porque ainda se perde muita receita, encrenca devida às baixas de impostos concedidas pelo governo Dilma 1 ainda no finalzinho do ano passado, quando já era inegável o naufrágio das contas públicas.

O balanço dessa bossa desafinada é que parecem um tanto fúteis aquelas estimativas de que o "ajuste" dependeria em parte menor do Congresso, pois há variáveis demais para equações de menos nessa conta, por assim dizer.

A queda da receita vai fazer com que a arrumação das contas públicas dependa mais do Congresso ou, então, vai levar o governo a fazer um corte ainda maior em investimentos, talvez de 40% ou 50%. Essa alternativa degrada ainda mais a qualidade do ajuste e pode ainda até aprofundar a recessão.

Pior, um ajuste baseado em talhos brutais de investimentos costuma não durar; caso dure, emperra a atividade econômica. Ou seja, o problema do ajuste de 2016 começa a ficar mais encrencado também.

Contas do governo têm o pior resultado no 1º trimestre em 17 anos

Existe ainda algum tonto que acha que o corte de gastos é desnecessário? Bem, então será preciso apresentar a Dilma Rousseff alguma alternativa, quem sabem a revolução socialista… Se a economia encolhe, a arrecadação cai. Como o governo precisa cortar gastos, a economia encolhe…  É o paradoxo da recessão. Mas ele só está aí porque foi diligentemente fabricado. Será preciso atravessar esse deserto. Leiam o que na VEJA,com:
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O ano não começou bem para as contas públicas. O governo central, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central (BC), computou um superávit primário de 4,485 bilhões de reais no primeiro trimestre. Apesar de positivo, o montante representa uma baixa de 65,8% em relação ao esforço fiscal do primeiro trimestre do ano passado, que chegou a acumular 13,1 bilhões de reais. Trata-se do pior resultado desde 1998, quando registrou superávit de 3,173 bilhões de reais. Os dados foram divulgadas nesta quarta-feira pelo Tesouro Nacional.

Em relação ao mês de março, o superávit foi de 1,463 bilhão de real, o pior desempenho para esse mês desde 2013. Em março do ano passado, o superávit era de 3,2 bilhões de reais. As contas do Tesouro registraram um superávit de 8,02 bilhões de reais. As contas do INSS tiveram um déficit de 6,52 bilhões de reais e as do Banco Central, um saldo negativo de 42,9 milhões de reais. O Tesouro atribuiu o resultado menor do esforço fiscal a uma baixa de 4,4% da receita líquida. Enquanto as receitas tiveram um crescimento de apenas 2,9%, as despesas subiram 6,8% nos três primeiros meses do ano. No acumulado de doze meses, o governo central apresentou um déficit de 27,3 bilhões de reais, ou 0,49% do PIB.

A queda nas receitas este ano foi decorrente não apenas da menor arrecadação de impostos, como também da menor entrada de recursos provenientes de concessões, que foram de apenas 436 milhões de reais no primeiro trimestre, uma baixa de quase 50% na comparação com o mesmo período do ano passado. As estatais também repassaram menos dividendos à União. O governo recebeu 1,89 bilhão de reais de janeiro a março, ante 6,39 bilhões de reais no primeiro trimestre do ano passado. No lado das despesas, houve ainda o pagamento de 1,28 bilhão de reais para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). No mesmo intervalo do ano passado, esse número havia alcançado 3,01 bilhões. A CDE é um mecanismo usado pelo governo para capitalizar as distribuidoras de energia que se encontram em dificuldades devido às mudanças regulatórias no setor. Mas o ministro Joaquim Levy já antecipou que o Tesouro deixará de efetuar repasses este ano, relegando ao contribuinte a tarefa de engordar a conta.

Como reflexo dos ajustes fiscais, os investimentos totais do governo federal despencaram 31,3% no primeiro trimestre, somando 5,336 bilhões de reais. As despesas com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) registraram queda de 37,3% no primeiro trimestre, chegando a 10,587 bilhões de reais. Só em março, os investimentos totais computaram queda de 32,2%. E os aportes transferidos pelo PAC caíram 32,5%. A equipe econômica do governo liderada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, definiu uma meta de superávit primário para o setor público de 1,2% do PIB para 2015 e de 2% do PIB para 2016. Segundo o ministro, cumprir essa meta é essencial para aumentar a confiança do mercado em relação à economia brasileira. O esforço de 1,2% corresponde a uma economia de 66,3 bilhões de reais. Desse valor, 55,3 bilhões ficariam a encargo do governo federal e 11 bilhões, dos governos estaduais e municipais. Desta forma, o superávit de 4,48 bilhões de reais verificado no primeiro trimestre representa apenas 8% da meta estabelecida pelo governo para este ano.

Por Reinaldo Azevedo

 

Ministro dos Transportes diz que obras vão parar por causa da Lava Jato

Na VEJA.com:

O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues (PR), afirmou nesta quarta-feira que o envolvimento das grandes empreiteiras na Operação Lava Jato “afetou muito” as atividades da pasta e que “várias obras no país vão parar” por falta de recursos.

“Eu não posso esconder o que está acontecendo no ministério. Tudo o que aconteceu e está acontecendo no Brasil afetou muito o meu setor, as grandes empresas estão na Lava Jato, elas tinham capacidade de suporte no atraso de pagamento, as pequenas empresas não têm”, disse o ministro durante audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado.

O ministro disse aos senadores que, nos quatro meses em que está à frente da pasta, só tem recebido visitas ou telefonemas de empresários que se queixam de falta de dinheiro. “Vou receber várias reclamações dos senhores de ‘parou a obra tal’ e vai parar sim. Assusta receber um telefonema dizendo ‘ou você paga hoje ou eu paro a obra’ e eu não tenho [dinheiro para pagar]“, disse Rodrigues, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Na audiência, ele se comprometeu a marcar uma nova reunião com os integrantes da comissão assim que souber o volume de dinheiro que terá em investimentos. “Eu não sei o quanto eu tenho no bolso, quanto eu posso gastar”, afirmou. O ministro disse que espera o aporte, previsto para o ano de 2015, de 13,6 bilhões de reais em investimentos na área para começar a discutir as prioridades.

No próximo mês, porém, o governo Dilma Rousseff vai editar um decreto com o contingenciamento orçamentário que atingirá todas as áreas. O corte deve ser de 60 bilhões de reais a 70 bilhões de reais.

Filiado ao PR e suplente da senadora Marta Suplicy (sem partido-SP), Antônio Carlos Rodrigues afirmou que a bancada do partido vai participar nesta quarta-feira de um jantar com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na casa do senador Blairo Maggi (PR-MT).

Por Reinaldo Azevedo

 

1 minuto com Augusto Nunes: Enquanto Gabrielli foi presidente da Petrobras, a estatal perdeu R$ 17 milhões por dia

Em 2010, quando José Sérgio Gabrielli ainda comandava a estatal saqueada pelos quadrilheiros de estimação, Lula conferiu-lhe o título de “Melhor Presidente da História da Petrobras”. Num artigo publicado no Globo desta terça-feira e reproduzido na minha coluna, o jornalista José Casado fez algumas contas que desmoralizam mais uma bazófia. Gabrielli ficou no cargo seis anos e sete meses. Ou 2.370 dias.  Nesse período, a Petrobras encolheu em 41 bilhões e 200 milhões de reais.

Foram 17 milhões e 400 mil reais por dia. Ou 726 mil e 400 reais por hora. Detalhe: não entrou nessas contas a roubalheira do Petrolão. Ainda não se sabe com exatidão quantos pontapés Gabrielli desferiu no Código Penal, nem quais foram os artigos alvejados. O certo é que acabou de estabelecer um novo  recorde mundial de incompetência administrativa.

(por Augusto Nunes)

 

O vídeo diz tudo: contratado para uma palestra na fábrica de cerveja em Pernambuco, Lula falou para ninguém

Atualizado às 13h30

Contratado por R$ 300 mil pelo Grupo Petrópolis, Lula saiu da toca e baixou em Itapissuma neste 17 de abril para o que o patrocinador batizou de “palestra motivacional para força de vendas da Cerveja Itaipava”. O palanque ambulante improvisou outro comício de uma hora, embolsou a bolada, decolou de volta para São Paulo e dispensou-se de registrar no site do Instituto Lula a incursão por Pernambuco.

Fez muito bem, comprova o vídeo que documenta o fiasco do palestrante de araque. Abafada pela barulheira dos presentes à boca-livre, que conversam, reabastecem o copo ou circulam pelo espaço despovoado, a voz do orador nem chega aos ouvidos dos gatos pingados dispostos a encarar o falatório. Por falta da indispensável plateia amestrada, Lula falou para ninguém.

A Itaipava perdeu mais que o dinheiro do cachê: as baixas anunciadas pela internet avisam que também perdeu boa parte da freguesia. Lula passou a vida vendendo vento e fumaça. Hoje, quem diria, não consegue sequer vender cerveja.

(por Augusto Nunes)

 

Fonte: Veja.com + Folha

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