Bancos brasileiros devem enfrentar maiores custos com calotes, diz Moody's

Publicado em 23/04/2015 13:48

(Reuters) - Com o enfraquecimento das perspectivas de recuperação econômica no Brasil, a qualidade dos ativos dos bancos no país deve deteriorar, com uma fatia maior dos empréstimos tornando-se irrecuperáveis, afirmou a Moody's em relatório nesta quinta-feira.

Mas a maioria dos 42 bancos avaliados têm capital suficiente para lidar com os custos de provisionamento mais elevados, disse a agência de classificação de risco.

Segundo a Moody's, os grandes bancos privados estão em geral bem preparado para uma deterioração na qualidade de ativos, e os riscos são maiores para os bancos estatais ou de médio porte.

"Os bancos públicos, que cresceram rapidamente nos últimos anos, podem ver os custos do crédito excederem o lucro em 2015 como o crescimento do país desacelerando e o custos com inadimplência subindo", disse a vice-presidente Ceres Lisboa.

Mas Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil <BBAS3.SA>, ambos sob controle do governo federal, tem reservas suficientes para compensar os riscos, apesar da rentabilidade mais limitada do que a dos principais rivais privados, disse o relatório.

Num cenário de estresse, em que as despesas com provisões para calotes fossem 26 por cento maiores do que em 2014, HSBC Bank Brasil e o Banco Citibank teriam prejuízos, assim como vários bancos de médio porte e quatro bancos públicos.

A Moody's prevê que o PIB brasileiro encolherá 1 por cento em 2015, no quarto ano seguido de expansão abaixo do potencial.

(Por Aluísio Alves)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Galípolo diz em carta que BC tem tomado providências para que inflação atinja a meta
Ibovespa fecha em queda com forte declínio de índices em NY
Dólar sobe quase 1% após dados de emprego nos EUA e termina semana acima de R$6,10
Taxas de juros longas sobem no Brasil após dados fortes do mercado de trabalho dos EUA
Governo brasileiro autoriza Bolt a importar energia da Venezuela; teste começa este mês
Ações europeias caem conforme salto de empregos nos EUA alimenta temores de inflação
undefined