O DESASTRE DA PETROBRAS, A OBRA DOS COMPANHEIROS PETISTAS E O QUE DISSE DILMA EM 2009 PARA MATAR UMA CPI. OU: NO MÍNIMO, MERECIA

Publicado em 22/04/2015 21:54
por Reinaldo Azevedo, de veja.com (+ Blogs)

O DESASTRE DA PETROBRAS, A OBRA DOS COMPANHEIROS PETISTAS E O QUE DISSE DILMA EM 2009 PARA MATAR UMA CPI. OU: NO MÍNIMO, MERECIA UMA CADEIA MORAL!

Os números da Petrobras que vieram a público não derivam de uma tramoia urdida pela oposição. Também não decorrem de alguma armação orquestrada por adversários do estatismo. Aldemir Bendine, atual presidente da empresa, que acompanhou a confecção do balanço, é um petista com extensa folha de serviços prestados ao petismo. Foi posto na estatal para, vamos dizer, arranjar as coisas: nem poderia ser inconvincente a ponto de o mercado dar de ombros e considerar o balanço uma empulhação; nem poderia ser, vamos dizer, de um realismo cru.

E foi esse misto de realismo e prudência industriada que produziu, ainda assim, números espantosos: o prejuízo da Petrobras, no ano passado, foi R$ 21,587 bilhões. O custo-corrupção, por enquanto, está em R$ 6,194 bilhões. A revisão dos ativos levou a uma baixa de R$ 44,636 bilhões. O ano passado terminou com a empresa devendo R$ 351 bilhões.  O irrealismo, ou surrealismo, em que a empresa estava metida era de tal ordem que o mercado internacional até que reagiu bem aos números. Talvez aconteça o mesmo por aqui nesta quinta.

Atenção, meus caros! A admissão desses números não decorreu de uma iniciativa interna, dos comandantes da empresa, do governo, das autoridades públicas responsáveis pela área. Tratou-se de uma imposição da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) para continuar a auditar o balanço.

Eis aí o resultado de 12 anos de gestão petista. Como ignorar que o modelo de eficiência e gestão da Petrobras, cantado em prosa e verso, permitiu que a empresa se tornasse um covil, uma associação criminosa, um valhacouto, um abrigo de larápios? E sempre caberá a pergunta óbvia e obrigatória: onde mais?

E que se note: a empresa não exibe esses resultados desastrosos apenas por causa da corrupção. A ela se somam também a má gestão, as decisões equivocadas, a tacanhice ideológica e a vigarice intelectual. A Petrobras chega à pior situação de sua história — trata-se da petroleira mais endividada do planeta — porque o petismo usou o preço do combustível para compensar sua política econômica canhestra e caduca. Agora mesmo, enquanto escrevo, a estatal vende combustível com prejuízo em razão da questão cambial. Isso será corrigido?

É preciso ir além. Dados os números, a empresa terá de vender ativos e, por óbvio, não poderá arcar com as obrigações que lhe impõe o regime de partilha do pré-sal. Mas a estupidez e a ideologia barata continuarão a deitar a sua sombra sobre a racionalidade.

O passado da Petrobras, mesmo com um encontro de contas, que acabará sendo recebido até com boa vontade pelo mercado, é esse que vemos, com tais números. Mas que futuro aguarda a empresa brasileira? Basta olhar para o mercado mundial de petróleo para constatar que o nacionalismo bocó, misturado com a ladroagem mais nefasta, conduz a Petrobras à inviabilidade.

Eu poderia deixar barato, mas não vou, não. Dilma é a chefona do setor energético — e também da Petrobras — há 12 anos. Está no 13º.  Esta senhora só admitiu que poderia haver algo de errado na empresa 15 dias antes da eleição — e ainda o fez de modo oblíquo.  Em 2009, já pré-candidata à Presidência, a então chefe da Casa Civil foi a público para tentar implodir, e conseguiu, a CPI da Petrobras.

Vejam o vídeo abaixo. Eu transcrevo a sua fala em seguida.

“Eu acredito que a Petrobras é uma empresa tão importante do ponto de vista estratégico, no Brasil, mas também por ser a maior empresa, a maior empregadora, a maior contratadora de bens e serviços e a empresa que, hoje, vai ocupar cada vez mais, a partir do pré-sal, espaço muito grande, né?, ela é uma empresa que tem de ser preservada. Acho que você pode, todos os objetos, pelo menos os que eu vi da CPI, você pode investigar usando TCU e o Ministério Público. Essa história de falar que a Petrobras é uma caixa-preta… Ela pode ter sido uma caixa-preta em 97, em 98, em 99, em 2000. A Petrobras de hoje é uma empresa com um nível de contabilidade dos mais apurados do mundo. Porque, caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de investimento. Investidor não investe em caixa-preta desse tipo. Agora, é espantoso que se refiram dessa forma a uma empresa do porte da Petrobras. Ninguém vai e abre ação na Bolsa de Nova York e é fiscalizado pela Sarbanes-Oxley e aprovado sem ter um nível de controle bastante razoável”.

Nota: Sarbanes-Oxley é o nome de uma lei dos EUA (formado a partir dos respectivos sobrenomes de um senador e de um deputado), de 2002, que estabelece mecanismos de transparência contábil para as empresas que operam na Bolsa dos EUA.

Enquanto Dilma dizia essas coisas, os ratos corroíam a Petrobras.

Convenham: quando menos, Dilma deveria ser enviada para uma cadeia moral, não é mesmo?

Por Reinaldo Azevedo

 

O BALANÇO DA PETROBRAS: prejuízo de R$ 21,587 bilhões em 2014; espeto da corrupção: R$ 6,194 bilhões. Ou: Escolhas futuras têm mais importância do que esses números

Prejuízo de R$ 21,587 bilhões em 2014. Esse é a síntese dos números do balanço da Petrobras depois de um lançamento de perdas de R$ 6,194 bilhões relacionados só à corrupção, apurada no âmbito da Lava Jato. Foi preciso também registrar uma perda de R$ 44,345 bilhões relacionados à reavaliação de ativos.

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, vai conceder uma entrevista para explicar os critérios que levaram a empresa a chegar a esses números. O lançamento das perdas no balanço era uma exigência da PwC.

A questão, agora, é saber se o mercado vai ou não considerar críveis esses números. Para tanto, será preciso detalhar os cálculos.

A Petrobras é hoje a petroleira mais endividada do mundo. Mais do que o balanço, talvez contem as escolhas para o futuro. Uma pergunta: a estatal passará a trabalhar com preços reais de combustível ou continuará a ser usada como instrumento de política econômica? Outra: será mantida a exigência de que a Petrobras participe da exploração do pré-sal, mesmo não tendo recursos para isso?

Por Reinaldo Azevedo

Na Reuters: "Não vamos pagar dividendos", afirmou e repetiu o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 22 Abr (Reuters) - A Petrobras teve um prejuízo de 21,6 bilhões de reais no ano passado, mostrou balanço auditado nesta quarta-feira, após contabilizar perdas de 6,2 bilhões de reais por corrupção e reduzir em mais de 44 bilhões de reais o valor de seus ativos.

A empresa, no centro da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, não pagará dividendos referentes ao exercício de 2014 para preservar caixa, mesmo tendo mais de 100 bilhões de reais em reservas de lucros no fim de dezembro.

"Não vamos pagar dividendos", afirmou e repetiu o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, durante entrevista coletiva.

A publicação do resultado do terceiro trimestre do ano passado estava atrasada em mais de cinco meses e a companhia aproveitou para divulgar também os dados do quarto trimestre e de todo o ano de 2014.

No terceiro trimestre de 2014, a petroleira reconheceu perdas de 6,2 bilhões de reais por pagamentos indevidos descobertos pela Lava Jato, que investiga o desvio de dinheiro de contratos da Petrobras com envolvimento de ex-funcionários, executivos de empreiteiras e políticos. Isso levou a um prejuízo líquido de 5,3 bilhões de reais de julho a setembro do ano passado.

No quarto trimestre, a estatal reduziu o valor de seus ativos em 44,3 bilhões de reais, após ter reavaliado uma série de projetos, principalmente a Refinaria Abreu e Lima (em Pernambuco) e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A empresa citou problemas no planejamento dos projetos, uso de taxa de desconto com maior prêmio de risco, postergação da expectativa de entrada de caixa e menor crescimento econômico.

O prejuízo líquido da Petrobras de outubro a dezembro, após o efeito da redução dos ativos, ficou em 26,6 bilhões de reais.

Os mais de 50 bilhões de reais por corrupção e, principalmente, pela diminuição do valor dos ativos não ficaram muito distantes das abordagens rejeitadas pelo Conselho de Administração da Petrobras no fim de janeiro, que apontavam para uma sobreavaliação de ativos em pouco mais de 60 bilhões de reais.

Naquela ocasião, a companhia optou por divulgar números sem qualquer baixa contábil e sem o aval da auditora externa PricewaterhouseCoopers, que se negou a assinar o documento. Dias depois, a então presidente da estatal Maria das Graças Foster e cinco diretores renunciaram, surpreendendo integrantes do governo.

Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e homem de confiança da presidente da República Dilma Rousseff, foi indicado no começo de fevereiro para comandar a Petrobras. Seu primeiro desafio foi garantir a publicação do balanço auditado para afastar o risco de uma execução de dívidas de bilhões de dólares por credores.

Bendine disse a jornalistas nesta quarta que a divulgação do balanço auditado volta a garantir normalidade no relacionamento com acionistas e credores.

"Estamos passando a limpo os erros cometidos no trato com os recursos da companhia para podermos lidar com o mercado com a transparência que esse exige e merece receber", afirmou o executivo.

EBITDA MENOR, DÍVIDA MAIOR

A geração de caixa da Petrobras medida pelo Ebitda ajustado(sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de 8,5 bilhões e de 20,1 bilhões de reais no terceiro e no quarto trimestres do ano passado, respectivamente. No acumulado de 2014, o Ebitda totalizou 59,1 bilhões de reais, contra quase 63 bilhões de reais em 2013.

O prejuízo líquido de quase 22 bilhões de reais no ano passado se compara ao lucro de 23,6 bilhões de reais no ano anterior.

A Petrobras encerrou dezembro com endividamento bruto de 351 bilhões de reais, alta de 31 por cento sobre o fim de 2013. A relação entre dívida líquida e Ebitda, um indicador de alavancagem da companhia, subiu para 4,77 vezes, de 3,52 vezes um ano antes.

Dentro de cerca de 30 dias, a companhia espera apresentar seu plano de negócios para o período de 2015 a 2019, que deverá reduzir os investimentos previstos. Será priorizada a área de exploração e produção de petróleo e gás, segmento mais rentável da estatal.

ALÍVIO FINANCEIRO

Segundo o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, a Petrobras tinha 25,6 bilhões de dólares em caixa alguns dias atrás.

O risco de não publicação de balanço auditado causou temor, mas não impediu que a empresa conseguisse financiamentos. Na semana passada, a petroleira informou que já cobriu suas necessidades de financiamentos para este ano.

A Petrobras firmou acordos totalizando 9,5 bilhões de reais entre financiamentos e limites de crédito pré-aprovado com Caixa Econômica Federal, BB e Bradesco.

A empresa também acertou com o banco Standard Chartered um acordo de cooperação para uma operação de venda com arrendamento e opção de re-compra de plataformas de produção, no valor de até 3 bilhões de dólares e prazo de 10 anos.

No começo do mês, a estatal anunciou a assinatura de um financiamento com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) de 3,5 bilhões de dólares.

Adicionalmente, a petroleira anunciou em março a aprovação de um robusto plano de desinvestimento de 13,7 bilhões de dólares para o biênio 2015 e 2016, visando à redução da alavancagem, preservação do caixa e concentração nos investimentos prioritários.

Petrobras não paga dividendos para preservar caixa, diz CFO

SÃO PAULO (Reuters) - A decisão da Petrobras de não pagar dividendos do exercício de 2014, ano em que a estatal teve prejuízo de mais 21 bilhões de reais, visa preservar o caixa da companhia, afirmou o diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro.

"É uma das medidas de preservação de caixa", declarou Monteiro a jornalistas, durante comentários dos resultados divulgados nesta quarta-feira.

Hello! Balanço da Petrobras é trepa-trepa, por Felipe Moura Brasil (VEJA)

Graça Foster perdeu o cargo de presidente da Petrobras após divulgar um rombo de mais de R$ 88,6 bilhões.

Aldemir Bendine e sua equipe reduziram o valor referente aos ativos depreciados praticamente pela metade do rombo original: 44,34 bilhões de reais, embora os valores mais destacados pela imprensa sejam as perdas de R$ 6,2 bilhões em corrupção e o prejuízo de R$ 21,6 bilhôes.

O Palácio do Planalto imediatamente “avaliou” que “a divulgação do balanço pela Petrobras mostra a superação de uma fase e mostra também que a estatal terá todas as condições de retomar os projetos”.

Ou seja: Bendine conservou a sua boquinha, cumprindo a missão dada pelo PT, o partido da maquiagem contábil.

Seu balanço “superou” o de Graça Foster e virou – hello! – um grande trepa-trepa.

Me engana que eu gosto, Bendine

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

 

 

Câmara faz o certo e aprova PL da terceirização; Renan, novo líder da CUT (!), promete resistência no Senado

O governo Dilma é viciado em derrotas, e não serei eu a ajudá-lo a vencer, se é que me entendem. Nesta quarta, levou mais uma tunda, apesar do esforço de três ministros. A Câmara aprovou, por 230 votos a 203, o texto-base do PL 4.330, da terceirização. No comando, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ). O PSDB parece ter recobrado o bom senso e o juízo, depois da intervenção do senador Aécio Neves (MG), presidente da sigla, e votou a favor do projeto de lei, que estende a terceirização também às atividades-fim das empresas privadas. As públicas e de economia mista já tinham sido excluídas da mudança.

Tudo resolvido? Ainda não! O texto corre risco no Senado. Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente da Casa, parece ter sido tomado de um súbito protagonismo cutista… Vamos ver.

Três ministros se mobilizaram contra o texto aprovado: Joaquim Levy, que tentou usar o projeto para arrecadar, o petista Ricardo Berzoini e o peemedebista Eliseu Padilha. Esse é o governo Dilma. Quando precisa de votos na Câmara, não mobiliza o ministro da Casa Civil — no caso, Aloizio Mercadante —, mas o da Fazenda, o da Comunicação e o da Aviação Civil, respectivamente. Convenham: é uma bagunça!

O governo queria impedir a terceirização da chamada atividade-fim, mantendo, então, os termos da absurda Súmula 331, do TST. Chega a ser impressionante que ditos “progressistas” se sintam confortáveis ao criar categorias profissionais que são e que não são terceirizáveis. Como, na cabeça dessa gente, a terceirização corresponde a uma precarização das condições de trabalho, então os valentes admitem que certos trabalhadores podem conviver com a precariedade. Tenham paciência!

Que se destaque: o projeto regulamenta uma terceirização que já existe e protege os trabalhadores. A empresa contratante passa a responder de forma solidária pelos direitos trabalhistas dos empregados ligados à contratada. Hoje, a sua responsabilidade é apenas subsidiária.

Conforme este blog alertou, Levy queria usar o projeto da terceirização para arrecadar. Ele tentou enfiar uma tributação de 5,5% das companhias para financiar o INSS. Não emplacou. Os deputados aprovaram a manutenção da atual legislação: 20% sobre a folha de pagamentos.

Parlamentares de esquerda chegaram a erguer carteiras de trabalho em sinal de protesto. O gesto teatral foi inútil. A esperança, agora, de quem defende a legislação arcaica em vigor é o Senado. Vai ver Renan Calheiros está com saudade daquele tempo ancestral, quando ele transitiva na órbita do PC do B…

Ao comentar ontem o texto, afirmou: “O Senado vai analisar esse projeto com maturidade. Evidente que há uma cobrança muito grande da sociedade com relação à regulamentação da terceirização. Mas essa regulamentação não pode ser ampla, geral e irrestrita. Se ela atingir 100% da atividade-fim, ela estará condenando essas pessoas todas à supressão de direitos trabalhistas e sociais”.

Parece que Renan não leu o texto. Confundir terceirização com supressão de direitos corresponde a fazer o discurso do sindicalismo mais raso.

Por Reinaldo Azevedo

 

Fonte: veja.com

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall Street fecha em alta após dados de atividade
Ibovespa sobe e chega nos 129 mil pontos com Petrobras; tem ganho na semana
Dólar fecha estável antes de anúncios do governo na área fiscal
Dólar sobe e euro recua para menor cotação em dois anos após dados do PMI
STOXX 600 salta mais de 1% e atinge pico em uma semana com impulso do setor imobiliário
S&P 500 e Dow Jones atingem máximas de uma semana após dados de PMI dos EUA
undefined