Na Veja: Com Vaccari preso, oposição fala em 'PT na cadeia'. Petistas fazem reunião de emergência
Depois de ter desqualificado o Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão, tratando como heróis próceres do partido condenados por corrupção, o PT voltou a adotar nesta quarta-feira o conveniente discurso de que seria "vítima" de forças políticas que alega estarem interessadas em destruir a imagem do partido. Apesar dos fartos indícios de que o tesoureiro petista João Vaccari Neto recebeu milhões em propina no escândalo do petrolão, a sigla insiste em dizer que todas as doações do partido são legais. E mais: o líder do partido na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (PT-AC), o mesmo que chegou a atribuir à CIA uma suposta campanha de enfraquecimento de governos sul-americanos, disse hoje que a prisão do correligionário é "política".
"Eu acho que a prisão é política. Temos uma posição muito clara sobre Vaccari. Ele não fez nenhum tipo de arrecadação fora do que determina a lei brasileira. Estamos extremamente desconfiados de que há uma orientação deliberada nessas delações premiadas para prejudicar o PT", disse Machado.
Depois da prisão de João Vaccari Neto, determinada pelo juiz Sergio Moro, parte da Executiva do PT fez uma reunião de emergência nesta quarta para discutir a situação do tesoureiro. Para evitar interpretações de que o partido está "acuado" diante das sucessivas denúncias de corrupção descobertas na Operação Lava Jato, o PT manteve, por enquanto, a reunião da Executiva Nacional agendada para esta quinta-feira em São Paulo. A sigla ainda discute em que termos vai se manifestar oficialmente sobre a prisão.
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Na Reuters: Aécio diz que prisão de tesoureiro do PT é retrato de partido que abdicou de projeto de país
(Reuters) - O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta quarta-feira que a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pela Polícia Federal é o "triste retrato" de um partido que, na avaliação do tucano, desistiu de um projeto de país para se manter no poder "a qualquer custo".
Aécio, derrotado pela presidente Dilma Rousseff na eleição presidencial do ano passado, a mais acirrada desde a redemocratização, afirmou ainda que o PT cometeu "sucessivos crimes" para se manter no governo federal e que foi por alguns desses crimes que o tesoureiro foi preso.
"O Brasil passa a ser protagonista de uma cena para mim absolutamente inédita na nossa história. O tesoureiro, o responsável pelas finanças do partido que governa o Brasil, hoje está preso, e com sucessivas acusações, e acusações extremamente graves", disse Aécio.
"Eu acho que esse é o mais triste retrato de um partido político que abdicou de um projeto de país para se manter a qualquer custo no poder, cometeu crimes sucessivos, como esses que hoje levam o seu tesoureiro, o responsável por suas finanças, a estar preso."
Vaccari foi preso em São Paulo na manhã desta quarta e será levado nesta tarde à sede da Polícia Federal em Curitiba, onde estão detidos os presos pela Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras envolvendo funcionários da estatal, empreiteiras, políticos e partidos.[E5N0W500J]
Ele já é réu na Justiça Federal do Paraná, onde estão concentrados os processos da Lava Jato, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Vaccari recebeu recursos oriundos de propina como doações para o PT. Para o MPF, o tesoureiro sabia da origem ilegal dos recursos. Vaccari e o PT negam as acusações.
Aécio chegou a ter seu nome citado na Lava Jato, mas o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considerou que não havia elementos para pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o tucano fosse investigado.
Afilhado político de Aécio e sucessor do tucano no governo de Minas Gerais, o agora também senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), no entanto, teve processo de investigação aberto no Supremo a pedido de Janot por também ter sido citado durante as investigações.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)