Importações caem e balança comercial brasileira tem 1º superávit no ano
BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira registrou superávit de 458 milhões de dólares em março, no primeiro resultado positivo do ano, beneficiada pela queda das importações em ritmo superior ao das exportações.
A cifra ficou acima do superávit de 118 milhões de dólares alcançado em igual período do ano passado, também superando as expectativas do mercado. Em pesquisa da Reuters com analistas, a mediana das estimativas apontava déficit de 400 milhões de dólares para o mês.
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações somaram 16,979 bilhões de dólares em março, retração de 16,8 por cento ante igual mês de 2014.
As importações, por sua vez, registraram recuo ainda maior na mesma base de comparação, de 18,5 por cento, chegando a 16,521 bilhões de dólares no mês.
Enquanto as exportações de produtos básicos e manufaturados mostraram queda em relação ao mesmo mês do ano passado, as vendas de semimanufaturados subiram, com destaque para o avanço nos embarques de açúcar em bruto, celulose e ferro-ligas.
Já o resultado nas importações foi afetado por um declínio generalizado, observado tanto em combustíveis e lubrificantes como em matérias-primas e intermediárias, além de bens de capital e bens de consumo.
No acumulado do primeiro trimestre, a balança comercial tem déficit de 5,557 bilhões de dólares, inferior ao déficit de 6,078 bilhões de dólares no mesmo período de 2014.
Nos três primeiros meses deste ano, as exportações somaram 42,775 bilhões de dólares, queda de 13,7 por cento na comparação anual pela média diária das operações.
As importações atingiram 48,332 bilhões de dólares no país no primeiro trimestre, com baixa de 13,2 por cento sobre igual período de 2014, também pela média diária das operações.
A balança comercial brasileira vem sendo afetada neste ano pela desvalorização de commodities agrícolas e minerais, mas com perspectivas de melhor desempenho à frente diante da alta do dólar ante o real, com autoridades dizendo que a moeda norte-americana mais valorizada aumentará a competitividade das exportações brasileiras no exterior.
Mesmo assim, na semana anterior o Banco Central piorou as previsões para a balança comercial, projetando superávit de 4 bilhões de dólares para 2015 ante 6 bilhões de dólares estimados anteriormente.
(Por Marcela Ayres)