RICARDO NOBLAT: Pesquisa Ibope sobre o governo Dilma acendeu a luz vermelha no Instituto Lula (O Globo)

Publicado em 01/04/2015 13:21
Segundo pesquisa, 64% consideram o governo ruim ou péssimo; confiança na presidente e aprovação da maneira de governar também caíram

Pesquisa Ibope sobre o governo Dilma acendeu a luz vermelha no Instituto Lula

 

Ricardo Noblat

O que mais deve preocupar a presidente Dilma Rousseff em meio ao tsunami de más notícias trazidas pela mais recente pesquisa do Ibope que ouviu 2.002 pessoas em todo o país entre os últimos dias 21 e 25: a queda na aprovação dela não se dá apenas entre os que votaram em Aécio Neves (PSDB) para presidente da República. Não.

Entre os que dizem ter votado em Dilma no segundo turno da eleição de 2014, a aprovação do seu governo caiu de 80% em dezembro último para 34% agora. Entre os partidários de Aécio caiu de 16% para 3%. Para 69% dos entrevistados, Dilma é culpada pelo esquema de corrupção na Petrobras. Para 60% deveria ser deposta.

A gestão de Dilma é considerada ruim ou péssima por 64% dos brasileiros, índice igual ao obtido pelo então presidente José Sarney em julho de 1989. O percentual dos que não confiam em Dilma saltou de 14% para 74%. O segundo mandato dela está sendo pior do que o primeiro (76%). Apenas 14% acreditam que o resto do mandato será ótimo ou bom.

Nada do que Dilma está fazendo é aprovado pela maioria da população. As políticas de taxa de juros e impostos são reprovadas por 89% e 90%, respectivamente. E o combate à inflação por 84%. As ações na área da saúde? Quase 85% reprovam.

Anteontem, reunido em São Paulo com um grupo de políticos do PT, Lula disse que seu futuro está ligado ao de Dilma para o bem ou para o mal. Se ele estiver certo, a pesquisa Ibope, que só veio confirmar o que a pesquisa do instituto Datafolha antecipara, acendeu a luz vermelha no Instituto Lula.

Dilma e Lula (Foto: Divulgação)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No EL PAÍS: Aprovação do Governo Dilma cai entre seus próprios eleitores, diz pesquisa

Os três primeiros meses do segundo Governo de Dilma Rousseff, que passa por uma grave crise política em meio a um escândalo de corrupção na Petrobras e uma rebelião na base aliada, derrubaram a popularidade da mandatária. Mas uma pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quarta-feira mostra que há um dado ainda mais preocupante para o Governo: a queda na aprovação da presidente não se restringe aos eleitores do tucano Aécio Neves, seu principal rival nas eleições passadas. Entre os que alegaram ter votado em Dilma no segundo turno em 2014, a aprovação de seu Governo caiu de 80% em dezembro para 34% em março. Entre os partidários de Aécio caiu de 16% para 3% no mesmo período.

Ou seja, além de estar sangrando no Congresso com sucessivas derrotas na Câmara e no Senado provocadas pelo desgaste na relação com o maior partido da base aliada, o PMDB, a crise política começa a abalar a relação entre o Governo e seus eleitores. No total, a pesquisa aponta que 76% dos entrevistados consideram o segundo mandato da petista está sendo pior do que o primeiro, e apenas 14% da população acredita que os mais de três anos restantes do Governo serão ótimos ou bons.

O levantamento confirma também a queda na aprovação da presidente, que já havia sido apontada por outras pesquisas: apenas 12% consideram seu Governo ótimo ou bom, ante 40% em um levantamento realizado em dezembro. A quantidade de pessoas que avaliaram o Governo como sendo ruim ou péssimo chegou a 64%, e para 23% dos entrevistados ele é regular. Questionados se confiam em Dilma, 24% dos entrevistados responderam afirmativamente, ante 74% que disseram não confiar na presidenta, e 3% não souberam responder ou não opinaram.O levantamento foi feito entre os dias 21 e 25 de março com 2.002 pessoas em 142 municípios.

Esta não é a única pesquisa que aponta queda na popularidade do Governo. Segundo o instituto Datafolha, em março Dilma atingiu a mais alta taxa de reprovação (62%) de um mandatário desde setembro de 1992, às vésperas do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, que era reprovado por 68% da população.

O levantamento divulgado no dia 23 de março pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e realizado pelo Instituto MDA chega a conclusões semelhantes: 64,8% dos entrevistados reprovaram o Governo – o cenário é ainda pior quando considerado o desempenho pessoal de Rousseff: 77,7% a desaprovaram. A pesquisa traz ainda outra má notícia para o Planalto: para 68,9% dos entrevistados, Dilma é culpada pelo esquema de corrupção na Petrobras e 59,7% aprovam o impeachment da mandatária do Brasil.

 
 

REINALDO AZEVEDO: A rua acordou. E os petistas, com a sua arrogância de supostos monopolistas do povo, não perceberam. Melhor para o futuro do Brasil! (EM VEJA.COM)

Já escrevi um post nesta quarta sobre a pesquisa CNI/Ibope, indicando que apenas 12% acham que o governo é ótimo ou bom, contra 64% que o consideram ruim e péssimo. São apenas dois de uma safra de números devastadores para a presidente. As causas se mostram claras: economia em declínio casada com corrupção desabrida. As implicações parecem certas: os protestos continuarão. Quando se analisam as informações no detalhe, a gente se dá conta do quão desastrosas elas são para a presidente Dilma Rousseff.

No que respeita à avaliação do governo, a petista vive uma situação praticamente inversa àquela experimentada em março de 2013, quando atingiu seu auge: naquele mês, 63% diziam que o governo era ótimo ou bom; hoje, só 12%; apenas 7% acusavam a gestão de ser ruim ou péssima; dois anos depois, são 64%. Até então, o pior momento da petista havia sido junho de 2013, com 31% de ótimo e bom e 33% de ruim e péssimo.

A mesma drástica inversão na comparação com dois anos atrás se dá na aprovação do governo. Em março de 2013, espantosos 79% o aprovavam; agora, igualmente espantosos 78% o reprovam; minguados 17% o reprovavam; agora, também minguados 19% o aprovam. Nas pesquisas Ibope, em apenas dois momentos os que desaprovam Dilma haviam superado os que aprovam — e, ainda assim, por pequena margem: 49% a 45% em julho de 2013 e 50% a 44% em junho de 2014, durante a Copa do Mundo.

Não é diferente com a confiança. No auge de sua popularidade, em março de 2013, 75% confiavam na presidente; agora, 74% não confiam; só 22% não confiavam; agora, só 22% confiam.

Na sua desastrada entrevista depois dos protestos de 15 de março, o ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou que eram os eleitores de Aécio Neves (PSDB-MG) que estavam nas ruas. É fato que os que votaram no senador fazem um juízo mais severo sobre Dilma, mas a sua situação é periclitante também entre os que votaram no PT. Apenas 2% dos que escolheram o tucano acham o governo ótimo ou bom; mas esse índice não passa de modestíssimos 22% entre os que escolheram a petista — em dezembro, era de 63%.

Só 3% dos que ficaram com o candidato do PSDB aprovam o governo, número que chega a 34% entre os eleitores que sufragaram o PT — há três meses, eram 80%. Confiam na petista 5% apenas dos que optaram pelo candidato tucano. Entre os que preferiram a petista, o índice alcança 42%. Parece bom? Em dezembro do ano passado, somavam 80%.

Os petistas, as esquerdas, o governo e, claro!, Lula — o poderoso chefão — insistem na falácia de que a onda de rejeição à gestão Dilma e ao petismo se deve a preconceitos. A pesquisa Ibope evidencia tratar-se de um pós-conceito. Nada menos de 90% desaprovam a carga de impostos;  89%, a taxa de juros; 85%, a área de saúde; 84%, o combate à inflação; 81%, a segurança pública; 79%, o combate ao desemprego; 73%, a educação, e 66%, a política de meio ambiente. Até a ação oficial de combate à pobreza, que sempre foi uma peça de resistência do governo petista, alcança índices negativos inéditos. Só uma vez a reprovação tinha sido maior do que a aprovação: em junho de 2014: 53% a 41%; agora, é de 64% a 33%.

Atenção, meus caros: há muito tempo já, áreas como saúde, educação, impostos, segurança pública, combate à inflação e combate ao desemprego têm uma reprovação maior do que a aprovação — vejam os gráficos. Ocorre que, por qualquer estranha razão, os brasileiros não associavam os maus serviços e o mau desempenho à incompetência do governo. Agora, isso mudou.

Se quiser tomar a trilha errada, o governo pode argumentar que é tudo culpa da imprensa. Segundo o Ibope, 72% acham que o noticiário é desfavorável ao governo, só 9% acham que é favorável, e 13%, nem uma coisa nem outra. Ora, estamos diante do óbvio: o noticiário reflete os fatos, e os fatos formam a opinião dos brasileiros, não? Pelo visto, os blogs sujos não contam mesmo. Naquelas páginas, o Brasil vive um momento mágico, e o mal é a imprensa independente, que eles chamam “golpista”…

Dados os números devastadores, o prudente seria que o partido do governo investisse em alguma forma de diálogo com a sociedade. Na segunda, documento de 27 diretórios estaduais resolveu atacar a “direita golpista” e afirmou que tudo não passa de reação das pessoas descontentes com o partido que teria tirado 36 milhões de pessoas da miséria. Na terça, Lula e Rui Falcão pediram uma salva de palmas para José Sérgio Gabrielli, que presidiu a Petrobras no período do horror. E o ex-presidente ainda negou que a roubalheira tenha beneficiado partidos políticos.

A rua acordou. E os petistas, com a sua arrogância de supostos monopolistas do povo, não perceberam. Melhor para o futuro do Brasil!

Por Reinaldo Azevedo

Aprovação do governo Dilma despenca para 12%, diz CNI/Ibope (no TERRA)

A aprovação do governo Dilma Rousseff caiu para 12%, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira. Encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o levantamento indica que o governo é desaprovado por 64% da população. 

Em dezembro do ano passado, a pesquisa, que é realizada a cada três meses, apontava uma aprovação do governo Dilma era de 40%.  Esse percentual, dos brasileiros que consideram o governo ótimo e bom, caiu 28 pontos percentuais em três meses, chegando aos 12%. O percentual do ruim e péssimo subiu de 27% para 64%, 37 pontos percentuais. O regular passou de 32% para 23%.

O índice de aprovação do governo é o pior registrado na série histórica desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, em 1995. O tucano chegou a registrar 22% no mesmo período de 1999, depois de sua reeleição, índice que chegou a 16% e 17% no mesmo ano, em um período de desvalorização do Real.

Leia a reportagem completa no site Terra

74% dizem não confiar em Dilma; número era inverso em 2011

Com um índice de confiança de 74% no início do primeiro mandato em 2011, a presidente Dilma Rousseff atingiu um patamar negativo de 74% no mesmo quesito, segundo pesquisa do Ibope divulgada nesta quarta-feira. Em um cenário de rejeição de seu governo , a petista viu sua confiança cair de 51% para 24% em três meses.

A confiança é considerado um índice pessoal do presidente, diferente da avaliação do governo. No auge do escândalo do mensalão, a avaliação do governo Lula foi para 29%, mas a confiança no petista ficou em 44%, índice que é atribuído pelos pesquisadores ao seu carisma. No caso de Fernando Henrique Cardoso, a confiança nele ficou em 31% quando a aprovação do seu governo chegava a 16%. ...

A pesquisa ouviu 2.002 eleitores em 142 municípios entre 21 e 25 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Leia a reportagem completa no site Terra

 

NA FOLHA: 

PESQUISA

Apenas 24% da população confia em Dilma, diz Ibope

Percentual de 24% é o mais baixo em 16 anos

DE BRASÍLIA - A confiança da população na presidente Dilma Rousseff inverteu-se em quatro anos, segundo pesquisa CNI-Ibope divulgada nesta quarta-feira (1º).

Em março de 2011, início de seu primeiro governo, ela tinha a confiança de 74% da população. Agora, o mesmo percentual diz não confiar em Dilma, contra 24% que dizem confiar na petista.

A sondagem mostra ainda que a reprovação a Dilma chegou a 64%. Na última pesquisa CNI-Ibope, de dezembro, ela tinha 40% de aprovação e 27% de reprovação.

Agora, apenas 12% avaliam o governo positivamente.

O levantamento foi realizado entre 21 e 25 de março com 2.002 pessoas em 142 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) afirmou nesta quarta que a fotografia do momento exige do governo "humildade e trabalho".

Mas ponderou: "Três meses de governo é apenas o início. A fotografia não é boa, mas o filme vai ser muito bom".

Fonte: O GLOBO/FOLHA/El País/VEJA

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