Bovespa sobe 2,3% e volta a 51 mil pts com cenário externo e noticiário corporativo

Publicado em 30/03/2015 18:11

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta segunda-feira e recuperou o patamar dos 51 mil pontos perdido na semana passada, em meio ao quadro benigno nas bolsas no exterior e um noticiário corporativo local abundante, com Cesp entre os destaques positivos, após anunciar pagamento de dividendos.

O Ibovespa avançou 2,29 por cento, a 51.243 pontos, com papéis de bancos privados respondendo pela principal contribuição positiva, diante da alta de 3,37 por cento de Itaú Unibanco e de 2,10 por cento de Bradesco. As ações respondem juntas por quase 20 por cento do índice.

O volume financeiro da sessão somou 5,3 bilhões de reais.

Os discursos alinhados da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, neste segunda-feira, após uma fala do ministro sobre a presidente ter gerado ruído, também ajudaram o mercado acionário.

Os papéis da Petrobras corroboraram o tom positivo, conforme investidores seguem analisando as mudanças no Conselho de Administração e aguardam a divulgação do balanço auditado da petroleira. As ações preferenciais da estatal fecharam em alta de 3,62 e as ordinárias avançaram 4,01 por cento.

No front internacional, o setor de biotecnologia figurou entre os nomes mais ativos em meio a uma série de anúncios de fusões e aquisições, favorecendo ganhos em Wall Street. O índice S&P 500 avançou 1,22 por cento. A possibilidade de novos estímulos econômicos na China também proporcionou suporte.

Em nota a clientes logo cedo, o analista Marco Aurelio Barbosa, da CM Capital Markets, ainda destacou os comentários da chair do Federal Reserve, na sexta-feira, "que não indicou que os juros nos Estados Unidos comecem a subir tão cedo quanto acreditavam alguns agentes do mercado".

O momento e intensidade da alta dos juros "fazem enorme diferença para o fluxo de capital de investimento de portfólio, principalmente para economias emergentes como a nossa", afirmou.

O avanço do Ibovespa ainda encontrou suporte em relatório do Morgan Stanely, elevando sua recomendação para as ações brasileiras para "neutra" ante "underweight" (abaixo da média do mercado). Os analistas do banco veem o Ibovespa sendo negociado mais perto da estimativa otimista do banco para o final do ano de 60 mil pontos do que do seu cenário base de 50 mil pontos.

 

 

PAPEL POR PAPEL

Companhia Energética de São Paulo fechou em alta de 6,48 por cento após disparar 11 por cento nos primeiros negócios, com aviso de que irá distribuir 1,58 bilhão de reais em dividendos e repercussão do balanço.

Ações do grupo Gerdau recuperam-se nesta sessão, fechando em alta de mais de 4 por cento, após queda ao redor de 10 por cento na sexta-feira, em meio à citação da empresa entre as investigadas em operação Zelotes, da Polícia Federal e Receita Federal, para desarticular organização suspeita de manipulação bilionária de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Em nota a clientes, o BTG Pacual citou notícia da publicação especializada do setor siderúrgico SBB de que a Gerdau poderia aumentar preços em até 12 por cento no início de abril. "Potencial aumento de 12 por cento parece mais agressivo do que o mercado vinha especulando", disse o BTG.

BRF, por sua vez, destoou da tendência e recuou 0,44 por cento, com operadores atrelando a fraqueza a uma reportagem citando a empresa entre as investigadas na referida Operação Zelotes. Na abertura, o papel chegou a cair quase 3 por cento. Procurada, a BRF disse que "não se pronunciará a respeito de informações provenientes de fonte não oficial e lamenta ter seu nome exposto em lista de origem desconhecida".

Embraer subiu 2,55 por cento, em meio à notícia de que recebeu um pedido firme de 17 E-Jets do Grupo Air France-KLM, com valor estimado de 764 milhões de dólares com base em preços de lista.

Fora do Ibovespa, BR Insurance despencou 18,95 por cento, após divulgar balanço trimestral. Em nota a clientes, o BTG Pactual avaliou que os dados do quarto trimestre foram muito fracos, "confirmando que um ponto de inflexão ainda está longe".

Fonte: Reuters

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