Dólar inverte e passa a cair depois de Levy e Dilma mostrarem discurso alinhado
Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar reverteu a alta vista mais cedo e operava em queda na tarde desta segunda-feira após a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mostrarem discurso alinhado sobre os comentários do ministro, diminuindo a preocupação com eventuais repercussões dentro do governo.
Às 15h46, a moeda norte-americana tinha queda de 0,79 por cento, a 3,2149 reais na venda, após subir 1,55 por cento na sexta-feira.
Dilma afirmou que Levy foi mal-interpretado ao fazer comentários sobre ela e que não há motivos para complicações devido ao episódio. O ministro também reforçou o alinhamento com a presidente, dizendo que a "confiança mútua é muito sólida".
Os dois comentavam sobre o áudio publicado pelo site do jornal Folha de S. Paulo no sábado, de uma apresentação do ministro Levy, em que ele diz que a presidente Dilma Rousseff tem desejo genuíno de acertar, mas nem sempre faz as coisas da maneira mais efetiva.
"A fala dele (Levy) e a própria presidente vindo a público acalmaram o mercado", disse o economista-chefe do BESI Brasil, Jankiel Santos.
O alinhamento mostrado pela presidente e pelo ministro fez com que o cenário local se sobressaísse ao externo, em que o dólar tinha valorização de cerca de 0,7 por cento em relação a uma cesta de moedas nesta segunda-feira.
Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps, com volume equivalente a 97,8 milhões de dólares. Foram vendidos 1 mil contratos com vencimento em 1º de dezembro de 2015 e 1 mil swaps para 1º de março de 2016.
O BC realizou ainda um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril, no que deve ser o último para este vencimento, se a autoridade monetária mantiver o padrão de realizar os leilões até o penúltimo dia útil do mês. Ao todo, foram rolados cerca de 75 por cento do lote total, correspondente a 9,964 bilhões de dólares.