Ex-diretor da Petrobras, Renato Duque diz à CPI que não é o momento de falar

Publicado em 19/03/2015 12:07

BRASÍLIA (Reuters) - O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque disse nesta quinta-feira à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que, por orientação da sua defesa, está exercendo o direito constitucional de ficar em silêncio, não respondendo perguntas dos parlamentares.

Duque, um dos investigados pela Operação Lava Jato, foi preso nesta semana pela Polícia Federal, que apura um esquema de corrupção que envolve a Petrobras, empreiteiras e políticos.

Apesar de não responder perguntas, ele indicou, ainda em sua fala inicial, que poderá falar em outra oportunidade.

"Eu tenho certeza que no momento oportuno serão esclarecidas e serão sanadas todas as dúvidas. Tenho certeza que existe uma hora de falar, uma hora de calar. Essa é a hora de calar, do meu ponto de vista. Eu estou sendo acusado, me encontro preso. Então por esse motivo é que eu estou exercendo esse meu direito constitucional ao silêncio", afirmou.

Duque está entre os 27 denunciados pelo Ministério Público à Justiça, na segunda-feira, por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha.

O ex-executivo entregou documento à CPI nesta quinta dizendo que será representado pelos seus advogados e, para não responder questionamentos, alegou que está na condição de investigado.

O depoimento do ex-diretor estava originalmente previsto para ocorrer nas dependências da Polícia Federal, mas foi transferido para um dos plenários da Câmara dos Deputados após o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspender ato da Mesa que vedava a realização de oitivas de presos dentro da Casa.

A participação de Duque na CPI da Petrobras foi autorizada pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

O ex-diretor, que já havia sido detido anteriormente, voltou a ser preso na última segunda-feira em uma nova fase da operação Lava Jato.

Duque foi preso pela primeira vez em 14 de novembro junto com executivos de grandes empreiteiras do país, após uma série de denúncias de corrupção envolvendo grandes obras da estatal. Ele deixou a prisão em dezembro graças a um habeas corpus.

O nome de Duque foi citado pelo ex-gerente-executivo da diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, um dos principais operadores do esquema de corrupção, em depoimento à CPI da Petrobras.

Barusco, que firmou um acordo de delação premiada com a Justiça, disse que o mecanismo de desvio de recursos envolvia empresas, Duque e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, citados como "protagonistas" pelo delator.

(Por Maria Carolina Marcello)

Fonte: Reuters

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